O Futebol Dentro Da Ditatura Militar
Trabalho Universitário: O Futebol Dentro Da Ditatura Militar. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dederodri • 18/3/2015 • 9.681 Palavras (39 Páginas) • 245 Visualizações
O período de ditadura no Brasil foi de extrema relevância para os indivíduos que a vivenciaram, e, principalmente a quem foi atingido diretamente pelos atos de hostilização, vetação da total liberdade de expressão e privação dos seus direitos como cidadão. Em paralelo, o futebol brasileiro vivia sua melhor fase, após o fracasso da Copa do Mundo de 1966, sediada na Inglaterra, a seleção brasileira de 1970 levara o título de melhor do mundo na copa do México. Como uma das maiores e mais importantes expressões artísticas-culturais no Brasil, o futebol sempre se destacou pelo fato de ser um esporte onde há muita relação emocional e/ou sentimental para com seus apreciadores. Tendo com base estas duas faces da realidade do brasileiro dos anos 1970, na peça não ficcional em questão “O Futebol na Ditadura”, será posta em pauta a questão da co-relação entre as mesmas, apesar de divergirem uma da outra quanto aos seus ideais e idealizadores.
1.1 Objetivo
O principal objetivo do documentário é pontuar as relações existentes entre a ditadura militar e o futebol brasileiro, inclusive quanto a interferências diretas nas delegações realizadas com o aval e a supervisão do militarismo. Também ressaltaremos a forma como a cultura esportiva faz parte do cotidiano do brasileiro e de que forma o regime ditatorial entre os anos de 1964 e 1985 aproveitou-se do momento para manipular a sociedade, dando enfoque na questão do patriotismo e fortalecendo este sentimento, realizando assim, estratégias sociopolíticas para manter a população conivente ao regime, principalmente após a veiculação do slogan “Brasil, ame ou deixe-o” e popularizando a canção “Para Frente, Brasil!”.
Em especial, será abordado o período “pós-70” no futebol, considerando que a partir daí o brasileiro nutriu sentimento mais significativo à pátria devido à vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970, e pelo fato de dentre as três décadas afetadas pelo golpe (década de 1960, 1970 e 1980), foi a única em que esteve sob o regime militar desde seu início até seu fim.
Além disso, também será posta em pauta a questão da “Democracia Corinthiana”, movimento este liderado pelos próprios jogadores do clube no início da década de 1980 mascarando uma democracia interna do clube fazendo alusão direta a uma possível democracia no Brasil com a Emeda Dante Oliveira.
1.2 Justificativa
Na busca de temas de extrema relevância para a sociedade brasileira como um todo, a equipe estudou a possibilidade de produzir o projeto com relação à ditadura militar, considerando que estamos no ano em que o golpe completou 50 anos. A unção com o futebol deu-se pelo fato de estarmos em ano de Copa do Mundo, principalmente pela sede do evento ser justamente o Brasil e por a cultura esportiva, em especial ao que se refere ao futebol, fica mais aguçada neste período também como o patriotismo.
2. CRONOGRAMA
3. PESQUISA
Na pesquisa a seguir, nos baseamos em fatos históricos de grande relevância para o país, além da questão da paixão pelo futebol escancarada pelos brasileiros para que possamos entender melhor a relação realizada dentre os dois assuntos.
3.1 O Regime Militar no Brasil
Definindo em poucas palavras o que foi a ditadura no Brasil, podemos considerar que foi um tempo sem direitos da cidadania, sem direitos da liberdade de expressão (principalmente quanto à censura, até hoje referenciada com certa importância por expressionistas culturais da época e seus admiradores), sem democracia e perseguição contra os que partiam contra os princípios ditatoriais.
O golpe militar deu-se no ano de 1964, mais precisamente no dia 31 de março daquele ano. João Goulart, ou “Jango”, era sucessor de Jânio Quadros quanto à hierarquia presidencial, considerando que era seu vice presidente. Com a renúncia de Quadros, Jango assumiu a faixa presidencial. Seu governo foi marcado pela liberdade de expressão, e principalmente, quanto às questões sociais.
Com receio de uma possível guinada do país para o socialismo, a oposição acusava Jango de um possível plano para por em prática um golpe esquerdista. Enquanto isso, os EUA se preocupavam com uma possível revolução no Brasil para o comunismo (assim como já ocorrido em Cuba) considerando que o mundo estava no período da Guerra Fria. No impulso de impedir esse tipo de situação, imediatamente o governo Kennedy passou a arquitetar e apoiar o regime ditatorial no Brasil juntamente com a embaixada americana no país (em especial, com o embaixador Lincoln Gordon).
A partir daí, o governo americano passou a financiar ações contra o governo Jango e a desestabilização do mesmo, além do envio de força-tarefa naval para apoiar o golpe contra o governo brasileiro.
Em 13 de março de 1964, Jango realiza um comício no Rio de Janeiro prometendo mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país, além de defender com volúpia a reforma agrária. Uma semana após o comício, a classe conservadora realiza a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. Este evento foi organizado integralmente para ir à contraponto aos ideais que Jango defendia e pretendia implantar no Brasil.
Dia após dia as coisas pioravam, até que finalmente em 31 de março de 1964, tropas mineiras e paulistas saem às ruas. Jango foge do país e mantém-se no Uruguai com o intuito de impedir uma possível guerra civil no Brasil, a partir deste ponto, os militares tomam o poder do país.
Após a “fuga” de Jango, o congresso nacional elege Castello Branco como novo presidente do Brasil 14 dias depois. Passaria a ser implantado no Brasil o sistema de bipartidismo, onde só existem duas vertentes partidárias: o partido pró militarismo (Aliança Renovadora Nacional/ARENA) e a oposição (Movimento Democrático Braileiro/MDB). Após três anos, no ano de 1967, o governo reescreve a constituição do país.
Também em 1967, é eleito um novo presidente: general Costa e Silva. O governo é marcado por manifestações e protestos da parte da população, em especial quanto ao proletariado. Foi no governo
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