Historia Do Tabaco
Dissertações: Historia Do Tabaco. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Mel1611 • 18/11/2014 • 5.788 Palavras (24 Páginas) • 353 Visualizações
A DESCOBERTA DO TABACO
A primeira vez que a cultura europeia teve contato com o tabaco foi com a descoberta e posterior exploração do continente americano, mais precisamente nas primeiras expedições de Colombo. Por isso a teoria mais aceita entre os historiadores é de que o tabaco é proveniente das Américas.
Uma forte corrente histórica aponta a origem do tabaco para os vales dos Andes Bolivianos, onde os indígenas locais se utilizavam de suas propriedades para fins medicinais.
Como eram comuns migrações por toda a América do Sul, acredita-se que foi assim que o tabaco chegou ao território brasileiro. Por volta do ano 1000 d.c., esses grupos nômades provenientes dos Andes Bolivianos supostamente teriam chegado ao Brasil - ainda longe de ser descoberto - pela Amazônia e assim se espalhado e se fixado em diversas tribos por toda nossa extensão. Posteriormente, os descentes desses povos seriam chamados de Tupis-Guaranis, cujas línguas e costumes são os mais conhecidos e populares entre os índios e cuja história os coloca no patamar de maior etnia indígena já estuda no país.
Em seu meio, o tabaco era usado de seis formas diferentes: na comida, na bebida, chupado, mascado, fumado e em pó (que posteriormente seria chamado de ‘rapé’). Entre os índios brasileiros fumar era a forma mais tradicional de se consumir a plantar. Seu preparo era num tipo de charuto chamado ‘cangueira’, que envolvia folhas de fumo secas enroladas numa folha de milho ou palmeira, uma forma de uma veia cujas dimensões iam de seis a sessenta centímetros.
Porém, o fumo não era mero costume dos índios. Ele tinha um caráter sagrado e, como a mandioca, o milho e outras plantas, possuía um significado mítico. A utilização do tabaco como fumo era geralmente limitado aos ritos mágico-religiosos ou como planta medicinal. Por isso, costumava ser restrito ao pajé, que era considerado o curandeiro e autoridade máxima da tribo. Em seus rituais de iniciação ou de reunião espiritual, o fumo estava sempre presente. Por meio dele, o pajé entrava em transe no qual contatava com os deuses, espíritos, almas dos mortos, ou ainda predizia o melhor momento para ir à caça, viajar ou atacar o inimigo. E ainda, o curandeiro utilizava de sua fumaça para purificar seus aldeões; os protegendo de maus espíritos e trazendo a benção de boas caçadas.
Já com finalidade medicinal, a planta era usada de outras formas para se curar feridas, enxaquecas e até mesmo dores de estomago.
Essa é a maior corrente teórica para se explicar como o tabaco adentrou no território brasileiro. Mas quando a sua origem, há historiadores que apontam a América Central, e não os Andes Bolivianos, como o local de nascimento e primeiros usos do tabaco.
Já outra corrente aponta a América Central como o verdadeiro local de origem do tabaco. Os estudos utilizam como argumento a teoria de que o nome popular “tabaco” teria sido dado em homenagem a antiga cidade de Tobaco, na península de Yucatán. Homenagem esta que teria sido feita pelas colonizadores ao verem índios da região usando a fumaça da queima da planta para espantar mosquitos incômodos.
Com uma área de aproximadamente 145 000 km², a península Yucatán preserva seu nome e atualmente é pertencente ao México, onde abriga os estados Quintana Roo e Campeche, além de um terceiro estado com o mesmo nome - Yucatán. A região faz uma separação entre o Golfo do México e o Mar do Caribe, além de demarcar o limite territorial do México com seus vizinhos Guatemala e Belize.
Yucátan não foi o primeiro lugar em que Cristóvão Colombo desembarcou. Seu primeiro contato com as Américas foi em 1492, local onde atualmente se encontra as Bahamas. Foi apenas em 1508 que o navegador viria a explorar a terra mexicana, e consequentemente viria a conhecer a planta nativa e, no mesmo ano, seria feita pelo então companheiro de viagem Romano Pene uma descrição oficial da mesma.
Analisando essas duas correntes, é possível concluir que uma não anula a outra. O simples fato de Colombo ter descoberto o tabaco no atual México não exclui sua possível origem nos Andes Bolivianos, e nem elimina a teoria de migração do tabaco para o Brasil. Fato é que não se pode comprovar o surgimento de qualquer planta que seja numa época tão remota, quando as civilizações ao redor da mesma ou não guardavam registos ou estes se perderam com o desenvolver das mesmas.
A HISTÓRIA DO COMÉRCIO TABAGISTA
Sendo proveniente dos Andes Bolivianos, da península de Yucátan ou de ambos, o ponto em que todos os historiados concordam é que foi Cristóvão Colombo o responsável pela repentina e gigantesca popularidade da planta.
Inicialmente foram os marinheiros os primeiros a difundir o tabaco. Ora mascando, ora fumando, ele era considerado um bom meio de passar o tempo durante os longos meses que duravam as viagens. E assim, através dessas mesmas viagens, as camadas populares de toda Europa, parte da África e Ásia tiveram os primeiros contatos e também passaram a o usar frequentemente, da mesma forma que os marinheiros: em forma de fumo ou de mascar.
Porém, se deu de forma sincronizada o consumo do tabaco pela nobreza e burguesia europeia, chegando a classes ricas de cada país através das mais diversas formas. Uma das prováveis causas dessa popularização em ambas as classes é, além da sensação de prazer, a crença de que o tabaco possuía propriedades de cura. Eles acreditavam que o tabaco poderia curar quase tudo, desde mau hálito até doenças ainda não muito estudadas. Exemplo disso é um livro de 1571, escrito por um médico espanhol chamado Nicolas Monardes, em que dentre as mais variadas descrições de plantas medicinais do mundo novo, havia a alegação de que o tabaco poderia curar 36 problemas de saúde.
Antes disso, o fumo já havia chegado na França, mais precisamente em 1560, em que o responsável por levar essa tão intrigante planta a corte francesa foi Jean Nicot, diplomata e estudioso, que deu origem ao termo ‘nicotina’. Pintores célebres de toda Europa do século XVII reproduziram personagens como reis e demais nobres fumando ou aspirando rapé.
Já na Itália de 1561, o Cardeal Prospero Santa Croce recebia sementes fornecidas pelo próprio Nicot e as levava ao Vaticano, onde foi chamada de erva santa ou divina. Deu-se o inicio da popularização dos cachimbos e rapés nas igrejas, que passaram a ficar enfumaçadas com tantos fumantes. A situação chegou a um ponto tão grave que o Papa Urbano VIII precisou condenar os fumantes à excomunhão.
Na Inglaterra, os primeiros relatos de seu consumo datam de 1588. Foi quando Thomas Harriot, um cientista e explorador inglês escreveu
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