O Mecanismos econômicos da colonização portuguesa no Brasil nos séculos XVI e XVII.
Por: didu.vi • 22/11/2017 • Abstract • 1.791 Palavras (8 Páginas) • 903 Visualizações
Mecanismos econômicos da colonização portuguesa no Brasil nos séculos XVI e XVII.
Durante os dois primeiros séculos do período colonial, a colonização portuguesa teve por base econômica evidentemente a exploração açucareira, mas também outras atividades se desenvolveram como a pecuária, comércio e extrativismo.
O Absolutismo e o Mercantilismo: as bases do Sistema Colonial
A constituição de Estados cujo poder achava-se totalmente concentrado na figura do rei, essa tendência estendeu-se por toda a Europa. O Absolutismo na prática social foi no sentido de garantir privilégios e o predomínio da nobreza. O Mercantilismo surgiu, pois os governos absolutistas precisavam desenvolver a economia. O objetivo principal dos governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Umas das características do mercantilismo era a Balança Comercial Favorável. Era um esforço para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.
Dentro da visão econômica, países Europeus pensavam em transformar terras recém-conquistadas em colônias, pois poderiam ampliar a economia dos países. Com isso surge o Pacto Colonial, onde as colônias apenas podiam fazer comércio apenas com suas metrópoles (país principal). Era uma garantia de vender caro e comprar barato.
A colonização de exploração manifestou-se nas áreas tropicais, voltada para agricultura, extrativismo vegetal ou mineral. Também tinha alguns aspectos como monocultura praticada em latifundiários e a mão de obra escrava.
As colônias de povoamento, ao contrário da de exploração, não visa apenas à extração dos bens da terra para venda e enriquecimento rápido, além de não ser uma ocupação temporária.
A montagem da empresa açucareira
Os portugueses já tinham uma experiência prévia do cultivo em cana nas ilhas do litoral da África. Desde então sabiam que teriam um mercado crescente. A América tinha um solo e clima muito favorável para esse plantio. Esses foram os motivos de escolher o açúcar como principal atividade no Brasil.
Como Portugal estava em crise por conta dos custos de manutenção do Império nas Índias, os holandeses investiram para que Portugal pudesse cultivar cana, em troca do monopólio do refino e da distribuição final do açúcar na Europa.
A agricultura extensiva, feita em latifúndios, com grande mão de obra escrava, em uma produção voltada para o mercado externo, recebeu o nome de plantation, que originou os engenhos de açúcar.
A primeira área produtora de açúcar foi a região de São Vicente, no litoral sul, porém o centro de produção açucareira foi transferido para o nordeste. O motivo foi o clima e o solo da região, pois era muito mais propícia para o cultivo.
A questão da mão de obra
A mão de obra escrava era utilizada, pois não arcava com despesas para os donos das produções e a mão de obra era indígena.
A mão de obra indígena foi substituída pela africana, pois os indígenas, não se adaptaram a escravidão. Isso explica o motivo de alguns negros terem reagido e fugido de forma violenta.
A sociedade colonial nos séculos XVI e XVII
Era uma sociedade rural e escravista. Havia uma grande massa de escravos e alguns homens livres, conhecidos como homens bons. As possibilidades de ascensão social eram muito pequenas.
O Comércio Colonial
Depois de Portugal liberta-se do domínio da Espanha, a economia ficou muito fraca e com dividas externas. Então Portugal precisou ampliar sua arrecadação no Brasil. Em 1643 foi criado o Conselho Ultramarino, que administrava todos os assuntos referentes ao mundo colonial português. E em 1649 foi criada a Companhia de Geral de Comércio do Estado do Brasil, tinha o papel de monopolizar o comércio.
Pecuária
A pecuária foi responsável por uma interiorização da colonização, sendo a primeira atividade econômica a ocupar sistematicamente terras mais distantes do litoral. O gado tinha uma participação importante na principal atividade econômica.
As drogas do sertão
As drogas do sertão eram produtos medicinais, alimentícios e afrodisíacos obtidos através do extrativismo em regiões de difícil penetração. Isso levou a ocupação da Amazônia.
Aspectos políticos da colonização
Aqui veremos invasores no Brasil, expansão territorial e o papel das câmaras municipais.
As capitanias hereditárias
As capitanias constituíam-se em faixas de terra de largura variável, do litoral até o Meridiano de Tordesilhas. Do ponto de vista administrativo, as capitanias funcionavam como unidades autônomas, comunicando-se diretamente com a metrópole.
Existiam dois documentos na época, a Carta de Doação e o Foral. O primeiro, a Coroa cedia o uso das terras ao donatário (responsável por determinado lote de terra da colônia com o objetivo de investir e controlar as produções) e o segundo, estabelecia os direitos, privilégios e encargos do donatário, nos quais incluem conceder sesmarias (extensões de terra que não originam latifúndios coloniais).
O sistema de capitanias foi um fracasso, portanto a Coroa resolveu criar o Governo-geral para poder centralizar a administração.
Os Governos-gerais
O governador-geral era o responsável pela justiça, pela arrecadação de impostos, defesa, concessão de sesmarias e etc. Havia também três elementos; provedor-mor, ouvidor-mor e capitão-mor. O primeiro era encarregado de cuidar das finanças, o segundo da justiça e o terceiro da defesa.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, seu governo foi marcado principalmente pela fundação de Salvador (primeira capital do Brasil).
O segundo governador foi Duarte Costa, o que mais marcou foi uma invasão francesa no Rio de Janeiro.
O terceiro foi de Mem de Sá, que iniciou uma recuperação administrativa portuguesa. Com a morte desse governante, a Coroa decide dividir o território brasileiro, isso durou até a União Ibérica.
União Ibérica
A União Ibérica durou exatamente entre os anos de 1580 e 1640, neste período Espanha teve domínio sob Portugal. Um dos motivos que levaram a isso foi a morte do rei de Portugal, D. Sebastião que não tinha filhos e o tio D. Henrique herdou o trono.
Nesse período, devido a dominação espanhola, uma das características foi a interiorização de colônias.
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