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Os Incas e Seus Feitos

Por:   •  14/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.001 Palavras (13 Páginas)  •  506 Visualizações

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INCAS

O Império Inca foi um estado-nação que existiu na América do Sul de cerca 1200 até a invasão dos conquistadores espanhóis em 1533. No século XIV, o império inca dominava cerca de 20 milhões de pessoas, espalhadas por um vasto território, que englobava terras desde o sul da Colômbia e o extremo norte do Equador, todo o Peru e a Bolívia, o noroeste da Argentina e o norte do Chile, abrangiam diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o Quíchua. A capital do império era a atual cidade de Cuzco (em quíchua ”Umbigo do Mundo”). Considerada o centro espiritual e político do império. O poder era centralizado na figura de um soberano, denominado Inca (o filho do Sol). Com ampla autoridade, ele era considerado quase um deus naquela sociedade. 

Os trabalhos de engenharia e arquitetura inca são notáveis. As construções, carregadas de simplicidade e beleza se destacavam pelo perfeito corte das pedras, com uma técnica que permanece misteriosa. Não se sabe exatamente qual ferramenta ou ferramentas eram utilizadas para atingir tamanha perfeição. Na arquitetura, os Incas não usavam o arco, a coluna ou abóbada, se caracteriza pelas adequadas proporções e simetria tanto por suas construções maciças quanto na solidez. As fileiras inferiores de um muro eram formados com blocos maiores que as superiores, apresentando bastante segurança no que faziam. Mostraram notáveis conhecimentos na construção de caminhos, pontes, aquedutos e canais de irrigação e terraços. Na época da conquista dos espanhóis os caminhos pavimentados dos incas se estendiam por milhas e milhas pelos Andes Centrais, assim como os canais de irrigação que subiam e desciam montanhas altíssimas.

Para os incas a arte da agricultura era de interesse supremo. Não somente cultivaram muitas plantas diversas de alcance alimentício e medicinal, como também aprenderam o aproveitamento dos solos, a arte do deságüe apropriado, os métodos corretos de irrigação e de conservação da terra. Descobriram a importância dos fertilizantes para manter o solo rico e fértil. Na pecuária destacava-se a criação de lhamas, alpacas e vicunhas, que forneciam leite, carne e lã para fazer tecidos, mantas e cordas, couro e também eram usadas para o transporte de cargas leves.

 A economia era dirigida pelo estado e baseada no plantio de milho e batata, faziam escambos, por meio dos quais mercadorias eram trocadas, mesmo o trabalho era remunerado com mercadorias e comida. Serviam de moedas de troca também sementes de cacau e conchas coloridas, que eram consideradas de grande valor. Não existia propriedade privada e dinheiro.

Em seu apogeu, por volta de 1400, a agricultura organizada espalhou-se por todo o império, com o cultivo de cerca de setecentas espécies vegetais, mais da metade dos produtos consumidos hoje em dia. Entre eles, estão 20 variedades de milho, 240 tipos de batata e pelo menos um tipo de abobrinha, feijão, pimenta e amendoim, a quinoa (grão usado em cereais) e a mandioca.

Como grande partes do império situavam-se nos Andes, as técnicas agrícolas desenvolvidas surgiram da necessidade de criar áreas que superassem os problemas de abastecimento de água, erosão dos solos e a instabilidade climática, num território caracterizado por uma geografia extremamente acidentada e a existência de uma grande variedade de zonas ecológicas, desenvolverão um avançado sistema de plantio, que os levaram a conhecimentos na construção de terraços, canais de irrigação, aquedutos, muros, estradas e pontes como parte de seu sistema comercial.

Com as encostas íngremes das montanhas ofereciam pouca terra para a agricultura, criaram terraços, com adiantada técnica das curvas de nível que criava um micro-clima favorável para o plantio, acompanhado pelo desenvolvimento de complexos sistemas de irrigação com canais e aquedutos que modificavam curso de um rio até a construção com estruturas que canalizaram o curso da água, sendo os primeiros a usar o Sistema de Irrigação. Estes sistemas permitiam a circulação de água nas cidades e aproveitar de um melhor jeito a terra e também a água de chuva, permitia a filtragem da água no solo e evitar a erosão, os terraços eram preenchidos com camadas de pedras, cascalho argila e terra. Os terraços erguidos nas encostas das montanhas não apenas obedeciam a necessidades de caráter prático como também a motivações estéticas, simbólicas e religiosas. Varas afiadas e arados revolviam o solo.

Para interligar as cidades que integravam o Império, facilitar a comunicação, o comercio e o deslocamento entre as pessoas foram construídas pontes para transpor as falésias e abismos entre montanhas, ou os vãos em uma mesma rocha com a tecnologia de cordas traçadas de fibras vegetais e estradas em pedra foram construídas em quase dois milhões de quilômetros quadrados. Incluía galerias cortadas na rocha compacta e muros de contenção de dezenas de metros feitos por pedras que se encaixavam umas às outras com exatidão milimétrica, sem nenhuma argamassa, para servirem de apoio à estrada.

A chave do sucesso da agricultura inca era a existência de estradas e trilhas que possibilitavam uma boa distribuição das colheitas numa vasta região.

EVOLUÇÃO DAS ESTRADAS

Sabe-se muito pouco sobre as primeiras estradas construídas, mas elas datam, certamente, de antes do chamado período histórico. Foram encontrados vestígios marcantes de antigas estradas, com suas obras de arte, na América Central, Norte e Noroeste da América do Sul, planejadas e construídas pelas civilizações dos maias, astecas e principalmente dos incas. Delas os antigos historiadores se referiam como semelhantes às romanas.

Estradas incas

O período de decadência do sistema rodoviário das antigas civilizações mediterrâneas e asiáticas coincidiu com o surgimento e o auge de outro império de notáveis construtores de estradas: o império dos incas. Muito antes da chegada do europeu ao continente americano, os incas tinham construído um extraordinário sistema de estradas que ligava Quito, no Equador, a diversos pontos ao sul de Cuzco, no Peru. Consistia de duas estradas paralelas, uma ao longo do litoral, com aproximadamente 3.600km de extensão, e outra que acompanhava os Andes por cerca de 2.640 km, cada uma delas com diversos cruzamentos e conexões. No apogeu do império, quando os espanhóis desembarcaram na América do Sul, no começo do século XVI, o sistema rodoviário atendia a uma área de quase dois milhões de quilômetros quadrados, onde viviam perto de dez milhões de pessoas. Parte do sistema original inca ainda é usado até hoje.

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