Manoel salgado Escrita da historia e ensino de historia tensões e paradoxos
Por: Geisa Dos Santos • 4/7/2019 • Trabalho acadêmico • 740 Palavras (3 Páginas) • 439 Visualizações
A escrita da história e o ensino de história. As relações entre a escrita e o ensino da história, compreende -se que
ambas as operações, como marcas distintivas de duas dimensões indissociáveis, da construção do conhecimento histórico e do próprio ofício do historiador. A partir de uma indagação sobre as condições que tornaram possível a própria constituição da história como objeto de uma pedagogia escolar, isto é, como “matéria efetivamente organizada sob um sistema que prevê seu ensinamento, sua transmissão”. Sob tal perspectiva, pensar o ensino do saber histórico implica que já
estejamos situados em um momento particular da própria história da história, quando ela se apresenta instituída como disciplina científica para a qual as sociedades modernas dirigem demandas específicas. Portanto, é no conjunto dessas demandas que acompanham a sua constituição disciplinar que também se situa a configuração da história como objeto pedagógico e componente obrigatório do currículo escolar. Nesta perspectiva, formula-se a questão acerca das relações entre a escrita
da história como parte do ofício específico do historiador e essa escrita como parte do processo de formação pedagógica. A estratégia de abordagem escolhida parte da interrogação acerca do que pode estar implícito na ideia de ensino de história, para pensá-lo “como parte de um uso que se procura dar, entre tantos outros possíveis e historicamente articulados, à tarefa de escrever a história” . Portanto, a discussão acerca do seu ensino, advertida por Manoel Salgado,
não pode ser desvinculada de “uma reflexão mais geral acerca dos problemas de uma escrita da história, portanto, de uma reflexão em torno da historiografia e teoria da história”. Como argumento desenvolvido neste sentido, menos do que enfatizar as diferenças, os distanciamentos ou uma hierarquia segundo critérios de maior ou menor importância entre ambos, torna-se imprescindível compreender ensino e escrita como instâncias articuladas em um mesmo processo de produção do conhecimento histórico. Pois, continuar a pensá-los como campos autonomizados, argumentado por
Manoel Salgado, implica enormes prejuízos para a história como campo disciplinar, cujos impasses se manifestariam, sobretudo por “uma percepção da falência do ensino de história, do desprestígio do papel do professor, mesmo nos espaços sagrados da academia.”. Mas, como integrar a discussão acerca do ensino da história ao horizonte de
preocupações do exercício do nosso ofício? Através de uma primeira chave de leitura, é possível situar o ensino da história entre os usos sociais do passado, considerando também a dimensão política subentendido a esses usos, bem como as suas vinculações ao trabalho da memória coletiva e aos mecanismos da sua reprodução. Deste modo, a reflexão em torno do ensino compartilha dos mesmos pressupostos e procedimentos da investigação acerca da historiografia, no sentido de privilegiar a interrogação sobre a historicidade e os fundamentos das suas práticas.
Contudo, a questão a ser enfrentada é precisamente acerca do papel do
ensino de história em meio a uma cultura da memória, é perceptível uma abordagem reflexiva acerca das relações entre historiografia, memória e usos do passado, já sistematicamente
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