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Guerrilha Do Araguaia

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Por:   •  5/4/2014  •  3.849 Palavras (16 Páginas)  •  659 Visualizações

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Guerrilha do Araguaia

Movimento guerrilheiro existente na região amazônica ao longo do rio Araguaia (vindo de tal a nomeação). Era composto por um grupo de esquerda, que se opunha à ditadura militar existente no Brasil naquele período.

Foi a tentativa de dissidentes do Partido Comunista do Brasil (PC do B) de organizar uma luta armada, a partir do campo, para enfrentar a ditadura militar que governava o Brasil em 1968. Na época, a censura barrava notícias e manifestações artísticas que o governo julgasse impróprias. Para piorar, pessoas que se opunham ao regime - ou consideradas uma ameaça - eram perseguidas, torturadas e até executadas. Quando o regime começou a endurecer ainda mais, alguns partidários da esquerda, inspirados pelo sucesso das revoluções chinesa com Mao Tsé-tung, e cubana, com Che Guevara e Fidel Castro, começaram os planos para derrubar os milicos do poder. O primeiro passo era conquistar a população rural, alistando "soldados" para iniciar a revolução socialista no Brasil.

Início e fim

Teve início em fins da década de 1960 e fim na primeira metade da década de 1970.

"Durante mais de dois anos travou-se renhida luta. O exército realizou três grandes e aparatosas campanhas, em conjunto com a Aeronáutica, a Marinha e a Polícia Militar, contando com armamentos modernos e vastos recursos materiais. Na primeira – em abril/junho de 1972 – pôs em ação 5 mil homens; na segunda – em setembro/novembro de 1972 – empregou 15 mil homens; na terceira, de outubro de 1973 a maio de 1974, mobilizou de 5 a 6 mil soldados." [do documento Gloriosa jornada de luta, 1976].

Presidentes no período da guerrilha

No início da guerrilha o presidente do Brasil era o General Emílio Garrastazu Médice; no fim dela, quem comandava o país era o General Ernesto Geisel. Ambos ditadores.

Onde se localiza o Araguaia? E quais lugarejos ou cidades, estão na região do Araguaia, naquela época e atualmente?

O palco das operações de combate entre a guerrilha e os militares se deu onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão faziam divisa. Seu nome vem do fato de se localizar as margens do rio Araguaia, próximo às cidades de São Geraldo do Araguaia, Marabá no Pará e de Xambioá, no norte de Goiás (região onde atualmente é o norte do estado de Tocantins, também denominada como Bico do Papagaio).

Objetivo da Guerrilha

Estima-se que o movimento pretendia derrubar o governo militar, tomar o poder fomentando um levante da população, primeiro rural e depois urbana, e instalar um governo comunista no Brasil através de uma ação democrática.

Como era composto o grupo guerrilheiro?

Era composto por cerca de oitenta guerrilheiros sendo que, destes, menos de vinte sobreviveram.

Para a estruturação da guerrilha, foi criado uma Comissão Militar, à qual competia coordenar três agrupamentos menores, formados por 21 militantes - cada um com seu respectivo comandante. Os agrupamentos, por sua vez, subdividiam-se em três destacamentos menores, de 7 militantes cada, incluindo um chefe e um subchefe para cada grupo. Era, portanto, uma estrutura rígida que visava não apenas organizar os trabalhos no campo como também proteger-se da perseguição militar.

A divisão dos guerrilheiros em uma estrutura de grupos e subgrupos fez com que nem mesmo entre eles um destacamento conhecesse os integrantes dos outros. Essa divisão em "células" e a utilização de nomes frios era uma estratégia para que, em caso de captura, um militante não delatasse os demais, o que faria cair a estrutura inteira.

Quem mantinha ou como era sustentado o movimento guerrilheiro?

Nos anos 60 do século XX, a região ao longo do qual corre o rio Araguaia era habitada por brasileiros em sua maioria vindos de outras regiões, principalmente do nordeste do país. Eram homens atrás de terras para o cultivo, garimpeiros atrás de pedras preciosas, caçadores atrás de peles de animais, migrantes procurando todo tipo de trabalho e riqueza que aquelas áreas virgens pudessem oferecer. Famílias inteiras, fugindo da seca nordestina, trabalhavam em fazendas por menos de um salário mínimo. Muitos plantavam mandioca e castanha-do-pará, a maioria analfabetos e explorados pelos poucos proprietários de terra, grileiros do lugar. Era o local ideal, segundo o PCdoB, para o início de uma revolta popular.

A partir de 1967, os primeiros combatentes começaram a chegar a área, vindos do sul, sudeste e do Maranhão, onde já se haviam instalado.

Entre 1967 e 1971, transformaram-se em habitantes locais, abrindo pequenos comércios, bares, prestando pequenos atendimentos médicos de casa em casa, fazendo partos, caçando, pescando, plantando, transportando pessoas e víveres em canoas, abrindo uma farmácia, dando aulas para moradores e fazendo propaganda política em pequenas reuniões, inseridos na pequena e humilde sociedade local. Eram chamados pelos caboclos de "paulistas".

Sem o conhecimento da população local, para a qual prestavam serviços médicos e davam aulas de alfabetização conquistando a estima do povo, aos poucos o grupo crescia. Com idade média inferior a 30 anos, no auge do vigor físico, estocavam alimentos, munição e remédios em pontos esparsos da mata e faziam treinamento militar, acostumando-se à vida na selva. Aprenderam a fazer fogo e caminhar duzentos metros em mata fechada sem se perder no caminho de volta. Seus integrantes espalhavam-se por uma área de 6,5 mil km², numa extensão de 130 km.. O treinamento constante fazia com que alguns deles já fossem capazes de sobreviver sozinhos na mata levando consigo apenas armas, munição, sal e farinha.

Logística

A contestação do regime militar instaurou a Guerrilha do Araguaia de objetivo a armar um exército popular e alcançar o fim da ditadura. Utilizando como defesa as margens do rio Araguaia e as matas.

Com poucas armas e poucos integrantes, a direção do PCdoB acreditava que seria possível deflagrar a guerra de guerrilha rural revolucionária que era uma linha política do Partido, adepto da luta armada, desde 1962.

Ideologia

Embora, até então, as ações armadas mais relevantes tivessem ocorrido nas cidades, parte da esquerda

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