O Livro do autor Arthur Reis na leitura inicial explana sobre a imensa participação que a Amazônia tem sobre o mundo
Por: soaresdf • 4/12/2017 • Resenha • 2.161 Palavras (9 Páginas) • 350 Visualizações
O livro do autor Arthur Reis na leitura inicial explana sobre a imensa participação que a Amazônia tem sobre o mundo, sendo rica quanto na questão fluvial e na flora, não deixando também de retrata quanto ao clima e a fauna. Colocando em foco a floresta Amazônica, dentro de tantas riquezas que poderia ser extraída, uma no período dito da borracha, causava mais interesse, que era a “hevea brasiliensis”, árvore que poderia ser encontrada tanto na terra firme como na várzea. No que se condiz a respeito da hévea brasiliensis o autor nos trás que a mesma se encontrará ligada de fato ao segundo período dessa conquista do espaço amazônico, que constará em meados do século XIX.
A exploração dessa hévea contará principalmente com pessoas advindas do nordeste. A extração do látex ocorria principalmente durante os meses de maio, junho, julho e agosto, a forma primária de sua extração logo viria a ser colocado em debate sobre as mudanças que poderia se realizar para tentar evitar o empobrecimento dessa região, alguns sugeriram a proibição da extração antes do tempo, o investimento na agricultura, dentre outros fatores, o que por fim não foi à frente, pois o que interessava para muitos naquele momento era o “negócio” e não as conseqüências que poderia advim.
O autor Arthur Reis nos relata que por volta de 1882 esse ciclo da borracha já influenciava na economia não somente da região mais do país, e que ainda dentro do período imperial já se encontrava entre os três produtos mais exportados. Na escala dos rios que mais contribuíam para essa produção estava o rio Purus, que em 1900 produzia 5.520 toneladas, e o menor em sua contribuição era o rio Negro que no mesmo ano produzia 512 toneladas.
Quando a borracha era levada dos seringais havia dois pontos em que elas tinham seu destino “passageiro” que era na cidade de Manaus ou Belém, onde pagavam tributos sobre a exportação, que também passava pelo processo da pesagem e classificação. Toda essa “ida e vinda” de pessoas ou produtos para o interior onde se encontrava os seringais contava com a ajuda de companhias de navegação. Muita coisa na região foi construída com a economia da borracha, quanto Belém como Manaus tinham seus centros comerciais para realizar grandes negócios com a sua produção.
Um inglês por nome Joseph Hooker que assumiu a direção do Jardim de Kew, voltou seu interesse para o estudo da espécie da hévea sob a possibilidade de ser cultivada no Oriente, contratou então um aventureiro conhecido como Henry Alexandre Wickman, e o mesmo ao chegar à região conseguiu obter bons resultados sobre o estudo da hévea, e com a ajuda de índios conhecidos como Mura, pôde preparar uma leva de cerca de 70.000 sementes para ser transportada até seu local de destino, conseguindo dessas milhares de sementes salvar uma leva apenas de 2.397.
Entre 1881 a 1895 as sementes de héveas começaram a render bons “frutos”, o Dr. Joseph Hooker, havia alcançado então o seu objetivo, e com resultados positivos sobre a sua expansão em terras inglesas, francesas e holandesas, a hévea cultivada passaria a entrar em disputa com a hévea silvestre. Por volta de 1914 a produção da borracha no Oriente alcançava cerca de 71.400, por conseguinte levando a produção seringalista da Amazônia a adentrar em uma crise, já que a produção da borracha no âmbito internacional contava com uma mão de obra mais barata e um preço mais acessível se comparado ao preço da borracha da Amazônia.
Apesar do que o autor vai chamar de grande colapso em torno de toda a estrutura que envolve a produção da borracha na Amazônia, não vai haver o esperado abandono, do contrário, continuaram o processo da sua produção na esperança de ocorrer à revalorização do produto, no entanto o mesmo autor relata que “E o que se observava era uma resistência inexplicável a qualquer modificação. Ninguém se atrevia a enfrentar a tremenda realidade, iniciando um novo sistema de trabalho”, logo sem reforma no sistema se tornaria difícil competir com o mercado da hévea internacional.
Conforme os dados de 1913 e 1941, houve uma decadência alargada sobre os negócios que envolvia a produção da borracha, e o que se evidenciou foi o abandono desses seringais. Como já citado no texto acima, os seringais haviam continuado sua produção mesmo com a decaída da hévea silvestre no mercado, o que após seu declínio, o Banco do Brasil, pra não ter todo esse ciclo como “perdido”, comprou tudo o que se havia produzido nos seringais e armazenou, tempo após retrocedeu alegando que o banco se encontrava com prejuízos alarmantes. Diferentemente do Brasil, em que o plano de reestruturação não obteve o sucesso esperado, no Oriente com as problemáticas surgidas em torno da borracha, se buscou manter o equilíbrio por meio do “plano Stevesson”, que visava regulamentação e equilíbrio das cotas e produção.
Com o advento da guerra Brasil e Washington iriam assinar o que chamaria “acordos de Washington”, onde a produção da hévea silvestre além de outras matérias primas se voltaria para auxiliar os combatentes no conflito mundial. O que gerou uma nova onda imigratória, recrutando o número estimado de 24.300 pessoas, o que após o fim da guerra, abrir-se-ia novamente uma crise.
Os seringueiros que é o tema central que escolhir para este trabalho, em sua maioria foram trazidos do nordeste, pois na sua região se encontravam em estado de calamidade, passando principalmente por fome, e vinham em direção ao norte com o objetivo de alcançar o tão imaginado “eldorado” descrito esta na Amazônia, e ao conseguirem obter o tão esperado propósito poderem retornar para suas terras onde haviam deixado seus familiares. O que na prática estaria longe de se realizar, pois como o próprio documentário “Borracha para a vitória” nos mostra é que os seringueiros ao chegarem na Amazônia já se encontravam endividados e por tanto dificilmente conseguiriam quitar os devidos débitos.
As dívidas já se davam até mesmo pela aquisição do material necessário para extração do látex, além de dívidas adquiridas pela manutenção da família no qual se encontrava distante, que segundo relata o autor isso era feito mesmo se os seringueiros não tivessem saldo positivo nas “casas aviadoras”. O autor Arthur Reis trás uma indagação quanto a condição de o seringueiro ser o homem livre ou escravo, e como já sabemos tudo o que o seringueiro adquiria era posto em dívida, que eram todas registradas. “Todas as despesas dos seringueiros são devidamente registradas [...] tiram-se-lhes, mensalmente, as contas, que lhes são remetidas para que se certifiquem de como se encontram: devedores ou credores”.
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