Fichamento: Reconfigurações do tempo histórico - Pressentimo, atualismo e solidão na modernidade digital
Por: Jonas Magalhães • 23/2/2018 • Trabalho acadêmico • 900 Palavras (4 Páginas) • 356 Visualizações
FICHAMENTO
PEREIRA, Mateus; ARAUJO, Valdei. Reconfigurações do tempo histórico: presentismo, atualismo e solidão na modernidade digital. In: Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, vol.23, n.1 e 2, 2016.
O autor busca no artigo uma reflexão sobre tempo, ele usa François Hartog para debater as a historicidade dentro do tempo.
O Presentismo de François Hartog, o atualismo que rompe com a historicidade do passado. O autor usa de uma leitura do capítulo “Temporalidade e cotidianidade” da obra Ser e Tempo, as descrições de Heidegger da temporalidade da “abertura” (Erschlossenheit) e a interpretação do episódio “White Christmas”, da série Black Mirror.
“A presidenta deposta, inclusive, invocou a história no discurso citado várias vezes. Dois exemplos: “E não tenho dúvida que, também desta vez, todos nós seremos julgados pela história” e “Hoje o Brasil, o mundo e a história nos observam e aguardam o desfecho deste processo de impeachment (ROUSSEFF, 2016)”. De algum modo, nossa interrogação é: essa história ainda existe? “(Pág.272)
No trecho acima destacado se encaminha um debate sobre a construção da história e como descrevemos os fatos atuais. A modernidade trouxe vários paradigmas sobre a construção da história e as formas narrativas.
Presentismo e experiências do tempo, denominado “presentismo pleno ou provisório” (par défaut. A tradução brasileira prefere padrão a provisório), o autor define o presentismo, como já havia feito ao longo da primeira edição, como uma experiência do tempo em que o presente se impõe como o único horizonte. Viveríamos em um mundo da tirania do presente onipotente, onipresente e hipertrofiado: “presente único: este da tirania do instante e do marasmo de um presente perpétuo” (HARTOG, 2012, p. 6. Cf., também, PEREIRA, MATA, 2013)
“O tempo real do mercado é presentista, ele é tanto da ordem do microssegundo como é contínuo. Toda uma economia do instante é posta em ação: a financeira, a midiática, a política, a social e também a das redes sociais” (HARTOG, 2015, 283)
Memória, patrimônio, comemoração e identidade, essas quatro palavras estão na órbita do presentismo segundo o autor.
A não presença do saudosismo ou nostalgia na forma de analise e sua interpretação do passado, a impossibilidade de um retorno passadista e sim uma vivencia do hoje e seus fatos é uma das características do presentismo.
Essa atualidade se vê em toda a história, seja do presente, seja do futuro, mas é uma identificação como uma variedade do mesmo que “atualiza em função da atualidade”. A imagem de um “presente amplo” ou de um “presentismo” encontra na temporalidade da de-cadência um parentesco evidente e nos ajuda a entender o paradoxo de um presente ao mesmo tempo cheio de novidades e vazio de eventos. (Pág 284)
O autor traz umas análises sobre o episódio de Black Mirror, White Christmas. Um episódio sobre a temporalidade, redes sociais e como a humanidade lida com fatos do passado e suas interpretações.
Afinal, essa consciência copiada e sem corpo pode ser entendida como um ser humano? O que acontece com o conceito de autenticidade, com a ideia de “ser próprio”, quando somos capazes de objetificar a nós mesmos? A consciência original continua “original” após sua duplicação? Ao final, toda a história não parece demonstrar uma incapacidade deste eu original em relacionar-se
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