Historia do açucar refinado
Por: electrox • 29/3/2016 • Seminário • 1.158 Palavras (5 Páginas) • 244 Visualizações
“Bicho de Sete Cabeças” e a Reforma Psiquiátrica:
Este filme é chocante, pois apresenta a realidade dos hospícios Manicomiais mostra cenas cruéis e de violência desumana.
Neto, que é representado pelo ator Rodrigo Santoro, foi flagrado com um cigarro de maconha em sua mochila. O pai que já não tinha muito diálogo com o filho se desespera e interna Neto em um hospital psiquiátrico (manicômio). No manicômio, Neto sofre agressões, é obrigado a tomar medicamentos, que são prescritos sem que o médico faça uma análise do seu caso. O “tratamento” que o personagem recebe é completamente desumano e ineficaz. O local é desestruturado e mais parece com um “depósito de pessoas”. Depois de meses internado, o personagem é liberado do hospital. Neto tenta se inserir novamente na sociedade, inclusive consegue uma oportunidade de emprego. Em uma festa, após tentar transar com uma garota e não ter ereção, Neto, acaba se envolvendo em um conflito. Esta foi uma das sequelas que o personagem adquiriu no “tratamento” prestado pelo hospital. Perdido, arrasado e desequilibrado, Neto é novamente internado no centro de tratamento psiquiátrico.“Pro lado de cá, não tem acesso, mesmo que me chamem pelo nome, mesmo que admitam meu regresso. Toda vez que eu vou, a porta some, a janela some na parede. A palavra, de água, se dissolve…”. A mensagem expressa que o paciente que sai do hospital, não consegue se integrar novamente na sociedade, ela não dá espaço para o sujeito, pois é preconceituosa. Quem foge de um “padrão de normalidade” é excluído friamente. Em uma cena no hospital psiquiátrico, um “velho louco” entrega a Neto um gorro e diz: “É pra agasalhar aqui.”, apontando para a cabeça. Na verdade o que o velho quer dizer é que o jovem deve se manter sóbrio diante do ambiente enlouquecedor. E também no mundo a fora, da sociedade que é muito cruel também. O filme mostra uma realidade parcial em que vivem os pacientes nestes hospitais. Promove uma reflexão com relação aos tratamentos, e deixa claro que esse tipo de tratamento é deprimente e ineficaz. Permite-nos refletir sobre o que é “normal”.
A reforma psiquiátrica e os manicômios
A reforma psiquiátrica atuou transformando valores, entre eles, os valores sociais. No filme Bicho de Sete Cabeças fica bem clara a atitude da sociedade com qualquer pessoa que demonstra algum comportamento diferente, ou seja, que está fora daquilo que a mesma considera normal. Neto é considerado pelo pai como viciado em drogas, por ter sido encontrado um cigarro de maconha nas suas coisas: comportamento esse suficiente para justificar a internação do rapaz num manicômio. Ó tratamento que Neto recebia era um tratamento desumano, pois o hospital não tinha condições de infra estrutura como Alimentação e limpeza. Não tinha equipe médica enfermeiros e muito menos matérias para tratar estes doentes. O tratamento era na base da violência como retrata no filme cenas de violência eles utilizavam o choque para punir os pacientes este choque deixava sequela no paciente.
Para os pacientes serem internados não se passava por nenhuma avaliação medica, como Neto, que não teve nenhuma avaliação médica, nenhum exame, nem mesmo a consulta clínica de um profissional, justificando a sua estada na instituição.
No Manicômio o médico só aparecia uma vez por semana e mostrava um total desprezo e descaso com as pessoas internadas, nem sequer parando para ouvi-los.
Assim, o personagem continua clamando por alguém que o ouça e o compreenda. O médico, autoridade absoluta e inquestionável até então do saber psiquiátrico, se mostra frio e indiferente ao tratar o paciente, da mesma forma a enfermagem, estes que estão ali pra proporcionar conforto e segurança ao paciente, mostrando total negligencia ao decorrer do filme.
Não há uma preocupação diária com a higiene e com a privacidade dos pacientes, já que vemos num dado momento do filme, os pacientes nus no pátio. A assistência do hospital estava baseada somente na internação, ou seja, a exclusão do paciente da sociedade. Neto foi excluído do convívio da família, dos amigos, da escola. Alguns métodos desumanos são evidenciados no filme, que foi o alvo da construção da crítica a esse tipo de hospital, que usavam medicamentos fortíssimos, onde muitos pacientes ficavam em estado vegetativo e sem pensamentos, produziam alucinações, além de pacientes serem trancafiados, a exemplos do personagem que é preso por dias seguidos num cubículo escuro e fétido pelo enfermeiro, que o acha indisciplinado. Muitos sofrem agressões físicas, além dos choques elétricos: práticas comuns em tais ambientes.
No dizer do prof. Doutor Emílio Mira y López os tratamentos de choque usados na década de 50: Cardiasol, como insulínico e eletrochoque, poderiam ser comparados a uma técnica de pegar os pacientes e ameaça jogá-los num precipício, se os pacientes melhoravam com o tratamento de choque seria pela consciência de que entre continuar a recebê-los e se adaptar ao hospital psiquiátrico, seria melhor optar pela segunda alternativa, não só por uma questão de medo, mas também para preservar a vida.
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