Notas de leitura: Navarrete Linares, Federico
Por: Gabriela Galdino de Araujo • 2/4/2024 • Resenha • 511 Palavras (3 Páginas) • 89 Visualizações
Notas de leitura: Navarrete Linares, Federico. “Las fuentes indígenas más allá de la dicotomía entre historia y mito”. Estudios de cultura Náhuatl, v. 30, 1999, 231-256.
O texto disseca o problema histórico que envolve a existência/significado de Aztlan, expondo as vertentes de análise mística e histórica. Os defensores da abordagem mística acreditam que os textos que falam sobre a migração de Aztlan não podem ser considerados fontes históricas, pelo o seu teor “fantasioso”, em oposição, os defensores da perspectiva histórica acreditam que existe um fundo de verdade nos relatos acerca da migração de Aztlan, por isso os validam como fonte histórica. O autor defende que deveria haver interseções entre as duas vertentes , uma vez que, nenhuma tradição tem o monopólio da verdade. O autor argumenta que independentemente de encontrarem a localização geográfica de Aztlan, isso não explicaria os simbolismos que envolvem a história da cidade “origem” dos astecas.
O autor traz à discussão as reflexões de Reinhart Koselleck onde ele sugere que as relações ocidentais acerca do passado, presente e futuro também flertam com o misticismo. Um exemplo de conflitos conceituais dentro da historiografia ocidental é a discussão em torno da ideia de revolução.
O texto tem um carácter expositivo, e é essencialmente uma discussão historiográfica que tem o caráter de debater o que pode ou não ser considerado uma fonte confiável, em especial expõe os receios ou até mesmo os preconceitos que existem em cima da história oral. O autor expressa os argumentos dos dois lados da discussão, utilizando autores que defendem as duas perspectivas, basicamente analisa as análises que diversos profissionais fizeram dos relatos indígenas sobre Aztlan.
Durante as aulas de metodologia da história I, foram discutidas as visões que existem em relação à história oral, especialmente quando proveniente de comunidades indígenas, e foram abordados diversos autores. Por exemplo, Walter Benjamin, em sua obra "Teses Sobre a Filosofia da História", critica a tendência dominante de privilegiar fontes escritas e oficiais, enquanto negligencia as narrativas orais e populares. Benjamin argumenta que a história oficial muitas vezes serve aos interesses do poder estabelecido, silenciando vozes marginalizadas e reforçando desigualdades sociais.
Outro autor relevante é Michel de Certeau, que em "A Escrita da História" discute a importância da história oral na construção de narrativas históricas alternativas. Certeau enfatiza que as experiências individuais e as memórias coletivas são fundamentais para compreendermos o passado de maneira mais completa e inclusiva. Ele critica a visão tradicional da história como uma narrativa linear e objetiva, defendendo uma abordagem mais plural e descentralizada.
Já Edward Said, em "Orientalismo", analisa como as representações dos povos orientais foram moldadas e manipuladas pelos colonizadores ocidentais. Said demonstra como as narrativas coloniais desumanizam e distorcem as culturas indígenas, contribuindo para a desvalorização da história oral e das tradições locais. Ele argumenta que o conhecimento histórico deve ser descolonizado, dando voz às perspectivas subalternas e desafiando as hierarquias de poder estabelecidas.
Acredito que o autor do texto proposto para
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