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HISTÓRIA - LICENCIATURA FICHAMENTO

Por:   •  26/4/2019  •  Resenha  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  179 Visualizações

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CPTL – CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS

[0783] HISTÓRIA - LICENCIATURA

FICHAMENTO

Professora: Dra. Mariana Esteves de Oliveira

Acadêmicos: Isabela Maria Salustiano Gomes, Matheus Otani dos Santos

SHWARTZ, Stuart B., Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. Companhia das Letras, São Paulo, 1988. p.57-77.

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O autor cita que os primeiros passos da lavoura açucareira no Brasil se inicia com uso extensivo de trabalho indígena, “os índios que passaram por essa experiência habitavam um mundo cujos perímetros eram muitas vezes definidos por outrem, e os nativos foram forçados a adaptar-se a novos tipos de comportamento”. Apesar de no passado outros historiadores terem reconhecido essa fase de escravidão indígena, eles não puderam ver as verdadeiras condições de vida e de trabalho do engenho s durante esse período. Os índios brasileiros não deixaram documentos e observadores jesuítas geralmente comentavam sobre abusos e não sobre as condições de mão de obra.

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A terminologia referente a mão de obra indígena por si mesma revela a posição do trabalho nativo nos planos e percepções dos portugueses. Eles reconheciam as diferenças entre congos e minas ou entre os tamoios e tupinambás, mas elas eram secundárias em relação as classificações gerais. Os termos menos precisos como “negro da guiné”, “índio” e “gentio da terra” eram mais expressões das percepções europeias. Essa situação pode ser claramente percebida a partir de “negro da terra”, utilizada pelos jesuítas para designar os índios, sendo essa tendo uma relação com “negros da guiné”. Os índios não escravizados mas que eram submetidos ao controle dos Portugueses eram chamados de “índios aldeados” ou “forros”. No Recôncavo os engenhos obtiveram trabalho indígena através de 3 métodos: escravização, escambo e pagamento de salários, existia um sistema de “resgate” onde os portugueses consideravam que comprando o indígena do captor deles, o mesmo deveria “pagar” o favor com trabalho.

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Segundo o procedimento tradicional os então filhos de escravas permaneciam cativos, mas o chamado crescimento natural foi compensado pelo decréscimo populacional devido doenças e guerras, em ilhéus, 1582, uma peste provocou tantas mortes que engenhos não funcionaram por 5 meses. Ademais, a competência dos jesuítas em supervisionar as atividades de Índios livres na esfera_ de influência portuguesa começou a criar dificuldades para os colonos. o fato de o conde de Linhares ter obtido licença para trazer índios do sertão e instala-os em aldeias sob sua proteção tornou a situação dos Engenhos Santana e Sergipe um tanto atípica. Os índios livres eram empregados em tarefas específicas nos engenhos. No Engenho Sergipe foram usados principalmente como força de trabalho auxiliar, fazendo serviços de manutenção ou secundários a atividade de produção do açúcar. Foram encarregados de limpar e consertar o sistema hidráulico, traballi.ar nos barcos, pescar, caçar e cortar lenha.

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COMPOSIÇÃO ÉTNICA DA POPULAÇÃO ESCRAVA INDÍGENA

As relações de nomes dos escravos Índios em inventários de engenhos possibilitam-nos aventar algumas conclusões sobre a composição da força de trabalho escrava indígena na Bahia no século XVI. Muitos indivíduos nos inventários dos engenhos de Sergipe e Santana em 1572-4 eram tupinambás e muitos continham informações de procedência como Taparique, Tamamaripe, e Peroaçu. Vários problemas tornam imprecisa uma analise etimológica, alguns dos quais revelam, eles proprios, características da vida no engenho. Mas sem contar as dificuldades que os Portugueses tinham com as palavras equivalentes em mais de uma língua, quem registrou isso adequou para uma língua latina, sendo assim permanecendo o que os Portugueses ouviam e não o que os indígenas disseram. Eles mesmos se sentiam confusos perante as línguas indígenas.

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Nem todos os índios dos engenhos eram tupis. Nos registros da década de 1570 e 1591 dos Engenhos Sergipe e Santana encontram-se amiúde nomes tapuias. Outras referências étnicas aparecem esparsamente, como por exemplo, a menção a alguns ñambipiras. Infere-se daí que esses dois engenhos em particular (Sergipe e Santana) e, provavelmente, todos os que na Bahia dependeram do braço indígena, empregaram mão-de-obra nativa heterogênea. Os senhores de engenho aparentemente percebiam a vantagem de possuir uma escravaria formada por "estranhos", pois isso dificultava a fuga. Embora pudessem ser encontrados alguns cativos provenientes do sui nos engenhos baianos, a fonte mais usual parece ter sido o interior do Nordeste. No Engenho Sergipe, índios e africanos ocupavam habitações separadas e as longas malocas multifamiliares dos tupinambás, segun.do alguns observadores, podiam abrigar mais de duzentas pessoas, sendo portanto bem possível que nos engenhos tenham existido construções semelhantes, Em geral, cerca de 60% dos indivíduos eram do sexo masculino e, entre esses, havia uma tendência natural de serem adultos jovens nesses locais.

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Imagem ilustrativa.

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A natureza da escravidão indígena ocasionava a presença de unidades familiares no engenho. Os homens, frequentemente eram acompanhados na escravidão pela esposa, filhos, irmãos ou outros parentes. Esse padrão levava aos engenhos e canaviais, ou as proximidades dos mesmos, muitas pessoas cuja contribuição ao processo do fabrico do açúcar era apenas marginal. As escravas foram invariavelmente arroladas como sem ocupação, e o valor que lhes era atribuído resultava especialmente de combinações de idade e condições de saúde. Assim, as mulheres constituíam-se em uma categoria onipresente mas não particularmente especializada nas operações elementares do engenho

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ACULTURAÇÃO E INTERAÇÃO

Para os indígenas que sobreviveram e para seus senhores e empregadores portugueses restavam ainda problemas cruciais: a iniciação no regime da agricultura de exportação em grande escala e a adoção de padrões culturais compatíveis com as suscetibilidades religiosas e sociais dos colonizadores. Quando possível, os portugueses empregavam os índios em atividades com as quais estes já estivessem familiarizados, mas também era preciso que alguns fossem preparados para a produção açucareira. O primeiro sinal superficial de aculturação era a adoção de um nome português. Os inventários de 1572-4 relacionam muitos indígenas que ainda usavam exclusivamente seus nomes nativos, apesar da tendência dos portugueses de atribuir-lhes nomes que pudessem reconhecer e pronunciar sem dificuldade. A adoção de novos nomes fora um aspecto importante na vida dos tupis, marcando mudanças no status social. A religião, naturalmente, era urna das principais vias de aculturação. A disposição dos escravos em participar dos rituais ou aceitar os sacramentos da religião católica e uma medida aproximada de sua integração a estrutura da sociedade portuguesa.

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Cada assento de batismo seguia uma formula do tipo “5 agosto Joana menina filha de Tomé de Sousa, solteiro, e de Luísa, índia de Domingos Ribeiro; padrinhos, Brás Dias e Antônia [escravos] do mesmo Domingos Ribeiro”. Essa formula permite-nos examinar as relações entre esses 5 indivíduos: O batizado, pai, mãe, padrinho e madrinha. Fica claro que para os escravos o batismo era um fato menos formal do que para as pessoas livres, especialmente os brancos. Enquanto padrinho e madrinha sempre estavam presentes quando se batizava o filho de um casal de brancos, com as crianças escravas nem sempre isso acontecia.

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A miscigenação ocorrida mais frequentemente foi entre brancos e indígenas ou entre brancos e africanos, interessante notar que na Bahia até o século XVIII que passaram a empregar outra palavra além de “Mameluco” para designar os filhos de índios com qualquer outra etnia, sendo nesse século citado o começo do uso dos termos “cafuzo” e “curiboca” para classificar certo as coisas. O padrinho exercia a importante função de representante da criança no batismo e de seu guardião e protetor em potencial. Apadrinhar alguém implicava verdadeiramente em assumir obrigações, e não era raro um afilhado acabar dependendo dos padrinhos para conseguir assistência econômica ou proteção. A posição do padrinho, portanto, era de respeito e prestígio. Não é, pois, surpreendente encontrar um percentual elevadíssimo de brancos como padrinhos nos batizados examinados. Não eram só os pais brancos que escolhiam um padrinho branco, mas também os índios e africanos.

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Os senhores de engenho utilizavam os próprios nativos para perseguir aqueles que fugiam

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Demorou um século para completar a transição da predominância da mão de obra indígena para a africana.

Os primeiros escravos negros do Brasil vieram para cá como possíveis trabalhadores especializados

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Na falta, os portugueses tinham que recorrer em ultima instancia aos africanos como a mão de obra especializada.

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