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Glenisson Fichamento “A história e o tempo" 28-63

Por:   •  3/7/2023  •  Resenha  •  1.217 Palavras (5 Páginas)  •  141 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

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Fichamento Glenisson

João Pedro Alay Esteves Sá Gomes

      Salvador

   2023

  • Definição da história: Anteriormente, a história era definida em oposição às outras ciências humanas e era considerada como o domínio do particular, dos eventos únicos. No entanto, os historiadores atualmente não concordam mais com essa visão predominante entre sociólogos e filósofos.
  • Caráter "único" dos fatos históricos: Os historiadores questionam a ideia de que os fatos históricos são exclusivamente únicos. Reconhecem que o estudo do particular não é mais exclusivo da história, uma vez que as novas ciências do comportamento também consideram o indivíduo e todas as ciências atribuem importância crescente aos casos particulares.
  • Distinção entre história e disciplinas vizinhas: A diferença entre a história e as disciplinas vizinhas não está na atenção voltada para diferentes categorias de eventos, mas sim na atitude adotada em relação a essas categorias de fatos.
  • Originalidade da história: A originalidade da história, em comparação com outras ciências humanas, reside na atenção permanente dada ao desenvolvimento cronológico dos eventos. A sociologia, assim como outras ciências humanas, difere do "espírito histórico" principalmente por sua abordagem e exigência diferentes em relação à cronologia.
  • Importância da cronologia para os historiadores: Para um historiador, o desenrolar de um fato não é essencial, mas sim sua verificação em um momento específico. O historiador atua no tempo, em um tempo próprio à história, onde a cronologia desempenha um papel fundamental. Essa ideia é expressa pela citação de Fernand Braudel, que compara o tempo histórico ao trabalho de um jardineiro com sua pá e a terra.
  • Importância do tempo na história: A preocupação com o tempo e a pressão do tempo conferem uma forma inimitável ao conhecimento histórico e constituem um caráter específico da disciplina histórica. O tempo impõe-se ao historiador, independentemente da concepção de história adotada.
  • Necessidade de datar e fixar uma cronologia: O historiador nunca pode escapar da necessidade de datar os eventos. A missão primordial da história é estabelecer uma cronologia precisa. Assim como uma medida exata é essencial para a física, a datação exata é essencial para a história.
  • Progressos recentes na datação histórica: Os avanços no conhecimento histórico e na técnica da história dependem cada vez mais da precisão dos processos de datação, obtida com o uso de descobertas científicas recentes. Além de datar, também é necessário determinar a duração dos eventos históricos.
  • Importância das transformações e instituições: Alguns eventos são episódicos, acontecimentos puros, enquanto outros criam raízes, implantam-se e resistem ao tempo, como as instituições. A atenção às transformações e mudanças é essencial na história, e a cronologia desempenha um papel fundamental para perceber essas variações.
  • História como a ciência da mudança: Seguindo a perspectiva de Pirenne e Burckhardt, os historiadores têm como função notar a mudança das coisas. A história é definida como a ciência da mudança, e a cronologia é o meio pelo qual essas variações são percebidas. Um exemplo prático são as transformações de mentalidade entre diferentes gerações.
  • A concepção linear e irreversível do tempo histórico: Os historiadores se movem no tempo concebido como um curso linear, contínuo e irreversível, afastando concepções cíclicas e a repetição idêntica dos acontecimentos. Eles exploram um tempo correspondente ao passado, que é concebido como matéria e objeto a ser imaginado e explorado.
  • A noção de tempo como algo natural para os historiadores: Para os historiadores familiarizados com sua atividade, a noção de tempo e a função de historiador parecem tão normais e elementares a ponto de serem consideradas como algo natural, sem exigir explicação. A ideia do tempo é vista como espontânea, fazendo parte do psiquismo humano em geral.
  • A dificuldade da noção de duração: A noção de tempo e duração não possui caráter espontâneo. Leonardo da Vinci afirmava que nosso julgamento não avalia corretamente as coisas passadas em épocas diferentes. A experiência do ensino da história em classes elementares revela a dificuldade das crianças em compreender a noção de duração. A concepção de duração não é inata ao indivíduo e é uma aquisição mental que surge em um determinado momento do desenvolvimento humano.
  • Aquisições da memória do passado e noção de futuro: Psicólogos modernos afirmam que a memória do passado e a noção de futuro são aquisições mentais que surgem em um determinado estágio do desenvolvimento humano. No Paleolítico superior, pela primeira vez, o homem pareceu interessar-se pelo seu futuro.
  • O tempo da história tem sua própria história: O sentido da duração não se manifesta repentinamente, sua aquisição é vagarosa, frágil e suscetível a modificações e variações. O tempo da história possui uma história própria e seu estudo não pode ser dogmático, mas sim histórico, considerando as sucessivas concepções de duração predominantes entre os homens.
  • Diferentes categorias de tempo: As diversas categorias de tempo distinguídas pelos psicólogos (tempo filosófico, tempo psicológico, tempo social, tempo científico, etc.) interagem e condicionam o desenvolvimento da historiografia em diferentes graus.
  • Concepções de tempo em culturas "primitivas": Entre as chamadas culturas "primitivas", a concepção contemporânea de um tempo homogêneo é estranha. O tempo físico é representado pelo retorno regular de tarefas sociais, e não existe uma unidade regular que permita calcular o tempo em parcelas iguais. A divisão do tempo varia de uma população para outra, com diferentes divisões de dias e anos.
  • Culturas "primitivas" e sua relação com o tempo: Em certas culturas "primitivas", o meio mental é rebelde à história, tornando-a inconcebível. O passado é negligenciado ou transposto para o plano do mito. Nessas culturas, as distinções temporais nos verbos são ignoradas, os acontecimentos passados existem apenas num presente universal ou num tempo indiferente, e a concepção de futuro é limitada. A inaptidão para compreender o tempo é evidente, com a ausência de passado, futuro e sucessão cronológica.
  • Festas e datas: No mundo mítico, as festas não servem como pontos de referência ou datas precisas, mas expressam uma renovação da comunhão do homem com o mundo.
  • Tempo variável entre os gregos: Para os antigos gregos, o tempo poderia mudar de qualidade, dividindo-se em períodos sagrados ou profanos, favoráveis ou desfavoráveis para diferentes ocupações. Havia uma busca pela razão da felicidade ou dos reveses experimentados em um determinado dia, levando em consideração a qualidade desse dia. Na Ilíada, a qualidade do tempo varia de acordo com as estações e a temperatura.
  • Concepção grega de tempo cíclico: Os gregos adotaram uma cronologia baseada nas Olimpíadas, que alinhava indefinidamente períodos de quatro anos a partir de um ponto fixo. No entanto, os historiadores gregos não utilizaram esse sistema de datação, pois para eles o curso total dos acontecimentos humanos não se apresentava como uma sequência indefinida e irreversível. A concepção grega de tempo cíclico, de um eterno retorno, era presente na filosofia grega e influenciava os historiadores.
  • Função pragmática da história: Tucídides e Políbio afirmavam que a história tinha uma função pragmática, pois era útil ensinar história, uma vez que as mesmas situações se repetiriam ao longo do tempo.
  • Deficiência na organização cronológica de Heródoto: A organização cronológica dos eventos históricos em Heródoto era deficiente. Ele se limitava a indicar uma relação de simultaneidade entre diferentes séries de acontecimentos, e, quando necessário, voltava atrás na narrativa para fornecer explicações adicionais. Heródoto não tinha uma preocupação com a cronologia, tratando o tempo como uma função do acontecimento relatado, podendo detê-lo ou invertê-lo.

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