PENETRAÇÃO EUROPEIA NA AFRICA
Por: silcar84 • 20/2/2017 • Trabalho acadêmico • 2.059 Palavras (9 Páginas) • 1.881 Visualizações
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Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia
Licenciatura em História
HISTÓRIA DA ÁFRICA
AVALIAÇÃO III
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Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia
Licenciatura em História
Silvia Carla de Oliveira
A implantação da estratégia de penetração no continente africano foi segundo Terence muito desordenada e inábil. Mesmo assim, os europeus escreveram livros sobre a “pacificação” que por muito tempo deixou a impressão que, na sua maior parte, os africanos tinham aceitado pacificamente e sem resistência a invasão europeia. Dessa forma, na década 60 do século XX, historiadores como A. B. Davidson apelava para que tais concepções como a que acreditava que “os povos africanos viram na chegada dos colonialistas um feliz acaso, que os libertava das guerras fratricidas, da tirania das tribos vizinhas, das epidemias e das fomes periódicas”[1], fossem negadas na historiografia tradicional europeia. Com isso, historiadores trabalharam com o intuito de avaliar melhor as revoltas antes ignoradas, demostrado que, assim como Davidson acreditava, houve sim as resistências africanas que foram caracterizadas como movimentos organizados. Com tudo, ainda segundo Terence, “praticamente todos os Estados africanos se esforçaram para encontrar uma base de colaboração com os europeus.”[2] E sobre isso, pretendemos aqui por em destaque como a ideia de fazer parte de um império pode explicar a motivação desses povos em um projeto de conquista.
O poder colonial europeu foi efetivamente assegurado por meio da ajuda das instituições e pessoas autóctones que desempenhava uma função auxiliar na rede administrativa colonial que foi implantada pouco depois da conquista feita pelas potencias imperialistas europeias. E dessa forma, a presença europeia na África seria para o bem econômico e social não só daquele continente, mas também do resto do mundo. Com isso, a ideologia imperialista do período, definia que a finalidade da presença dos europeus estava baseada nos termos da tutela. Seria, assim, a “bondade” dos europeus que procuravam ali, proteger e contribuir para o progresso dos mais fracos. Evocado o estado de espirito paternalista em relação à África colonial. Houve então uma espécie de administração indireta; aquela que permitia às autoridades africanas continuarem participando do poder colonial em seus papeis políticos tradicionais, mas em uma posição subordinada, exercendo as funções e os comados que eram empunhados pelos europeus.
Como a penetração no continente africano deu-se em ritmo bem acelerado, ao ponto que logo o pessoal disponível para administrar as novas possessões se tornou insuficiente, e visto que, essa penetração se estendia até regiões com as quais não havia ainda se estabelecido nenhum contato com a cultura europeia, a administração direta seria inviável para um plano de dominação imediato. E dessa forma, acreditava-se que a melhor forma de conseguir a colaboração dos povos africanos na administração colonial, era sem duvida, ter métodos que não abalassem tanto a ordem social levando em conta as tradições e os preconceitos dos povos autóctones. Os administradores colônias procuravam entre as autoridades africanas, aliados que pudessem contribuir, transmitindo eficientemente com as exigências da dominação estrangeira ao conjunto das populações africanas. Para melhor entendermos essa administração, devemos pensar que um administrador europeu exercia a autoridade, dirigindo as atividades tanto dos subordinados europeus, quanto das autoridades africanas que estavam integradas a administração colonial. Essa autoridade africana era, geralmente, o chefe local. Esse era sem duvida, o elemento principal na estrutura administrativa.
“Não há colonização sem politica indígena; não há politica indígena sem comando territorial; e não há comando territorial sem chefes indígenas que atuem como correias de transmissão entre a autoridade colonial e a população”[3].
Dessa forma, fica claro perceber que o melhor método de administração colonial era a utilização das instituições autóctones já existentes no continente africano. No texto A dominação europeia: métodos e instituições, essa função era atribuída ao administrador local, que era cumprida em três maneiras em destaque: reforma dos sistemas judiciários, ; trabalhos forçados e instituição de impostos pessoais. Mas mesmo a introdução dos modos judiciais das instituições europeias deixava quase sempre brechas ao direito africano. E sobre os meios de controle, pode-se destacar um ponto que fica bem claro, que é abordado nos textos que foram debatidos em sala. Todas as potencias alistavam em suas forças armadas sujeitos das populações africanas, e embora a eficiência de tais tropas variassem de região para região, essas guarnições exerciam geralmente funções de policia auxiliadas por forças recém-criadas. Mas a França foi única potencia colonial que realmente organizou uma policia militar para os povos africanos sob sua dominação no período entre guerras.
Não há a menor duvida que quando foi burocratizado, o regime colonial preparou, em parte, o movimento pela independência nacional. Mesmo não sendo esse o desejo dos administradores coloniais. Pois, para os europeus, só eles poderiam garantir e estruturar de modo efetivo o bem-estar das populações africanas nos planos econômico e sociais.
Visto um pouco dos modos de dominação e os meios pelos quais os europeus se apropriaram para poderem melhor administrar as suas colônias em África, pode-se destacar as aspirações dos grupos que combateram as potencias imperialistas, se esforçando para impedir que se estabelecesse um sistema colonial. Pois, a situação colonial representava em sua estrutura um quadro novo, onde havia que se obter identidades novas que permitisse a sustentação contra as atrocidades da dominação estrangeira. Para tanto, é necessário entender que tratando-se de um sistema de relações, o colonialismo se apresentava com uma base racista.
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