MULHERES NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - AS CONTRIBUIÇÕES DE EVA BRAUN, COCO CHANEL E MARLENE DIETRICH
Por: Jéssica Acosta • 11/2/2016 • Artigo • 2.009 Palavras (9 Páginas) • 581 Visualizações
MULHERES NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - AS CONTRIBUIÇÕES DE EVA BRAUN, COCO CHANEL E MARLENE DIETRICH
Jéssica Acosta Gomes*
Rosângela Martins[1]*
RESUMO: Este estudo pretende analisar a participação de três mulheres na Segunda Guerra Mundial: Eva Braun, Coco Chanel e Marlene Dietrich. Abordando suas personalidades, escolhas e contribuições durante a guerra.
PALAVRAS-CHAVE: Nazismo; Chanel; Segunda Guerra Mundial; Marlene Dietrich; Hitler; Eva Braun.
Pode-se dizer que uma guerra é constituída de aliados, inimigos e neutros. Em relação à Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, três mulheres encaixam-se, respectivamente, de forma irônica nesses papéis, são elas: Coco Chanel, Marlene Dietrich e Eva Braun. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a personalidade de cada uma dessas mulheres e suas colaborações na Segunda Guerra.
Eva Braun e sua Neutralidade
Eva Braun foi uma criança alegre, afetiva e popular. Segundo Angela Lambert (2007, p. 48) Eva ainda criança "Já vivia mais em função das sensações e emoções do que do mundo racional de conhecimento e lógica". Fritz Braun, pai de Eva, preocupava-se muito com o futuro de suas filhas, seu objetivo, prepará-las para um bom marido, foi interrompido pela teimosia de Eva.
Com dezessete anos, após voltar de uma temporada em um colégio de freiras, Eva largou os estudos contra a vontade de seus pais. Tinha o sonho de ser atriz ou atleta profissional, profissões que lhe trariam fama. Mas um emprego como assistente na loja e estúdio fotográfico de Heinrich Hoffmann, fotógrafo oficial do partido nazista e também amigo de Hitler, foi o que ela conseguiu. Nesse emprego Eva Braun conheceu Adolf Hitler. Nessa época Hitler estava tendo um caso com sua sobrinha Geli Raubal, que foi encontrada morta em seu apartamento. Este fato deixou Hitler perturbado, e Eva não perdeu a chance de confortá-lo.
Não é difícil entender a admiração de Eva por Hitler, na Alemanha ele era visto como alguém que poderia salvar o país de todas as humilhações sofridas anteriormente, e além disso, havia todo o erotismo e a virilidade que o poder de Hitler transmitia.
Ao contrário de Geli, com quem tinha brigas constantes, Eva era submissa e tinha verdadeira devoção por seu amado. Com o tempo, ela se tornou indispensável para Hitler, mas, por razões políticas, essa relação foi mantida de forma oculta. Um casamento iria prejudicar a imagem projetada de Hitler como um ser superior, imagem construída não somente por esse fato, mas também por outros hábitos que o afastavam da normalidade, como o fato de não beber, não fumar e ser vegetariano.[pic 1]
Adolf Hitler e Eva Braun - Nos primeiros dez anos juntos, o comportamento deles na frente dos outros é impecavelmente formal. (LAMBERT, 2007, p. 224)
Eva mostrava fidelidade, lealdade e notável desinteresse pela política. Ela jamais fazia perguntas incômodas, e tinha todos os requisitos que Hitler julgava idéias para uma mulher:
[...] Hitler não estava atrás de uma “fêmea alfa”, mas de alguém capaz de criar a rotina simples de que tanto gostava, de fazê-lo relaxar. Logo todos em Obersalzberg tiveram de admitir, com algum alívio, que Eva de fato deixava Hitler mais à vontade. Sua presença no Berghof criava uma atmosfera mais confortável, pois, uma vez que estivesse relaxado, os outros também podiam relaxar. Ela constituía um refúgio das tensões e pressões de sua vida pública e das maratonas emocionais de seus discursos. (LAMBERT, 2007, p. 208)
Apesar da alegria que aparentava, Eva vivia muitos momentos de solidão e por duas vezes tentou se suicidar. Sua rotina resumia-se a experimentar roupas, maquiar-se, fazer longas caminhadas, praticar ginástica, fazer filmes e fotos de forma amadora. Com o inicio da guerra, em 1939, sua única preocupação eram em relação às visitas de Hitler, que agora, ficariam menos freqüentes, e os atentados que seu Führer sofria. A relação de Hitler e Eva teve quatorze anos de duração, em 29 de abril de 1945, Hitler reconheceu a lealdade de Eva e, as vésperas do suicídio de ambos, oficializou a união. Poucas horas antes de morrer Eva Braun tornou-se oficialmente Frau Hitler.
Coco Chanel como uma Aliada
Gabrielle Chanel nasceu pobre e, após a morte da mãe, quando tinha 12 anos, foi abandonada por seu pai, junto com suas irmãs, no orfanato mais importante da região. Naquela época, uma menina pobre educada em um convento não tinha boas perspectivas sobre vida. Chanel temia que aos dezoito anos tivesse que trabalhar como vendedora de uma loja, e foi o que acabou acontecendo.
Aos vinte anos as freiras arrumaram-lhe um emprego como vendedora em Moulins, em uma loja que vendia meias, luvas, e outros artigos. Esses artigos eram comprados apenas por burgueses, e a loja era como um ponto de encontro de elegância daquele local. Moulins era uma guarnição militar, e ali havia mais de um regimento, dentre eles, o 10º Regimento de Cavaleiros-Caçadores onde haviam muitos filhos de famílias tradicionais (CHARLES-ROUX, 2007)
Logo Chanel se tornou a queridinha dos tenentes, mas um em especial foi o primeiro que a amou, Étienne Balsan. Balsan levou Chanel para morar em seu castelo, e foi graças a ele que a jovem Chanel entrou na alta sociedade francesa, mesmo sendo malvista por alguns devido ao seu passado humilde e por morar com Balsan ainda que não fossem casados.
Foi em meio à alta sociedade que Chanel conheceu o inglês Arthur Capel, o Boy, que financiou suas primeiras lojas. Através desses fatos pode-se perceber o quanto Chanel sabia se “aproveitar” das oportunidades que surgiam, mesmo que essas oportunidades representassem uma afronta à sociedade e suas tradições.
No período da Segunda Guerra Mundial, diversas maisons abriam, enquanto outras fecharam suas portas. Chanel fechou seu ateliê da rua Cambom, mas sua butique de perfumes e acessórios permaneceu aberta. Antes da guerra, o capital da marca Chanel foi dividido entre Chanel, 10%; irmãos Wertheimer, 70%; e o grupo Bader-Galerias Lafayette, 20%. Sobrevivendo com a venda de seu perfume Chanel nº5, ela passa a viajar muito, e se entrega a sua relação com o oficial alemão Hans Günther Von Dincklage, conhecido como Spatz (pardal, em alemão) em referencia ao pássaro que está em todos os lugares. (CHARLES-ROUX, 2007). Com o decreto de leis anti-semitas, chanel tenta recuperar a parte pertencente a Pierre e Paul Wertheimer, que a ajudaram no inicio de sua carreira, e tiveram grande contribuição para o sucesso do perfume Chanel nº5:
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