GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO URBANISMO E ARQUITETURA BRASILEIRA
Por: Caroline Hames • 9/4/2016 • Resenha • 770 Palavras (4 Páginas) • 581 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES
GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
URBANISMO E ARQUITETURA BRASILEIRA
Caroline Hames
Resenha sobre o filme
“O risco – Lúcio Costa e a Utopia Moderna”
Laguna, 2015
RESENHA
O filme, “O Risco – Lúcio Costa e a Utopia Moderna”, sugere uma sátira ao utilizar a palavra “utopia” que em um âmbito geral significa ‘algo irreal’. Tal utopia mostra-se através de frases e palavras entrelinhas durante todo o documentário e fazem-nos repensar sobre os efeitos colaterais causados pela modernidade.
Todavia, corrijo-me, pois, a modernidade trouxe infinitas contribuições para o cenário construtivo, visual e cultural da sociedade brasileira, e em contrapartida torna a tão famosa exclusão social mais forte.
Lúcio Costa, antes de mergulhar no mundo da arquitetura moderna e difundi-la pelo Brasil e pelo mundo, era considerado o arquiteto mais prestigiado do chamado movimento neocolonial. Depois de uma viagem a Diamantina (MG), Lúcio rompe com o movimento neocolonial e procura a linguagem plástica correspondente à tecnologia construtiva do seu tempo.
Segundo Otília Arantes, “Lúcio Costa não apenas assumiu a arquitetura moderna brasileira como uma boa causa, mas ele possuía um esquema para a arquitetura moderna e tomou as providências para que ela acontecesse”. De fato a impressionante realização plástica, espacial e arquitetônica acontecida no projeto de Brasília divulga a ideia de que a arquitetura brasileira tenha surgido como uma espécie de milagre e isso justifica-se com Brasília, pois “uma cidade para ser planejada leva séculos” (CAMPOFIORITO, Ítalo.) e a mesma deu “certo” e tomou a forma e a consistência que tem pela ação de Lúcio Costa em tão pouco tempo.
Com a ausência de um centro principal, Brasília inicia-se com a quebra da tradição do urbanismo, Lúcio coloca a rodoviária no coração da cidade com a justificativa de tráfego de conexão com as cidades satélites, tal atitude nos induz pensar que o arquiteto sabia das consequências que a implantação de Brasília causaria em sua periferia.
Por conseguinte, Lúcio se apropria do uso do verde, da natureza e da paisagem como ferramentas de controle do projeto e produção da arquitetura, bem como, do campo estrutural a mostra que reforça os ideais modernistas usados no plano piloto.
Baseado na Carta de Atenas, o arquiteto setoriza a cidade ao criar a escala residencial (arquitetura mais simples e acolhedora), escala monumental e escala gregária (encontros, lazer e cultura), usando o raciocínio do uso e organização dos espaços.
Desse modo, quando Lúcio se refere a organização dos espaços, ele usa do pensamento do mundo cosmopolita, onde todas as classes sociais teriam o direito ao acesso à cultura, a exemplo disso tem-se a rodoviária do centro da cidade, como instrumento de ligação entre Brasília e as cidades satélites, e a arquitetura monumental com um visual estético enfatizado por Oscar Niemeyer que a faz com o intuito de promover aos menos favorecidos um momento de prazer.
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