Imigrantes Italianos
Trabalho Escolar: Imigrantes Italianos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: douglas.acioli • 3/6/2014 • 2.939 Palavras (12 Páginas) • 411 Visualizações
Imigrantes Italianos
I - Introdução
Ao longo da segunda metade do século XIX e no século XX imigrantes italianos deslocaram-se para São Paulo para o trabalho na lavoura do café. Chegaram ao Brasil a partir de 1875, vindos principalmente do norte, estabelecendo-se, primeiramente, no Rio Grande do Sul, na região serrana e, posteriormente, em Santa Catarina. Com a introdução de novas técnicas originaram centros industriais metalúrgicos, têxteis, vinícolas e de couro que até hoje caracterizam a região.
Em São Paulo a origem da imigração foi iniciativa dos cafeicultores necessitados de mão-de-obra, no momento em que foi deflagrado o processo cafeeiro no oeste paulista conhecida como sistema de colonato. Iniciado o processo de industrialização, na terceira década do século, os italianos procuraram as cidades, participando desse processo como mão-de-obra e como investidores.
Foram muitas as nacionalidades de imigrantes que vieram para o Brasil desde as primeiras décadas do século XIX, mas o italiano, mesmo não sendo o "mais branco e instruído", ficou marcado como um imigrante adequado e confiável para a execução das tarefas que o Brasil dele esperava.
A importância deste grupo no movimento migratório europeu que teve como destino o Brasil, é enorme por várias razões:
- Uma delas é de ordem quantitativa: entre 1870 e 1920, momento áureo do largo período denominado como da "grande imigração", os italianos corresponderam a 42% do total dos imigrantes entrados no Brasil, ou seja, em 3,3 milhões pessoas, os italianos eram cerca de 1,4 milhões.
- Outras são de natureza qualitativa: o italiano reuniu as duas condições de imigração mais valorizadas por autoridades públicas, por intelectuais e por empresários privados. A proximidade de língua, religião e costumes, fez o imigrante italiano mais facilmente assimilável por nossa sociedade do que os alemães ou japoneses, por exemplo; além disto, correspondeu aos ideais de branqueamento de nossa população, acreditado como desejável para que nos tornássemos mais "civilizados" diante de nossos próprios olhos e aos olhos do mundo.
II - Desenvolvimento
1 - Razões da emigração italiana
Os italianos, como todos os demais imigrantes, deixaram seu país basicamente por motivos econômicos e sócio-culturais. A emigração, que era muito praticada na Europa, aliviava os países de pressões sócio-econômicas, além de alimentá-los com um fluxo de renda vindo do exterior, em nada desprezível, pois era comum que imigrantes enviassem economias para os parentes que haviam ficado.
No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade de sobreviver seja nas pequenas propriedades que possuía ou onde simplesmente trabalhava, seja nas cidades, para onde se deslocava em busca de trabalho.
Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo, como era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias. Assim, é possível entender a saída de cerca de 7 milhões de italianos no período compreendido entre 1860 e 1920.
Chegada dos imigrantes italianos, pintura de 1910 de Antonio Rocco
2 - Imigração subvencionada
A imigração subvencionada, onde os italianos recebiam facilitação ou concessão de auxílio em dinheiro para a compra de passagens de imigrantes e para sua instalação inicial no país. Aprovada em 1871, logo após a Lei do Ventre Livre, foi, inicialmente, uma iniciativa de fazendeiros. No decorrer do tempo, entretanto, a participação destes foi sendo transferida cada vez mais para os governos, provinciais e imperial, até 1889, e posteriormente estaduais e federal.
A imigração subvencionada se estendeu de 1870 a 1930 e visava a estimular a vinda de imigrantes: as passagens eram financiadas, bem como alojamento e o trabalho inicial no campo ou na lavoura. Os imigrantes se comprometiam com contratos que estabeleciam não só o local para onde se dirigiriam, como igualmente as condições de trabalho a que se submeteriam.
Como a imigração subvencionada estimulava a vinda de famílias, e não de indivíduos isolados, nesse período chegavam famílias numerosas, de cerca de uma dúzia de pessoas, e integradas por homens, mulheres e crianças de mais de uma geração.
Desembarque dos imigrantes italianos na estação de hospedaria em São Paulo no ano de 1907
3 - Regiões de origem
Os primeiros imigrantes a deixarem a Itália na época da "grande imigração" (1870-1920), foram sobretudo os vênetos, cerca de 30% do total, seguidos dos habitantes de Campânia, Calábria e Lombardia. Esse primeiro grupo foi sucedido por emigrantes da região sul.
Se os vênetos eram mais loiros do que a maioria dos italianos, eram pequenos proprietários, arrendatários ou meeiros, para quem a possibilidade do acesso à terra era um estímulo decisivo para o empreendimento da arriscada viagem; os imigrantes do sul eram morenos, mais pobres e rústicos, geralmente camponeses que não dispunham de nenhuma economia e eram chamados de braccianti
O mapa montra as províncias que vieram os imigrantes italianos no período de 1870 à 1920 e os principais portos italianos que eles embarcaram para o Brasil.
Emigração italiana para o Brasil, segundo as regiões de Procedência - período 1876 - 1920
Regiões de procedência Emigrantes
Vêneto 365.710
Campânia 166.080
Calábria 113.155
Lombardia 105.973
Abruzzi/Molizi 93.020
Toscana 81.056
Emília Romana 59.877
Brasilicata 52.888
Sisília 44.390
Piemonte 40.336
Puglia 34.833
Marche 25.074
Lázio 15.982
Úmbria 11.818
Ligúria 9.328
Sardenha 6.113
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