História De Sorocaba
Seminário: História De Sorocaba. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: felixpert • 6/4/2014 • Seminário • 1.883 Palavras (8 Páginas) • 225 Visualizações
História de Sorocaba
Cerca de 1589, Afonso Sardinha, "O Velho", seu filho homônimo conhecido como "O Moço", e o técnico em minas, Clemente Álvares, estiveram no morro Araçoiaba, à procura de ouro. Encontrando minério de ferro, imediatamente comunicaram ao Governador Geral o achado. Em 1599, aqui esteve o Governador D. Francisco de Souza, levantando um pelourinho na nova Vila de Nossa Senhora de Monte Serrat e mandando mineiros explorarem os córregos, rios, montanhas da redondeza, em busca de ouro. Não o encontrando, após seis meses, retirou-se D. Francisco, tendo início a decadência da Vila, que acabou por se mudar, por ordem do mesmo Governador, em 1611, para Itapeboçu ou Itavuvu, ficando sob a invocação de São Felipe, em homenagem ao Rei da Espanha. Também esta povoação teve vida efêmera.
Em 1654, O Capitão Baltazar Fernandes, já tendo construído a Igreja de Nossa Senhora da Ponte, atual Igreja de Sant'Ana, do Mosteiro de São Bento, e sua casa de moradia no Lajeado, para cá se mudou com familiares e escravatura, fundando novo povoado ao qual deu o nome de Sorocaba, denominação essa que tem sua origem no Tupi-guarani, e significa terra (aba) fendida ou rasgada (coro). Para auxiliar o povoamento e motivar a vinda de novos habitantes para a localidade, doou à Igreja, grande gleba de terras aos Beneditinos de Paranaíba, com a condição de que construíssem o convento e mantivessem ali uma escola para quem desejasse dedicar-se aos estudos.
Em 1661, estando o Governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides em São Paulo, Baltazar Fernandes rumou para lá, para encontrar-se com ele. Por iniciativa própria ou por recomendação dele, que era grande amigo da família, requereu a dois de março a elevação de Sorocaba à categoria de Vila, conseguindo o despacho no dia seguinte, em que se permitia a mudança do pelourinho de Itavuvu para cá, com o nome de Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Também no mesmo dia 3 de março, foram nomeados os primeiros componentes da Câmara Municipal, juízes: Baltazar Fernandes e André de Zunéga; vereadores: Cláudio Furquim e Paschoal Leite Pais; procurador: Domingos Garcia e escrivão: Francisco Sanches.
Bandeirante que era o fundador, bandeirantes continuam os moradores de Sorocaba. Assim é que Paschoal Moreira Cabral, os irmãos Antunes Maciel, os Sutil de Oliveira, os Almeida Falcão e muitos outros, desbravaram primeiramente o sul do Brasil; mais tarde aprofundaram-se para o sul do Mato Grosso, onde montaram um entreposto para comerciar com os espanhóis e ponto de partida para explorações por toda a extensão das selvas amazônicas.
Em 1733, passa por Sorocaba a primeira tropa de muares, conduzida pelo Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, fundador do Rio Grande do Sul, inaugurando um novo ciclo histórico - o do Tropeirismo. Com o passar dos anos e o acréscimo do número de tropas, Sorocaba tornou-se sede das Feiras de Muares, reunindo-se aqui brasileiros de todos os quadrantes, a venderem ou comprarem animais e, ao mesmo tempo, ajudando a integração cultural dos vários rincões pátrios. A cidade, por força de sua situação geográfica privilegiada, transformou-se no eixo geoeconômico, entre as regiões norte e sul do Brasil: enquanto que o norte, a economia se baseava na mineração e na exploração das imensas reservas florestais, no sul, a motivação econômica era a produção de animais de carga e de corte, esta completando aquela.
A grande densidade demográfica, transitória na época das feiras de Muares, e principalmente o afluxo de gente endinheirada, ajudaram o desenvolvimento do comércio e da indústria caseira, ficando famosos no Brasil as facas e facões sorocabanos, e também as redes aqui tecidas. Também eram muito apreciados os doces e as peças de couro para montaria, havendo inúmeros ourives que se dedicavam exclusivamente a fabricar enfeites em ouro e prata para selas e arreios, estribos, cabos de chicotes e facas.
As importâncias arrecadadas no Registro de Animais, criado em 1750, eram tão expressivas que o emprego mais cobiçado existente era justamente o de Diretor do Registro, por onde passavam homens ilustres, como o próprio Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.
Com o desenvolvimento das Feiras e consequentemente crescimentos da mão de obra especializada das indústrias caseiras apareceram logo em 1852, as primeiras tentativas fabris: a do algodão, de Maciel Lopes de Oliveira e a de seda, em teares fabricados pelo próprio pioneiro, Francisco de Paula Oliveira e Abreu. Ambas não passaram de ensaios, porquanto a de seda pereceu por falta de apoio financeiro e a de algodão, por causa da Guerra de Secessão Americana, que, privando as fábricas de tecidos ingleses da matéria-prima indispensável, elevou os preços a tal ponto que era mais vantajoso exportar o algodão para a Inglaterra a tecê-lo aqui. Com isso, pioneiramente, no Brasil, Sorocaba plantou o algodão herbáceo em substituição ao arbóreo, em grande quantidade, enviando-o em lombo de burro até Santos, de onde seguia para a Inglaterra.
As primeiras sementes de algodão foram plantadas aqui em 1856, desenvolvendo-se grandemente, a ponto de se pensar na construção de uma Estrada de Ferro para facilitar a exportação do produto. Luiz Matheus Maylasky, o maior comprador de algodão da zona, em 1870, em reunião com próceres sorocabanos, aventou a ideia da fundação da mesma, levando-a a bom termo ao fim de 5 anos. A 10 de julho de 1875, é inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana.
Após o termino da guerra, os americanos principiaram novamente as plantações de algodão em quantidade suficiente para exportação, fazendo a matéria-prima brasileira menos procurada. Com a menor exportação e os preços aviltados, os sorocabanos endinheirados começaram novamente a pensar no aproveitamento local do algodão, e assim Manoel José da Fonseca, em 02 de dezembro de 1882, inaugurou sua Fábrica de Tecidos Nossa Senhora da Ponte, que existe até hoje. Logo, em 1890, apareceram as Fábricas de Santa Rosália e Votorantim, e a seguir muitas outras, tornando Sorocaba uma cidade industrial.
Já na década de 1860 houve uma fábrica de chapéus, do húngaro Antônio Rogich, que perdurou até 1932, quando encerrou sua produção.
A Estrada de Ferro Sorocabana foi também um dos fatos que muitos colaboraram para o maior desenvolvimento industrial local, transformando Sorocaba num dos maiores parques industriais do interior de São Paulo.
O ensino em nossa cidade vem dos primórdio da fundação, quando os Beneditinos tiveram sua escola de cantochão e Latim, em cumprimento às disposições contratuais
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