Gabarito de Historia Contemporânea
Por: jeffersongds • 9/10/2019 • Trabalho acadêmico • 776 Palavras (4 Páginas) • 154 Visualizações
Gabarito da AD1
Foi a partir da Revolução Francesa (1789) que os conceitos de pátria e nação alcançaram as massas. O movimento feito pela população francesa para derrubar o Antigo Regime despertou a consciência e o sentimento de pertença, funcionando como um cimento social, como uma “religião” nacional. O período napoleônico marcou a expansão do projeto revolucionário pela Europa, levando consigo o conceito de nação. A formação de um exército profissional, com alistamento obrigatório, veio corroborar para a construção de um espírito de união em torno de um ideal comum. Pessoas vindas dos mais distantes lugares do país se encontravam agora unidas por um mesmo ideal, vestindo o mesmo uniforme, jurando à mesma bandeira. Esse compartilhamento de ideais de fraternidade, igualdade e liberdade espalharam-se, apesar da derrota de Napoleão.
Por toda a Europa a burguesia se fortalecia e exigia espaço nas instituições políticas, que até então dividiam o poder entre Igreja, nobreza e monarquia. A essas exigências se unia as necessidades de autonomia e independência nacional. O Estado nacional garantia o direito de propriedade e a legalidade dos contratos. Assim, o conceito de pátria servia às classes dominantes no exercício de poder, uma vez que as populações não aceitavam mais as divisões sociais impostas pelo Antigo Regime.
Durante esse processo de formação dos Estados nacionais fez-se um movimento educacional, no sentido de conscientizar as populações desse pertencimento, dessa inclusão numa unidade chamada nação. Um longo processo que ficou conhecido como “nacionalização das massas”. Pequenas comunidades rurais, acostumadas a se reconhecer no espaço da aldeia, começavam aos poucos a alargar sua visão e a pensar conceitos abstratos como pátria e nação.
Para tanto, as classes dirigentes fizeram uso de diversos recursos, levando em conta que a maioria da população era analfabeta. Alcançando-as por meio das emoções, e não da razão, buscaram atribuir uma aura de sacralidade à nação nos discursos calorosos, na construção de um passado comum idílico e glorioso, em festas públicas e na utilização de símbolos, como hinos, bandeiras, estátuas e pinturas.
A Revolução Industrial também cumpriu um papel importante. As redes rodoviárias e ferroviárias encurtaram distâncias, facilitando as trocas culturais entre regiões distantes do país. A grande mudança do sistema político- representativo, com a introdução do sufrágio universal masculino e a formação de grandes partidos de massa; a implementação de uma língua nacional comum, aprendida nas escolas; a noção de limite territorial aprendido com o estudo da geografia; o esporte, e a arte, todos tiveram função crucial no processo de massificação do conceito de nação.
A partir dos processos revolucionários francês e norte-americano, Estado, nação e povo se combinaram, transcendendo a territorialidade para se tornar uma ideologia. A partir do instante em que se criou um sentimento de pertença, a consciência de fazer parte de um todo, o povo nação, partimos para uma abstração. Segundo Hobsbawm, “não há um conexão lógica entre o corpo de cidadãos de um Estado territorial, por uma parte, e a identificação de uma “nação” em bases linguísticas, étnicas ou em outras características” (HOBSBAWN, 2008, p. 32-34. In: ROMANI, Carlo; SCIARETTA, Massimo. História Contemporânea I. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2011, p. 50).
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