Os movimentos culturais nos anos 1950/60
Artigo: Os movimentos culturais nos anos 1950/60. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fiug • 12/8/2014 • Artigo • 1.169 Palavras (5 Páginas) • 493 Visualizações
OS MOVIMENTOS CULTURAIS NOS ANOS 1950/60
Nos anos 50, as manifestações de uma cultura brasileira se traduziam em filmes como “Rio 40 Graus” e “Rio Zona Norte”, de Nelson Pereira dos Santos de temática fortemente social e precursora do Cinema Novo dos anos 60. Nestes, até o Carnaval e o futebol serviam como cenários de conflitos pessoais e políticos. O lado escapista (alienante) se dava através das produções de chanchada da companhia Atlântida com filmes estrelados por dois comediantes que marcaram época: a dupla Oscarito e Grande Otelo. Uma tentativa
nacional de responder aos importados Jerry Lewis – Dean Martin e Abott – Costello, comediantes norte – americanos.
Na música, tivemos a explosão do Baião, estilo musical que alçou o sertanejo pernambucano Luiz Gonzaga ao estrelato, logo após, seguido pelo forró mais pé-de-serra do paraibano de Alagoa Grande, Jackson do Pandeiro. O baião de Luiz Gonzaga era mais estilizado, pois os arranjos musicais e composições (como Asa Branca) eram feitos pelo maestro cearense Humberto Teixeira. “À época, o médico Zé Dantas compôs o clássico “Vozes da Seca” e o poeta cearense Patativa do Assaré compôs ‘‘Triste Partida”, ambos brandiam sua verve poética politizada. Não esquecer que a metade dos anos 50 viu o Nordeste sofrer uma forte seca o que apressou a corrente migratória para o Sudeste, impulsionados pela construção civil. O que originou as alcunhas de “Paraíbas” (estado de onde vinha a maioria da mão- de - obra de pedreiros), no Rio e de “Baianos” em São Paulo. Lembrar que em 1955 foi criado o primeiro sindicato de trabalhadores rurais do Nordeste, as Ligas Camponesas, em Pernambuco. Então, os estados da Paraíba e Pernambuco encabeçavam as revoltas no campo contra o latifúndio semi – escravista.
Os anos 60 eclodiram no Brasil com o final da era desenvolvimentista de JK – que implementou o parque automotivo com as linhas de montagem de multinacionais como Willys Overland, Renault, GM e outras. A indústria brasileira – impulsionada por um crescente setor metalúrgico – era a Fábrica Nacional de Motores, FNM, em Xerém (Caxias), Estado do Rio de Janeiro, capital, Niterói. Os trabalhadores metalúrgicos, ferroviários, camponeses e estudantes, já organizados, pressionavam o governo federal (já em Brasília) por Reformas de Base (estruturais). O governo federal se mudara da Velhacap (Rio) para a Novacap (Brasília). Entretanto, era o Rio que ecoava os protestos nacionais no segmento das artes e cultura.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) criou o Centro Popular de Cultura, o CPC, que gerou cinema, teatro (Teatro de Arena) e música levados aos bairros populares com os temas que sacudiam o país. Era uma proposta de troca entre os setores médios radicalizados à esquerda. Alguns dos compositores oscilavam entre a Bossa Nova (importada dos Estados Unidos do Jazz “branco”) e o samba – este, sem dúvida, um gênero musical mais característico do povo brasileiro mais brasileiro. Um exemplo: Carlos Lyra que compôs músicas dos anos 50 – 60 e fez “O Pau de Arara” junto com Vinícius de Morais. Outro era o músico Sérgio Ricardo que fazia filmes como diretor, ator e compositor “Esse Mundo é Meu”. Há um clássico de cinco cineastas como Cacá Diegues, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade; “Cinco Vezes Favela”. Nele, cinco filmes curtos retratam a vida de pessoas de favelas e seus problemas cotidianos. Joaquim Pedro de Andrade filmou o hoje antológico documentário “Garrincha, Alegria do Povo”, onde focaliza o jogador do Botafogo e da seleção brasileira, Manoel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha. Suas origens desde a fábrica têxtil onde era operário do sopé da serra de Petrópolis, em Pau Grande, Vila Inhomirim, Magé, vilas operárias que giravam em torno da fábrica. Seu pai, um caboclo sergipano típico do migrante nordestino em busca de vida melhor no sudeste.
O Rock teve seu congênere nacional através da Jovem Guarda (Roberto Carlos à frente), porém, com letras de “fuga da realidade” mesmo com algumas melodias bem compostas: “...De que vale a minha/ boa vida de playboy, se entro no meu carro/ e a solidão me dói” (Quero que vá tudo pro Inferno, de Roberto/Erasmo Carlos)
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