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MOCAMBOS DE PALMARES: HISTÓRIAS E FONTES (SÉCULOS XVI-XIX)

Por:   •  13/6/2018  •  Relatório de pesquisa  •  2.425 Palavras (10 Páginas)  •  359 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

SELEÇÃO DE FLÁVIO DOS SANTOS GOMES – MOCAMBOS DE PALMARES: HISTÓRIAS E FONTES (SÉCULOS XVI-XIX)

BRUNO DE OLIVEIRA SANTOS – 135.271 – PERÍODO NOTURNO

Critica documental:

1.Acordo entre as câmaras de Porto Calvo e Alagoas acerca da extinção dos Palmares (1668).

        Escrita em dezembro do ano de 1668, em meados a segunda quinzena do mês de dezembro, a carta relata um acordo feito entre as câmaras das vilas do Bonsucesso de Porto Calvo e da vila das Alagoas. O autor do documento é Nicolau Gonçalves Figueira, entretanto é transcrito pelo capitão e escrivão Pero Bezerra. A finalidade do documento é mostrar o motivo pelo qual a união é feita, visto que as duas vilas estavam com intuito de fazer guerra contra os negros que segundo os moradores destas vilas, roubavam lavouras e casas, levando até escravos desses lugares.[1]

        No documento em si, não é dito exatamente para quem a carta seria destinada, entretanto o governador na época foi Bernardo de Miranda Henriques, que antes de assumir o governo da capitania de Pernambuco, foi capitão-mor da Armada da Índia (1664).

2. Ordem do governador Bernardo de Miranda Henriques ao capitão-mor das Alagoas acerca dos pretos dos Palmares (1669).

        Podemos analisar que o documento é enunciado por três pessoas diferentes e redigida pelo escrivão e capitão da câmara Pero Bezerra. Tratando-se de uma carta, a primeira e maior parte é dita pelo governador da capitania de Pernambuco Bernardo de Miranda Henriques dirigindo-se a André Gomes, capitão-mor da vila das Alagoas. A ordem do governador é para que o capitão-mor repasse aos moradores da região que mantém negros como escravos e outros negros que forem capturados, que mandem estes à Recife para que possam ser vendidos e deixarem imediatamente a capitania, estipulando um prazo de trinta dias a partir do anuncio. O documento não aponta em exatidão uma data que foi escrito, mas dito que o governador informa que dará seu sinal em 21 de março de 1669, o documento fora escrito neste período, visto que os escravos que eram reconduzidos estimulavam fugas de novos grupos ou se comportavam como espiões dos mocambos[2]. O documento consiste ainda em duas notificações referente a ordem de Bernardo de Miranda Henriques: A primeira do ajudante Gonçalo Rodrigues, informando que a mando de André Gomes, leu a carta ao capitão Gonçalo Moreira da Silva e a mando do mesmo, comunicou os moradores sobre a ordem do governador. A segunda notificação é do sargento Manuel Nunes Vieira, informando no documento que a mando do capitão-mor, leu e transmitiu a mensagem para outros capitães. Bernardo de Miranda Henriques governou Pernambuco entre 1667-1670, depois foi nomeado como alcaide-mor da Bahia, entretanto vendeu seu cargo para Francisco Telles de Menezes.

3. Carta do governador Fernão de Souza Coutinho sobre o aumento dos mocambos dos negros levantados que assistem nos Palmares (1671).

        O documento em questão trata-se de uma carta, escrita e assinada pelo então governador da capitania de Pernambuco, Fernão de Souza Coutinho, direcionada ao príncipe regente (D. Pedro) informando sobre a organização dos negros fugidos nas terras dos Palmares. O documento é de junho de 1671 e é uma determinação para que a guerra mude para Porto Calvo, justificando uma maior probabilidade de arrasarem os mocambos, além de pedir embargos para que seus recrutados tenham suprimentos para a batalha. Antes de assumir o governo de Pernambuco, Fernão de Souza Coutinho exerceu o cargo de capitão-general na Capitania-Geral do Reino de Angola entre 1624-1630 o que é brevemente citado no documento.

4. Consulta do governador de Pernambuco em que dá conta dos novos excessos e tiranias que fazem os negros dos Palmares em todas aquelas capitanias (1685).

        Escrito em 7 de novembro de 1685, o governador de Pernambuco João da Cunha Sotto Maior, antecedido como o mesmo cita no documento, por Dom João de Souza. Era administrador colonial e capitão-general da coroa. A carta é encaminhada à coroa com a finalidade de mostrar suas ações contra os quilombos dentro de seu governo em consequência dos crimes que os quilombolas cometem na capitania. Não há muitas informações sobre seu governo em Pernambuco, sabe-se que foi fidalgo da Casa Real e comendador de São Mamede de Trovisco na Ordem de Cristo.

5. Carta do governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro sobre a gloriosa restauração dos Palmares (1964).

        Documento que foi escrito em 18 de fevereiro de 1694 pelo governador Caetano de Melo e Castro, enviada para o rei D. Pedro II, informando sobre as vitórias nos Palmares e a expulsão dos holandeses, mostrando o êxito que teve em seu governo, que durou de 1693-1699. A repressão na revolta dos escravos de Palmares deliberadamente é a sua maior façanha no poder da capitania de Pernambuco. Posteriormente, recebeu o cargo de governador e vice-rei da Índia Portuguesa onde mais uma vez, a repressão foi sua caraterística fundamental, agora contra os ataques dos árabes, onde montou uma esquadra.

 6. Carta autografada de Domingos Jorge Velho, escrita do Outeiro do Barriga, campanha dos Palmares em que narra os trabalhos e sacrifícios que passou e acompanha a exposição de Bento Sorriel Camiglio procurador dos Paulistas (1694).

        Escrita por Domingos Jorge Velho, bandeirante brasileiro que comandou as tropas que destruiu o Quilombo dos Palmares, sendo o bandeirante que mais se destacou em sua função. Escreveu a carta direcionada ao Rei em 15 de julho de 1694, em fevereiro havia destruído o Mocambo do Macaco, principal mocambo dos Palmares, o que fez com que seu líder Zumbi fugisse.[3] No documento em questão, Domingos Jorge Velho relata sua guerra contra os indígenas e a falta de recompensação por parte da coroa visando seus atos, levando-o ao prejuízo, pedindo assim, auxílio para o Rei, a fim de continuar na função.

7. Carta do governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro, dando conta de se ter conseguido a morte do Zumbi, a qual descreve (1696).

        Com o êxito e a morte do Zumbi, o documento relata ao Rei de forma resumida como fora os momentos finais, a emboscada e a consequência de Zumbi que, mesmo morto, teve sua cabeça mutilada e posta em praça pública. O documento é de poucos meses após a morte do líder quilombola, 14 de março de 1696.

Fichamento:

Acordo entre as câmaras de Porto Calvo e Alagoas acerca da extinção dos Palmares (1668).

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