Impactos dos Dois Primeiros Governos de Perón na Argentina (1946-1955)
Por: Loira Felzener • 4/11/2019 • Monografia • 7.422 Palavras (30 Páginas) • 163 Visualizações
Impactos dos dois primeiros governos de Perón na Argentina (1946-1955)
O general Juan Domingo Perón foi um dos presidentes mais influentes da Argentina durante o século XX. Ele foi presidente três vezes: de 1946 à 1951, 1952 à 1955 e 1973 à 1974. No entanto, uma parte significativa do financiamento de suas reformas econômicas e programas sociais foi ocultada ao povo argentino. Hoje, quase 70 anos após as primeiras políticas inflacionárias sistemáticas implementadas por Perón e após quatro mudanças na moeda argentina, a inflação e a ocultação ainda estão vivas.
Perón via o corporativismo fascista como um método útil de organização social, pelo qual a participação de classe socialmente harmoniosa levaria a uma distribuição justa da produção nacional e iludiria assim a guerra de classes prevista pelo socialismo marxista. De fato, a terceira posição de Perón, que consistia em se posicionar contra o capitalismo internacional e o comunismo internacional, era nada menos que o corporativismo fascista.
No ano de 1946 que Juan Domingo Perón subiu a presidência, aclamado pelas massas e pelos sindicatos, ganhou com uma porcentagem esmagadora a oposição formada por bloquistas e conservadores, que obtiveram apoio em apenas duas províncias. Perón possuía uma centralização de poder enorme no congresso, senadores e deputados que o apoiavam em sua maioria eram do partido dos Trabalhadores, que havia sido criado recentemente.
A eleição por voto popular e democrático concedeu legalidade ao governo de Perón. Não obstante, os setores derrotados não deixavam de aliar a imagem de Perón ao regime autoritário iniciado com a Revolução de Junho e viam neste termo democrático, iniciado em 1946, continuidade do regime militar golpista. Essa teoria político-econômica visa organizar a sociedade em corporações ou associações de pessoas com um interesse econômico comum subordinado ao Estado. Sob essa filosofia, trabalhadores, empregadores, profissionais e outros grupos são organizados em sindicatos e associações comerciais controlados pelo Estado em cada campo da atividade econômica. Essas empresas negociariam então acordos de negociação coletiva para trabalhadores e empregadores em seus campos.
Como todas as empresas seriam subordinadas ao estado, o ministério das empresas arbitraria em qualquer disputa. Além disso, delegados de cada corporação seriam nomeados para um parlamento corporativo ou legislatura. No centro do sistema fascista, há o líder, que alcançaria o poder político através de um golpe de estado ou eleições democráticas. Uma vez no poder, o líder substituiria o sistema democrático multipartidário por um sistema unipartidário e governaria por decretos ou decretos-leis (ou seja, decretos emitidos pelo líder e aprovados por um parlamento corporativista) executando políticas sociais e econômicas nacionalistas.
Essa teoria político-econômica visa organizar a sociedade em corporações ou associações de pessoas com um interesse econômico comum subordinado ao Estado. Sob essa filosofia, trabalhadores, empregadores, profissionais e outros grupos são organizados em sindicatos e associações comerciais controlados pelo Estado em cada campo da atividade econômica. Essas empresas negociariam então acordos de negociação coletiva para trabalhadores e empregadores em seus campos. Como todas as empresas seriam subordinadas ao estado, o ministério das empresas arbitraria em qualquer disputa. Além disso, delegados de cada corporação seriam nomeados para um parlamento corporativo ou legislatura.
No centro do sistema fascista, há o líder, que alcançaria o poder político através de um golpe de estado ou eleições democráticas. Uma vez no poder, o líder substituiria o sistema democrático multipartidário por um sistema unipartidário e governaria por decretos ou decretos-leis (ou seja, ddecretos emitidos pelo líder e aprovados por um parlamento corporativista) executando políticas sociais e econômicas nacionalistas
É importante dizer que embora Perón tenha tido uma base de apoio política vinda do sindicato, sua intenção era conseguir a aprovação do maior número de grupos possível, afim de criar um consenso em relação à sua imagem, ainda que durante sua campanha tenha se referido aos capitalistas como pessoas com interesses mesquinhos e oligarcas (PLOTKIN, 2007, p.16).
De acordo com Di Tella (2017), um dos setores que não esbanjavam simpatizantes de Juan Perón era na Agricultura, embora no início de seu mandato tenha proposto a implementação de uma reforma agrária o governo se mostrou indisposto com a tentativa, fazendo com que Juan recuasse.
Torres expõe como a promessa de modificar o país que se encontrava dominado pelo setor agrícola, consequentemente pela oligarquia, que cada vez mais
As dificuldades com as exportações de cerais e carne por parte dos produtores familiares locais, que já aconteciam desde os anos 30 devido aos grandes cerealistas instalados no país, continuavam no início do governo peronista, mas logo foram resolvidos (resolvidos como?).
O mercado nacional foi assegurado pela política de industrialização do país lançado em 1947, em um plano quinquenal (falar mais sobre o plano), que tinha como princípio um rígido controle nas importações e altos impostos aduaneiros.
Entre 1939 e 1941, Perón foi um adido militar na Itália, onde foi exposto às idéias corporativistas fascistas de Mussolini que mais tarde influenciariam fortemente suas presidências. A educação militar de Peron o tornou extremamente nacionalista e anticomunista. Ele estava muito preocupado com a forma de evitar a guerra de classes, a eventual ascensão da ditadura do proletariado e o desaparecimento de estados que o socialismo marxista havia previsto que aconteceriam.
A oposição ao governo era composta em sua maioria por pessoas da classe média, intelectuais e produtores agropecuários, porém os setores comerciais e industriais alteraram suas posições ao longo do seu governo:
[...] por um lado, não gostavam da política de agitação social e promoção do ativismo sindical, mas, por outro, beneficiavam-se do protecionismo e da expansão do consumo popular, que criava uma ativa demanda. (DI TELLA, 2017, p.315)
As estatizações das empresas estrangeiras foram uma mudança importante no serviço público, assim como a compra de trens ingleses que gerou um crescimento exponencial de novos empregos no sistema ferroviário. Di Tella (2017) aponta que a criação da empresa de Gás na capital Buenos Aires, e a instalação do primeiro grande gasoduto, também foi um passo importante do governo em direção ao desenvolvimento pela via do nacionalismo econômico.
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