A Literatura Europeia e o Imperialismo Europeu na África e na Ásia
Por: rdbo • 11/6/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 700 Palavras (3 Páginas) • 355 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FAFICH - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA ÁFRICA
PROFESSOR: ALEXANDRE ALMEIDA MARCUSSI
Comentário sobre a questão 2, da aula 6: como Edward Said concebe a relação existente entre a literatura europeia e o imperialismo europeu na África e na Ásia?
RAFAEL OLIVEIRA
MG - BELO HORIZONTE
2016/1
Pergunta escolhida:
2) Como Edward Said concebe a relação existente entre a literatura europeia e o imperialismo europeu na África e na Ásia? (Aula: A ideologia imperial europeia e a missão civilizadora).
R: Edward W. Said busca descrever, de modo geral, as relações entre “Ocidente metropolitano” e os “territórios ultramarinos”, com base justamente nos textos europeus - em seus discursos e estereótipos (literaturas estruturadas de sentimentos que sustentam as práticas imperiais). Para atingir seu objetivo, foca no domínio ocidental – considerado o grande movimento de descolonização no Terceiro Mundo, abordando as resistências culturais e armadas em locais específicos. Percebe tanto as relações entre nativos e metrópole, quanto às “outras culturas” como alternativas políticas ao imperialismo. A cultura e as formas estéticas, para ele, derivam da história. O objetivo, nesse sentido, é o exame geográfico da experiência histórica, utilizando de uma análise das artes escritas, para a compreensão de seu objeto. A invocação do passado é uma estratégia para as interpretações do presente, segundo Said. E nessa linha, o autor destaca o fato de que o empreendimento imperial depende da cultura para promover a posse de um Império como conjunto de experiências sob a presença de dominados e dominadores (e a subordinação do colono).
Os procedimentos imperiais foram além das práticas econômicas e decisões políticas, e por isso promoveram a cultura nacional. Assim sendo, utiliza-se de certas definições de culturas. De um lado, refere-se à cultura como prática e saberes populares ou mesmo disciplinares especializados – protótipo do romance realista moderno. Desse modo, nações e narrações se entrecruzam, quando a terra remete, como objeto de disputa imperialista, a uma narrativa para definir a propriedade e planejamentos futuros. De outro lado, o conceito de cultura é significado pelo refinamento e elevação (o melhor de cada sociedade) associando-se, muitas vezes, ao Estado ou à Nação – a cultura como fonte de identidade. Logo, a cultura se mostra como campo de batalha entre indivíduos que pertencem a sua nação e tradições, e que por vezes denigrem as outras culturas (que não as suas).
Nas narrativas literárias, apresenta-se a consciência como relevante autoridade que dá sentido às ações colonizadoras e aos povos. Apesar de todo um derramamento de sangue, o Império foi partilhado e interconectado. Até a extinção do colonialismo e do imperialismo, o conceito dessa relação era um poder de uma metrópole distante que controla uma colônia. Então, o império deve ser planejado para governar povos subordinados, inferiores e menos avançados. É uma “quase-exclusividade”, portanto, a potência do império como prática sociocultural europeia.
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