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Técnicas Construtivas Arquitetura No Brasil Entre séc. XVI E XIX.

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Por:   •  14/5/2013  •  1.984 Palavras (8 Páginas)  •  3.517 Visualizações

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• Texto resumo de estilos / sistemas construtivos / arquitetura no Brasil entre os séculos XVI e XIX.

• 1ª. METADE DO SÉCULO XVI

URBANO:

- Primeira tendência era a localização no alo dos morros, com traçado irregular (à moda medieval portuguesa).

PARTIDO:

- A arquitetura colonial portuguesa em escala mais modesta que na metrópole.

- Construções “pesadas” com riscos rigidamente retilíneos e superfícies planas.

- Linguagem direta, simples, sóbria.

- Atmosfera de tranquilidade

- Traçado horizontal

- Tendência para o quadrado (nos compartimentos e envasaduras)

- Predomínio dos cheios sobre os vazios.

MÃO DE OBRA:

- Abundância de mão de obra escrava.

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS:

- Em 1553, Tomé de Souza faz a menção às “chamadas casas de pedra e cal”.

- Na maioria, são paredes de pau a pique, adobe e taipa de pilão.

- Rudeza dos materiais e das guarnições (pedra), guarnição – o mesmo que ornato ou adorno.

MATERIAL:

- Madeira.

- Barro.

- Materiais vegetais.

- Influências: dos índios (paliçadas, madeira), dos negros (adobe e espécie de taipa), dos portugueses (folhagem, adobe, taipa).

COR:

- Paredes: caiadas

- Esquadrias: verde, azul, ocre, vinho.

FORTALEZAS:

- Influência italiana.

• 2ª. METADE DO SÉCULO XVI

URBANO:

- As ruas eram definidas pelas casas.

- Posteriormente desce para a Várzea.

- Já se fala em cordoamento, demarcação, ruas diretas - idéias de Renascença – (1748 – 1756: Carta Régia).

- Início da ocupação definitiva do território.

- Uniformidade no aspecto geral.

- Residências construídas sobre os limites do terreno.

- Lotes com frente pequena e grande profundidade.

- Padronização das residências.

- Aparência portuguesa (1755: terremoto em Lisboa).

MÃO DE OBRA:

- Escrava.

- Ausência de aperfeiçoamento.

- Nível tecnológico primitivo.

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS:

- Casos mais simples: paredes de pau-a-pique, adobe ou taipa de pilão.

- Casos mais importantes: paredes de pedra e barro, pedra e cal, raramente tijolos.

- Sistema de cobertura: telhado de 2 águas, (eliminação de qualquer tipo de captação de água), com telhas. A água caía direto na rua.

- Construção sobre os limites laterais: garantia, estabilidade de proteção para as empenas.

- Rurais: era obrigatória a proteção dos engenhos por meio de paliçadas e “uma torre ou casa forte”.

MATERIAL:

- Pedra (não aparelhada) e argamassa de cal de ostras e areia.

ELEMENTOS:

- Cunhais de cantaria simples.

- Cachorros de pedra (suporte das sacadas)

- Conversadeiras.

- Armários embutidos nos nichos das paredes.

- Arcos e “galerias” no térreo.

PRINCIPAIS TIPOS DE HABITAÇÃO:

- Casa térrea.

• 1ª. METADE DO SÉCULO XVII

URBANO:

- (Recife) antecipou 1 e ½ século aos portugueses.

- Traçado regular, ruas calçadas.

- Pontes.

- Mercados, zoo, jardim botânico.

PARTIDO:

- Chega-se a 5 pavimentos (só Recife).

- Empenas em degraus (só Recife – tipicamente holandês).

- Fachada com duas portas separadas por janela (só Recife e Olinda).

- Cozinha nos pavimentos superiores (só Recife) possivelmente hábito mourisco.

PROGRAMA:

- Loja no térreo.

- Residência no pavimento superior.

- Quintal com caráter utilitário.

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS (na arquitetura urbana):

- Cunhais de pedra.

- Frontaria de pedra e cal.

- Tijolo (Recife).

VÃOS:

- Portais de pedras nas portas e janelas (Recife).

- Sacadas (tipicamente portugueses) sobre cachorros de pedra.

- Varandas de madeira corrida.

- Guarda corpo de painéis almofadados (em losango ou diamante e reixas).

- Casa de Nassau tem janelas de vidro (talvez a 1ª. do Brasil.

COBERTURA:

- Em 4 águas (possivelmente vindo de Holanda).

NA ARQUITETURA RURAL:

PARTIDO:

- Planta retangular.

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS:

- Mesmo casas de porte, erguiam-se sobre esteios de madeira.

- Térreo: fachada total ou parcialmente por paredes de sebe ou tábuas fincadas no solo formando depósitos.

- Corpo cego com tábuas caiadas ou aparentes.

VÃOS:

- Janelas do térreo eram protegidas por balaústres de madeira com seção quadrada, diagonalmente colocada..

COBERTURA:

- Em 1630 as telhas européias vão substituindo as coberturas vegetais.

- Telhado de 4 águas.

• 2ª. METADE DO SÉCULO XVII

URBANO:

- Aterros: surge a Cidade Baixa, em Salvador.

PARTIDO:

- Residências urbanas com acabamento mais apurado.

- Surge a monumentalidade (transferência da Metrópole para o Brasil).

- Pátio interno (fins do século – característica do século XVIII).

MÃO DE OBRA:

- Abundância de mão de obra escrava.

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS:

Na arquitetura urbana:

- Vãos: portadas com elementos ornamentais (muitas vezes brasões).

- Sacadas de madeira com telhadinho.

- Varandas corridas.

- Galerias de tábuas de madeira.

- Coberturas: trapeiras.

- Diversos tipos de chaminé.

Na arquitetura rural (ex.: casas bandeirantes):

- Vãos: janelas de balaústres de madeira com seção quadrada.

- Varanda embutida.

- Cobertura: telhado de cumeeira ou de ponta.

- Planta quadrada retangular.

TECNOLOGIA:

- TAIPA DE PILÃO (São Paulo) diferente da nordestina, as paulistas se assentam diretamente sobre um terrapleno com muro de pedra de sustentação.

• 1ª. METADE DO SÉCULO XVIII

PARTIDO:

- Planta baixa urbana – mesmo esquema.

- Planta baixa rural – o esquema seiscentista de São Paulo amplia-se para Minas Gerais e Rio.

- Acréscimo de um puxado nos fundos, para incorporar a cozinha a casa.

- Pátios internos sem aspecto funcional (só para aeração e ventilação).

- Alto mirante – para aproveitar a luz e o ar.

- Pesada escada de pedra.

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS / MATERIAIS:

- Madeira, ébano.

- Adobe (R.S).

- Taipa de mão e de pilão (SP e MG).

- Grandes tijolos (44x22x6) – PE.

- Edificações mais importantes – pedra argamassada, emboçada, rebocada e caiada.

- Cantaria – cunhais, entablamento, emolduramento dos vãos.

VÃOS:

- Princípio do século – portais severos, retangulares (século anterior), com vergas retas e discreta cimalha.

- Aparece o arco abatido (desconhecido no século XVII e raro no século XIX) que se enriquece com sobrevergas.

- 1740: vergas em linha ondulante (alteada ou canga de boi).

- 1743: vergas curvas, com moldura.

FACHADA:

- Diminuição dos cheios.

- Maior simetria.

- Maior variedade na ornamentação.

- Arcadas no térreo – já observado no século XVI.

- Vestíbulo e porta central de acesso

- Telhados corridos, cornija contínua, cordões marcando os pavimentos e cortando os cunhais.

COBERTURA:

- Independente, de 4 águas (tendência a baixar o ponto).

- Platibanda (influência inglesa).

- Trapeiras.

ORNAMENTAÇÃO:

- Em estuque, em frisos, vergas, fustes dos cunhais, cornijas ou cimalhas, constituída de extraordinário nº. de molduras de madeira, pedra ou estuque.

- Telha sobreposta em balanço (beira-sobeira; beira seveira).

INTERIORES:

- Ornamentação mínima.

- Ambientes austeros / pobres.

- Paredes brancas.

- Portas e guarnições em cores vivas.

- Tetos em gamela ou em painéis, ou planos, às vezes pintados.

- Vestíbulo com tratamento a mais.

• 2ª. METADE DO SÉCULO XVIII

- Influências internacionais através do modelo português.

VEGETAÇÃO:

- Aparece no final do século XVIII, o jardim público (Rio, o mais antigo jardim público).

PARTIDO:

- Galerias envidraçadas (mais comuns no início do século XIX).

- Varandas e alpendres (muito utilizados no século XIX).

VÃOS:

-1760 / 1770: vergas com encrespamento da cimalha.

- Portada do térreo e sobrados unidos por meio de ornamentação contínua.

- Em casas térreas: janela de peito (ainda com a proteção dos balaustres).

- Em sobrados: janela de púlpito.

- Uso do vidro: substituindo gelosias, muxarabis (proibidos no início do século XIX) e urupemas (proibidos em PE e BA, em meados do século XVIII).

- Caixilhos pequenos.

COR:

Parece que no fim do século XVIII se modifica o uso exclusivo das paredes brancas.

• 1ª METADE DO SÉCULO XIX

URBANO:

- Ruas calçadas.

- Primeiros passeios.

- Jardins públicos cercados por grades de ferro.

- A implantação da arquitetura apresenta as mesmas características da época colonial.

- As edificações do começo do século XIX avançam sobre os limites laterais e sobre o alinhamento das ruas, como as casas coloniais.

PARTIDO:

1) O PARTIDO NEOCLÁSSICO NO MEIO OFICIAL:

– Foi difundido pela missão francesa e academia imperial, predominando até 1870.

FACHADA / ORNAMENTOS:

- Clareza construtiva e simplificada das formas;

- As linhas básicas da composição eram marcadas por pilastras, sobre as quais, nas platibandas, dispunham-se objetos de louça do porto e, os corpos de entrada, salientes compunham-se de escadarias, colunatas e frontões de pedra aparente;

MATERIAIS / COR:

- As paredes de pedra ou tijolo, eram revestidas e pintadas em cores suaves, como branco, rosa, amarelo ou azul pastel.

- As janelas e portas enquadradas em pedra aparelhada e arrematada em arco pleno; nas bandeiras dispunham-se rosáceas mais ou menos complicadas, com vidros coloridos.

VÃOS:

- Galerias envidraçadas.

- Platibanda, cornijas, entablamento.

- Adornâncias clássicas.

- Revestimento – cantaria aparelhada.

- Frontão triangular.

- Sobrecargas dos vãos com massa.

- Arcos de ogiva.

TELHADO:

- Platibanda.

- Condutores de águas pluviais.

- 4 águas.

- Claraboias.

ESCADA:

- Escadas imponentes com pórtico de colunas.

- Internas soltas.

PISO:

- Mármore colorido.

- Tabuões com rodapés.

- Parquetes formando desenhos (salões de luxo).

TETO:

- Frisos largos saia e camisa (cornijas e compartimentos) de estuque.

INTERIORES:

Valorização do interior: revestimento das paredes com papéis catinados coloridos de motivos ornamentais importados da Europa; uso de objetos mais refinados.

- Madeira: pintura a óleo.

- Paredes: papel ou pintura a óleo com desenhos.

2) O PARTIDO NEOCLÁSSICO NAS PROVÍNCIAS:

PARTIDO:

- Diferenciação dos edifícios para fins residenciais e para fins de trabalho, através de casas térreas com porão.

- As residências urbanas nas províncias eram cópias imperfeitas da arquitetura mais refinada dos grandes centros do litoral.

- As plantas seguiam os padrões do período colonial.

FACHADA / ORNAMENTOS:

- As características neoclássicas ficavam restritas a elementos de acabamento nas fachadas, com importância secundária, como as platibandas, com seus vasos e suas figuras de louça.

VÃOS:

- Portas e janelas arrematadas com vergas de arco pleno ou vergas retilíneas, arrematadas por uma cimalha saliente ou por um pequeno frontão.

- Tratamento especial com arco pleno na porta principal, que era em 2 folhas e maior do que as outras aberturas.

- Bandeira: 1 vidro em volta de pequeno círculo / madeira divididos.

- Guarda corpo: chapas ou vergalhões de seção quadrada, delicados (proibidos os muxarabis no princípio do século).

- Frequentemente as bandeiras das portas e janelas, em lugar de vidros, possuíam grades de ferro forjado, com desenhos.

PÉ DIREITO:

- Paredes muito altas, com pés direitos de mais ou menos 5 metros, eram divididas em painéis, por meio de réguas de madeira.

- 1838: 4,40m (2º e 3º, diminuição de 1 palmo).

• 2ª METADE DO SÉCULO XIX (1850 – 1900, CHALÉS E ECLETISMO)

As transformações sócias econômicas e tecnológicas da 2ª. metade do século XIX possibilitaram:

1) A generalização do uso de equipamentos importados.

2) A modernização dos transportes.

3) Emprego de equipamentos pesados, como máquinas a vapor, serrarias, etc.

4) Aperfeiçoamento das técnicas construtivas.

5) Presença das instalações hidráulicas.

6) O desprestígio dos hábitos tradicionais: decadência do trabalho escravo.

URBANO:

A inspiração do ecletismo e os hábitos dos imigrantes (chalés) possibilitaram uma modificação na implantação e nas construções, tais como:

- Libertação da construção em relação aos limites do lote. No caso dos chalés, é isolada, no centro do terreno.

- Presença do elemento paisagístico nas residências, com os jardins laterais (preocupação com o domínio sobre a paisagem).

- Transformações de relação arquitetura / lote urbano; modificação nas dimensões do lote.

- Introdução da iluminação a gás.

PARTIDO:

- Transferência da entrada para a fachada lateral: valorização (varandas).

- Supressão das alcovas.

- Desaparece a uniformidade, das plantas baixas: plantas em “U” e “T” – edifícios principais.

- Implantação das redes de água e esgoto com inclusão de BWC’s.

- União das 2 formas de habitação: chácara e sobrado.

SOLUÇÕES ARQUITETÔNICAS: Chalé e Ecletismo:

CHALÉ:

Solução de sentido romântico com características rurais e variações que incluíam:

MATERIAL:

- Tijolos (paredes de tijolos aparentes).

- Equipamentos de ferro fundido, como colunas, grades, alpendres e decorativos.

REVESTIMENTOS:

- Com elementos decorativos de inspiração Greco – romana (em ferro).

FACHADA:

- A empena era voltada para a rua, criando uma espécie de frontão ao qual se associava 1 óculo central.

COBERTURA:

- Telhado de 2 águas, no sentido oposto ao da tradição luso – brasileira.

- Águas com grandes inclinações, rígidas e retilíneas.

- Telhas de barro ou lâminas de ardósia, importadas de Marselha.

ORNAMENTAÇÃO:

- Arremate do telhado com peças de acabamento decorativo serradas ou torneadas -> lambrequins.

ECLETISMO:

Solução caracterizada pelo uso simultâneo de estilos os mais variados, das mais diversas procedências e que possibilitou a assimilação de inovações tecnológicas de importância e a adoção das soluções plásticas e construtivas mais complexas.

MATERIAL:

- Incorporação d elementos metálicos, produzidos pela indústria.

PARTIDO:

- Circulação lateral através de alpendre com colunas e grades de ferro.

ORNAMENTOS:

- Paredes recobertas com decorações de massa.

- Arremate das coberturas com platibandas ocultando os telhados.

- Nas salas e dependências de maior valorização social eram empregados forros de estuque.

- Falsas balaustradas marcavam os peitoris.

- No final do século, forte tendência de desaparecer o ornamento superior e substituir o inferior por grandes jardineiras de gerânios.

VÃOS:

- Substituição das bandeiras por paletas.

- Desaparecimento dos balcões surgindo os peitoris com mais ou menos 20 cm de largura.

- As vidraças ainda eram externas e quando as folhas de vedação eram abertas, percebiam-se por dentro as cortinas de renda.

- Aparecem as janelas com montagens metálicas com a forma de vitrais: empregados como proteção nos alpendres e jardins de inverno.

- Vidros coloridos: espaço interior com grande luminosidade.

- Janelas da sala em ferro.

- Janelas das dependências mais íntimas, de madeira.

1800 1870 1890 1900 1920 Séc. XIX

Platibanda Platibanda Platibanda Platibanda

Bandeira Bandeira

Paletas Paletas

Vidraças por fora Vidraças por fora

Balcão Balcão

Guarda corpo de ferro Guarda corpo de ferro Guarda corpo de ferro

Janelas com vitrais e ferro

Vidraças por dentro

Jardineira

*balcão: no original foi adicionado “entelado corrido de púlpito”

...

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