O USO DA FOTOGRAFIA EM SALA DE AULA
Por: Allef Loureiro • 5/7/2017 • Relatório de pesquisa • 605 Palavras (3 Páginas) • 303 Visualizações
Introdução
Muitos trabalhos acadêmicos têm se dedicado a analisar os impactos do uso do livro didático como único recurso metodológico para a prática da aula de História. Este debate se faz essencial em torno da formação de professores, no qual os futuros profissionais se encontram em posição de reflexão sobre a prática que virão a exercer. Os docentes já atuantes na área da educação, por diversos fatores como dificuldade de acesso à materiais propositivos, acabam se prendendo ao uso dos livros escolares. A consequência disso é um método de ensino tradicional, conteudista, no qual os alunos não são sujeitos participativos e sim meros receptores de informações, dados, acontecimentos distantes de sua realidade social. Pesquisadores, docentes e discentes como Rogério Schnell, Aurelane Santana, Jemeffer Lebrão, Tárlisson Nogueira ajudam a construir uma perspectiva de metodologia em que o aluno, suas concepções, seu imaginário social, seu cotidiano e universo de significação façam parte do processo de ensino aprendizagem. Propostas que articulam prática, pesquisa e composição de novas metodologias são essenciais para a renovação do espaço do saber, que não deve ser concebido apenas como a sala de aula, ou mesmo o universo escolar, mas que considere o sujeito da aprendizagem um sujeito completo, com perspectivas próprias que perpassam o que irá apreender.
A partir disso, a intenção que aqui se faz presente é reforçar a possibilidade da utilização da fotografia como um recurso didático. O docente, assumindo um papel de mediador do ensino, recusa uma posição historicamente construída de que o professor está para o aluno como simples detentor do saber. A fotografia permite que durante a leitura e interpretação das imagens, há necessariamente a participação do sujeito que a lê. Como constata-se em A Utilização das Imagens e Fotografias como Recursos Didáticos para a Espacialização dos Conteúdos, a leitura sempre estará condicionada à realidade, à história e o conhecimento de mundo de cada sujeito. Isso permite que, por meio da realidade sugerida pelo professor, este se torne mediador das teorias compostas nos livros didáticos, fazendo com que haja compreensão dos conteúdos de maneira completa, concisa. O ensino de História, quando se atem à exposição dos fatos, exclui a participação dos alunos na produção do conhecimento, não abrindo espaço para que estes pensem, expressem-se, avaliem, analisem. Portanto, a fotografia é um importante recurso para que, durante a aplicação do conteúdo a partir desta metodologia, os alunos percebam diferentes narrativas históricas, façam o embate de sua percepção com outras trazidas pelo professor. Diversos artigos, como O Uso da Fotografia em Sala de Aula, demonstram que esse recurso confere uma compreensão não factual, pontual, mas completa. Fotografia sugere movimento, a justaposição de imagens induz à compreensão de transformação, em que a História passa de dados perdidos no tempo, no espaço, estáticos, para uma História processual, construída por diversos momentos e sujeitos ao longo do tempo.
Entendemos que o campo e objeto de estudo da História é constituído pelo tempo. A fotografia é um recurso que o expõe, que o dota de significação, que constitui um documento no qual o tempo se torna visível, perceptível. O projeto de PiBID aplicado no Liceu de Humanidades de Campos com turmas do ensino fundamental demonstra de que maneira os conteúdos mínimos podem estar articulados tanto com a sociedade em que os alunos estão inseridos, quanto com seus contextos locais e familiares. E que o saber cotidiano do aluno, portanto, não está excluso do processo de ensino das Histórias Gerais.
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