Movimentos De Libertação Em Angola
Exames: Movimentos De Libertação Em Angola. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: claudio24 • 26/6/2014 • 1.354 Palavras (6 Páginas) • 404 Visualizações
A OUA finalmente exerceu uma influencia consideravel junto aos movimentos
de libertacao. O reconhecimento oficial de um movimento de libertacao
e dos seus dirigentes pela OUA, muito amiude, determinou o seu reconhecimento
internacional. Ela colaborou para o surgimento, na qualidade de movimentos
legitimos e reconhecidos, da Frente de Libertacao de Mocambique
(FRELIMO), do Movimento Popular de Libertacao de Angola (MPLA), do
Patriotic Front, no Zimbabue, da SWAPO namibiana, do Congresso Nacional
Africano (CNA) e do Pan‑
African Congress (PAC), na Africa do Sul7. Foram
justamente as pressoes da OUA que conduziram a Uniao Nacional Africana
de Mocambique (MANU) e a Uniao Democratica Nacional de Mocambique
(UDENAMO) a formarem a FRELIMO; pressoes identicas conduziram a
Zimbabwe African National Union (ZANU), de Robert Mugabe e a Zimbabwe
African Peoples Union (ZAPU), de Joshua Nkomo, a formarem o Patriotic
Front. A ausencia de reconhecimento diplomatico pela OUA conduziu, em
contrario, a comunidade internacional a boicotar os bantustoes sul‑
africanos, o
governo Smith‑Muzorewa,
no Zimbabue e a Alianca de Turnhalle, na Namibia.
Dirigentes como Moise Tschombe, no Zaire (atual RDC) e Jonas Savimbi, em
6 A conferencia de Paris reunia 122 governos, 15 instituicoes especializadas e organizacoes intergovernamentais,
37 organizacoes internacionais nao governamentais, 52 associacoes nacionais antiapartheid
e grande numero de personalidades politicas. Ela foi presidida por Salim Ahmed Salim, ministro das
relacoes exteriores da Tanzania. Ela adotou duas declaracoes, uma sobre as sancoes a serem tomadas
contra a Africa do Sul, outra tangente a Namibia.
7 O capitulo 10 deste volume fornece precisoes sobre as origens, a ideologia, as atividades e os dirigentes
destes movimentos de libertacao nacional da Africa Central e Austral.
Pan‑
africanismo e libertacao 911
Angola, condenados pela OUA, pela sua oposicao ao pan‑
africanismo e cumplicidade
com o Ocidente, foram banidos pelo mundo negro.
A criacao da OUA e, especialmente, do seu Comite Africano de Libertacao,
teve igualmente como efeito positivo aumentar a confianca em si, o otimismo, a
determinacao e a combatividade dos nacionalistas africanos. Gracas ao apoio que
a OUA lhes concedia no plano internacional, os dirigentes nacionalistas e os seus
partidarios estavam, em sua maioria, persuadidos que eles lograriam, cedo ou
tarde, conduzir o seu pais a independencia. Esta conviccao era frequentemente
fortalecida pelos manifestos da OUA, o Manifesto de Lusaka (abril de 1969)
ou o Plano de Acao de Arusha (fevereiro de 1981), por exemplo, concernentes
a Africa Austral e a Namibia, respectivamente. De 1963 a 1973, esta atividade
nao produziu resultados concretos. Estes anos foram sobretudo consagrados a
organizacao do Comite Africano de Libertacao e dos movimentos de libertacao
nacional, a publicacao de declaracoes de principios e de manifestos, bem como
ao treinamento militar. A luta armada, ela propria, nao estava entao senao em
seus primordios.
O periodo seguinte, de 1973 a 1980, foi especialmente frutuoso, em referencia
ao que testemunham os resultados obtidos nas colonias portuguesas
(Guine‑
Bissau, Angola, Mocambique e Sao Tome e Principe), em Comores,
nas Seychelles e no Zimbabue. A atividade do Comite Africano de Libertacao
nestes paises contribuiu fortemente para possibilitar aos nacionalistas conduzirem
a guerra que permitiu libertar, progressivamente, grande parte das colonias
portuguesas, bem como reorganizarem a administracao publica e a economia.
O capitulo 7 deste volume evidenciou o papel decisivo e a vitoria em 1973, da
campanha lancada pelo Partido Africano para a Independencia da Guine e do
Cabo‑Verde
(PAIGC), na Guine‑
Bissau, com o objetivo de eliminar a dominacao
de Portugal sobre este pais. A FRELIMO, em Mocambique, e a MPLA, em
Angola, alcancaram o mesmo resultado em 1975. Os partidarios do colonialismo
tentaram oporem‑
se a estes sucessos empregando metodos barbaros, tais como
o assassinato dos dirigentes do PAIGC e do FRELIMO, Amilcar Cabral e
Eduardo Mondlane. Alem da luta armada, os nacionalistas encarregaram‑
se
da organizacao dos territorios libertados e da formacao dos seus habitantes no
tocante as tarefas da vida civil. Assim sendo, na Guine‑
Bissau, eles organizaram
a eleicao de Assembleias Populares, criaram escolas e hospitais, alem de implantarem
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