Hannah Arendt
Trabalho Universitário: Hannah Arendt. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rgnery • 14/10/2014 • 3.420 Palavras (14 Páginas) • 413 Visualizações
Hannah Arendt
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Hannah Arendt
Filosofia do século XX
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Nome completo Johanna Arendt
Escola/Tradição: Filosofia continental
Data de nascimento: 14 de outubro de 1906
Local: Linden, Hanôver, Prússia, Alemanha
Data de falecimento 4 de dezembro de 1975 (69 anos)
Local: Nova Iorque, Estados Unidos
Principais interesses: Teoria política, Modernidade, Filosofia da história
Influenciado por: Pré-socráticos, Sócrates, Platão, Aristóteles, Jesus, Paulo, Duns Escoto, Santo Agostinho, Maquiavel, Montesquieu, Edmund Burke, Kant, Tocqueville, Kierkegaard, Heidegger, Russell, Jaspers, Benjamin
Influências: Jürgen Habermas, Maurice Merleau-Ponty, Giorgio Agamben, Seyla Benhabib, Cornelius Castoriadis, Claude Lefort, Elisabeth Young-Bruehl, Reinhart Koselleck, Hanna Pitkin, Michael Marrus, Quentin Skinner, J. G. A. Pocock, Phillip Pettit, Alain Finkielkraut, Julia Kristeva, Richard Sennett, Charles Taylor, Harrison
Hannah Arendt (nascida Johanna Arendt; Linden, Alemanha, 14 de outubro de 1906 – Nova Iorque, Estados Unidos, 4 de dezembro de 1975) foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX.1
A privação de direitos e perseguição na Alemanha de pessoas de origem judaica a partir de 1933, assim como o seu breve encarceramento nesse mesmo ano, fizeram-na decidir emigrar. O regime nazi retirou-lhe a nacionalidade em 1937, o que a tornou apátrida até conseguir a nacionalidade norte-americana em 1951.
Trabalhou, entre outras atividades, como jornalista e professora universitária e publicou obras importantes sobre filosofia política. Contudo, recusava ser classificada como "filósofa" e também se distanciava do termo "filosofia política"; preferia que suas publicações fossem classificadas dentro da "teoria política".
Arendt defendia um conceito de "pluralismo" no âmbito político. Graças ao pluralismo, o potencial de uma liberdade e igualdade política seria gerado entre as pessoas. Importante é a perspectiva da inclusão do Outro. Em acordos políticos, convênios e leis, devem trabalhar em níveis práticos pessoas adequadas e dispostas. Como frutos desses pensamentos, Arendt se situava de forma crítica ante a democracia representativa e preferia um sistema de conselhos ou formas de democracia direta.
Entretanto, ela continua sendo estudada como filósofa, em grande parte devido a suas discussões críticas de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Immanuel Kant, Martin Heidegger e Karl Jaspers, além de representantes importantes da filosofia moderna como Maquiavel e Montesquieu. Justamente graças ao seu pensamento independente, a teoria do totalitarismo (Theorie der totalen Herrschaft), seus trabalhos sobre filosofia existencial e sua reivindicação da discussão política livre, Arendt tem um papel central nos debates contemporâneos.
Como fontes de suas investigações Arendt usa, além de documentos filosóficos, políticos e históricos, biografias e obras literárias. Esses textos são interpretados de forma literal e confrontados com o pensamento de Arendt. Seu sistema de análise - parcialmente influenciado por Heidegger - a converte em uma pensadora original situada entre diferentes campos de conhecimento e especialidades universitárias. O seu devenir pessoal e o de seu pensamento mostram um importante grau de coincidência.
Índice [esconder]
1 Vida e obra
1.1 Infância e juventude
1.2 Vida acadêmica e atividade política
2 Livros
3 Referências
4 Ligações externas
Vida e obra[editar | editar código-fonte]
Infância e juventude[editar | editar código-fonte]
A Königsberg, Prússia, atual Kaliningrado.
Hannah Arendt nasceu em 1906 no seio de uma família de judeus secularizados, perto de Hanôver. Seus antepassados vieram de Königsberg, na Prússia (a cidade atual russa de Kaliningrado), para onde voltaram seu pai, o engenheiro Paul Arendt, que sofria de sífilis, sua mãe Martha (de nome de solteira Cohn) e ela, quando Hannah tinha somente três anos.2 Depois da morte de seu pai, em 1913, foi educada de forma bastante liberal por sua mãe, que tinha tendências social-democratas. Nos círculos intelectuais de Königsberg nos quais se criou, a educação de meninas era comum. Através de seus avós, conheceu o judaísmo reformista. Não pertencia a nenhuma comunidade religiosa, mas sempre se considerou judia, inclusive participando do movimento sionista.
Aos quatorze anos, já havia lido a Crítica da razão pura de Kant3 e a Psicologia das concepções do mundo de Jaspers. Aos 17 anos é obrigada a abandonar a escola por problemas disciplinares, indo então, sozinha, para Berlim, onde, sem haver concluído sua formação, teve aulas de teologia cristã e estudou pela primeira vez a obra de Søren Kierkegaard. De volta a Königsberg em 1924, foi aprovada no exame de maturidade (Abitur).4
Vida acadêmica e atividade política[editar | editar código-fonte]
Em 1924, começa seus estudos na Universidade de Marburg e durante um ano assiste às aulas de filosofia de Martin Heidegger e de Nicolai Hartmann, e as de teologia protestante de Rudolf Bultmann, além de estudar grego.
Heidegger, pai de família de 35 anos, e Arendt, estudante, dezessete anos mais jovem que ele, foram amantes, ainda que tivessem de manter em segredo a relação.5 6 No começo de 1926, ela não aguentava mais a situação e decidiu trocar de universidade, indo para a Universidade Albert Ludwig de Freiburg, para estudar sob a orientação de Edmund Husserl. Ela também estudou filosofia na Universidade de Heidelberg e se formou em 1928, sob a tutoria de Karl Jaspers, com a tese O conceito de amor em Santo Agostinho. A amizade com Jaspers duraria até a morte do filósofo.
Arendt havia levado uma vida muito recatada em Marburg, como consequência do segredo de sua relação com Heidegger.
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