Guerra de Sucessão espanhola ao Tratado de Utrecht

No inicio do século XVIII a Europa já se encontrava em um conflito de poder entre grandes dinastias da época, principalmente quando o rei da Espanha morre sem deixar herdeiros, gerando uma imensa disputa entre essas dinastias europeias que lutavam pela sua hegemonia desde sempre. Esse conflito só teve fim, quando assinados os Tratados de Utrecht, que asseguravam inicialmente certo equilíbrio de poder entre os países europeus.

Em 1700, após a morte do rei Habsburgo Carlos II que não possuía herdeiros diretos, a Espanha passou a ser governada por Felipe V da dinastia Bourbon que era também, neto e herdeiro do então rei da França, Luís XIV. O fato gerou grande tensão entre outras dinastias da Europa e, devido à possibilidade de uma união franco-espanhola, a Áustria - que alegava também ter direito ao trono espanhol -, Inglaterra, Holanda, Suécia, Dinamarca e outros países, se uniram e formaram a “Grande Aliança”, que tinha o intuito inicial de impedir a união entre a Espanha e a França.

A guerra teve inicio no norte da Itália e se espalhou por praticamente todo o continente da Europa ocidental, tendo a participação de quase todas as coroas europeias nos conflitos entre a Grande Aliança e a Aliança franco-espanhola. Portugal, que inicialmente era favorável aos franceses e espanhóis, se aliou à Inglaterra depois de firmados os Tratados de Methuen. No mar os portugueses contribuíam com navios, esses por sua vez, atacavam e roubavam cargas de ouro e prata que vinham das colônias espanholas nas Américas. Isso fez com que a guerra se estendesse também aos domínios coloniais dos envolvidos.

Em 1712 a guerra começou a perder a força, quando o pretendente ao trono espanhol Carlos da Áustria foi eleito o imperador do Sacro império romano-germânico, a Inglaterra que de inicio apoiava a Áustria, se retirou da guerra, pois não achava conveniente que o imperador tivesse tanto poder em mãos caso conseguisse também, o trono da Espanha. Com isso a Inglaterra e a França decidiram por fim a guerra de sucessão sem a participação da Áustria, realizando um congresso na cidade de Utrecht onde seriam propostos os tratados de paz à Espanha e a todos os envolvidos nos conflitos, posteriormente a Áustria também veio a aceitar os termos propostos no congresso.

As negociações dos Tratados de Utrecht se estenderam por dois anos após o fim da guerra, num dos acordos assinados, Felipe V teve que abdicar sua pretensão ao trono francês, ceder os territórios da Nova Escócia e da Terra Nova para os ingleses e, além disso, estabelecer conexões comerciais entre suas colônias americanas e a Inglaterra, essa ultima foi a maior beneficiada da balança de poder da Europa e posteriormente se tornaria o principal império na ordem mundial. As terras coloniais tomadas durante a guerra por Portugal e Espanha foram devolvidas umas as outras. À Áustria foi concedida a posse de Milão, Nápoles, Sardenha e Bélgica, a qual passou a se chamar Países Baixos Austríacos.

Os Tratados de Utrecht remodelaram o mapa europeu e trouxeram muitos benefícios principalmente para a Inglaterra, que posteriormente viria a se tornar uma potência. Na questão colonial também houveram mudanças significativas que modificaram até mesmo o mapa do Brasil colônia, onde os portugueses obtiveram a posse do rio Amazonas que antes pertencia a colônia espanhola, isso deu inicio a formação do mapa