Os Usos das Mídias Para a Legitimação dos Discursos Religiosos

Disciplina: História das Religiões

Docente: Carlos André

Discente: Sueijiro Kido

Os usos das mídias para a legitimação dos discursos religiosos

          É perceptível que, com o advento da expansão das mídias a aproximação da população em geral com diversos fatores da sociedade como: política, economia, informações sobre o mundo, entretenimento e religião se intensificaram de uma forma sem precedentes. Assim sendo, as pessoas se tornaram mais receptíveis a informações por estarem a todo momento sendo bombardeadas por elas e se observa que as mídias digitais são ferramentas de grande primor para influenciar pessoas no século 21.

          De acordo com Rodrigues em “Experiência, modernidade e campo dos media” atualmente, a compreensão do mundo depende também de complexos dispositivos de midiatização que acabam demarcando o ritmo da vida e, também, “sobrepondo-se cada vez mais não à nossa percepção imediata do mundo, mas também aos ritmos do funcionamento das instituições” (RODRIGUES, 1999: 1).

          Ao perceber que a população tende a se moldar conforme o padrão mais dominante de sociedade em vigor através de diversas influencias midiáticas, encontrasse diversas religiões se moldando dentro desse meio para atingir milhares de indivíduos e propagar seus discursos. Assim sendo, religiões como o cristianismo que sempre tiveram uma relação de poder muito grande com a sociedade e com o estado começam a adentrar nessas ferramentas digitais.

          Durante o fim do século 20, o cristianismo se fazia muito presente nas rádios, jornais, series, filmes, e em boa parte das formas de comunicação do país. Porem, a tecnologia evoluiu, juntamente com os formatos das mídias. O jornal se adaptou ao versátil formato tecnológico do novo século, se tornando em muitos países, digital, o radio começou a perder seu poder para aplicativos de celular, filmes e series se moldaram ao meio digital e agora fazem parte dos famosos “app de streaming”.

         Visto isso, o cristianismo que em relação as outras religiões sempre tiveram poder e muita influência nas mídias, viu uma “porta” de oportunidades se abrindo para outras religiões “rivais”. Isto é, antes existia uma grande dificuldade para entrar na Tv, Radio e Jornais, pôs, era necessário não só dinheiro, como recurso humano e muitas vezes influencia. Agora com o advento e expansão das formas alternativas e inovadoras de mídias, atingir pessoas não só no brasil mais em todo o mundo se torno muito mais fácil.

          E como relata Telles:

“A ideia de rede social começou a ser usada há cerca de um século para designar um conjunto complexo de relações entre membros de um sistema social a diferentes dimensões. A partir do século XXl, surgiram as redes sociais na internet, e, do ponto de vista sociológico, permanecem os mesmos conceitos. A revolução das mídias sociais aconteceu sem se derramar uma gota de sangue, diferentemente da revolução francesa. (TELLES, 2010, p. 7)”

          Muito diferentemente do período medieval, onde a propagação era feita incansavelmente pelo fies catolicistas através de relatos e divulgação “Boca a Boca” que mesmo sendo a religião mais dominante ainda tinha muitos lugares que seus discursos não atingiam e a velocidade que as informações eram passadas, obviamente, era muito lento. No período moderno e principalmente no contemporâneo a forma de transmissão de informações de um passo significativo de tal modo que atualmente se observa canais de Tv com foco único em propagar seus ideais através de discursos religiosos.

          Um bom exemplo de utilização da mídia para legitimar discursos religiosos é o programa “Ponto de Luz” da Rede TV e também transmitido pela Rede Record. Nesse programa, percebe-se varias mensagens subliminares e explicitas com o intuito de validar aquela informação, pensamento e ação. Eles não só utilizam essa ferramenta da mídia para legitimar como também para atrair novos “rebanhos”. Julia Pires da Rosa, jornalista, formada pela UNIFRA-RS cita:

“Com o advento e a expansão do fenômeno de midiatização, o entrecruzamento dos diferentes campos sociais tem se tornado frequente e gerado, como consequência dessa proximidade, a apropriação dos modos operacionais e discursivos específicos de um com as ideologias e aplicações de outro. Essa relação de aproximação tem adquirido considerável visibilidade devido ao estreitamento das fronteiras entre o campo midiático e religioso, característico, especialmente, das igrejas neopentecostais e, em especial, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). (ROSA, 2010, p.2)”