TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

OS POVOS NATIVOS DO RIO GRANDE DO SUL ANTES DA CHEGADA DOS EUROPEUS: DOS UMBU E HUMAITÁ AOS GUARANI.

Por:   •  8/10/2018  •  Artigo  •  5.814 Palavras (24 Páginas)  •  539 Visualizações

Página 1 de 24

OS POVOS NATIVOS DO RIO GRANDE DO SUL ANTES DA CHEGADA DOS EUROPEUS: DOS UMBU E HUMAITÁ AOS GUARANI.

                                                                   BORGES, Bianca Lousada[1]

RESUMO

Considerando que os primeiros povos que habitaram a região onde hoje é o Rio Grande do Sul, Umbu, Humaitá, Guarani, entre outros, deixaram inúmeros legados para a população gaúcha, como a erva-mate, os alimentos tais como milho e batata-doce, a cerâmica e o artesanato, além da língua e tantos outros, objetivou-se investigar e compreender a cultura de tais povos, de que maneira viviam, quais as suas tradições e costumes, além da sua importância para formação do povo gaúcho. Para tanto procedeu-se à pesquisa bibliográfica, com renomados autores, escolhidos entre os mais influentes no campo e área de atuação e de forma interdisciplinar, explorando o assunto qualitativamente e identificando tais fatores. Desse modo observou-se que os povos originários influenciaram substancialmente no modo como vivemos hoje, nossos hábitos, costumes e principalmente a nossa alimentação, o que nos permite concluir a suma importância e valor destes povos para a população brasileira e sobretudo rio-grandense. É somente com os estudo e pesquisa das comunidades antigas que poderemos compreender melhor o presente, nossas raízes e especificidades, além de proteger a memória de tais povos, através da pesquisa científica, poderemos disseminar tal cultura, sem deixá-la esquecida. Sobretudo além de identificar tais fatores, fazer uso dos mesmos como forma de salvaguarda desta cultura, utilizando a educação patrimonial, cujo principal objetivo é o de preservação da mesma.

Palavras-chave: Povos nativos. Legado. Cultura.

1 INTRODUÇÃO

A presente temática aborda os povos indígenas que habitavam o Brasil muito antes à chegada dos europeus no território americano. Nesse sentido teve como objetivo principal investigar os habitantes existentes no território onde hoje está localizado o Rio Grande do Sul, no período que antecede a chegada dos europeus até meados do século XVI.

Para tanto objetivou-se compreender e especificar a cultura, modo de viver, moradia, costumes e alimentação destes diferentes povos, desde os Umbu e Humaitá até os Guarani, verificando assim suas contribuições para a formação da identidade rio-grandense, além de demonstrar e apresentar as características dos inúmeros achados arqueológicos, como as cerâmicas, por exemplo.

Com a historiografia positivista aprendemos a história dos grandes homens e seus grandes feitos, subtraindo assim a história de povos ditos inferiores, que não faziam parte da “grande história”. Com a ascensão da escola dos Annales e de linhas como a Micro História, povos como os indígenas passam a ser explorados e investigados (MARCZAL, 2016, p.51).

Para Daldegan & Dottori (2016, p.30) nos últimos tempos passou-se a deixar de lado as grandes obras e prestar mais atenção nas especificidades da história, tanto em relação às pessoas quanto aos objetos, explorando assim muitas vezes algo escondido e esquecido.

A desmistificação do índio selvagem e o estudo da cultura e vestígios dos nossos ancestrais são temas cada vez mais recorrentes na academia, Laroque (2001); Noelli (2000); Prous (2007); Ribeiro (1993); Tempass (2009); são alguns dos autores recentes que tratam da temática abordada.  Para Ribeiro:

A cultura, inclusive a indígena, não é uma realidade estática. A do passado se encontra nos museus e bibliotecas; a do presente é recriada a cada dia. Toda ela deve ser vivificada como um patrimônio humano comum. Só assim será dada a todos os povos, por menores que sejam, a faculdade de eleger e reelaborar os bens culturais comuns que desejem adotar, sem qualquer laivo de dependência, imposição ou subalternidade (RIBEIRO, 2013: 6).

Os povos que habitavam a região onde hoje está localizado o Rio Grande do Sul, como por exemplo os Guarani, deixaram valiosos legados para toda população gaúcha, desde a erva-mate, na atualidade um dos produtos mais utilizados pela população rio-grandense, a cerâmica, o artesanato até o cultivo de milho, mandioca, batata-doce e outros grãos. De acordo com Ribeiro:

A dívida que a humanidade contraiu com o primitivo habitante das Américas está longe de ser resgatada, pois milhões de pessoas no mundo inteiro ignoram o valor desse legado. As principais plantas que hoje nos alimentam e que são utilizadas industrialmente foram descobertas e domesticadas pelos ameríndios (RIBEIRO, 1993: 118).

Nesse sentido percebe-se a enorme importância das populações indígenas para formação do povo brasileiro, e neste caso para o rio-grandense. Através do estudo da História podemos desmistificar a ideia do índio selvagem, não civilizado? Com estudo dos vestígios deixados e da cultura dos nossos ancestrais, podemos acabar com a discriminação destes povos?

O estudo dos povos originários faz com que entendamos um pouco melhor nossa própria vida, nossos costumes e cultura. Através destes estudos poderemos compreender algumas atitudes e hábitos próprios do povo brasileiro, como a alimentação, por exemplo.

Além da investigação e compreensão dos povos originários conseguiremos também ajudar na preservação da memória cultural, afora a salvaguarda dos sítios arqueológicos, além dos museus que são de suma importância para o conhecimento de tal memória cultural.

Para tanto a pesquisa e a revisão bibliográficas foram de suma importância neste processo de compreensão e investigação acerca do tema, possibilitando assim o entendimento do passado e visando a propagação do material pesquisado. Através da utilização de autores renomados, cujo principal intuito foi o de alcançar os objetivos propostos.

2 POVOS NATIVOS DO RIO GRANDE DO SUL

Para Strauss (1983, p. 30) ”[..] culturas se assemelham a comboios, que circulam mais ou menos depressa, cada um deles sobre sua própria via e numa direção diferente” e somente através do estudo destas culturas poderemos valorizá-las.

Nesse sentido, Funari & Noelli (2016, p.107) ressaltam que mesmo uma parcela significativa dos brasileiros tenha antepassados indígenas, essa cultura é pouco prestigiada, devido ser considerada inferior até os dias de hoje, talvez por ser pouco conhecida.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (38.8 Kb)   pdf (201.9 Kb)   docx (25.9 Kb)  
Continuar por mais 23 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com