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Pensando o Ensino de História Através de Uma Abordagem Especial

Por:   •  26/11/2017  •  Relatório de pesquisa  •  2.030 Palavras (9 Páginas)  •  362 Visualizações

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Entre o ouvir e o aprender: pensando o ensino de História a partir de uma abordagem especial

Elissandra Maria Costa Dias; Hugo Takeshi Hatakeyama; Jordânia Liberato Sales; Reginaldo Ferreira da Silva Neto; Ângelo Emílio Pessoa (Orientador); Damião de Lima (Orientador)

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – UFPB, CCHLA, Campus I

            INTRODUÇÃO

Este projeto nasceu da inquietação frente aos desafios diários enfrentados no ambiente educacional pelos professores e gestores da Escola Olivina Olívia Carneiro da Cunha; desafios que foram observados pelos bolsistas do subprojeto de História, vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID).

A partir da observação, foi possível perceber que a escola em questão atende algumas demandas, dentre estas demandas, está inserida a abertura ao acesso de alunos possuidores de deficiências (visuais, cognitivas e físicas). A escola possui uma estrutura que busca proporcionar a estes alunos formas de acesso que atendam minimamente às suas necessidades, como a presença de um elevador e uma sala de recursos, que conta com a participação de uma professora-supervisora, materiais didáticos voltados para a educação especial e participação de alunos que de forma voluntária, se habilitam a ajudar tanto a equipe pedagógica quanto os professores. Apesar do funcionamento regular dos recursos citados, as dificuldades permanecem diante da tarefa de proporcionar conhecimento aos estudantes de forma geral.

Sabendo que, no espaço escolar, se faz necessário pensar a partir de perspectivas igualitárias, entendemos que, a educação serve em primeira e imediata instância à democracia e aprimoramento das capacidades produtivas (não esquecendo que esse desenvolvimento passa por questões como os costumes, valores e conhecimentos historicamente construídos).

Consideremos a democracia na sua concepção mais ideal, de maneira a ser um modelo para ser seguido; utilizando da acepção que Denis L. Rosenfield desenvolve para caracterizar a democracia do período clássico: um modelo político de estruturação da sociedade, edificado por leis pautadas nos valores sociais e nas discussões racionais que os diversos cidadãos estabelecem para edificar as leis. Dessa forma, as atividades trabalhadas aqui servem a esse pressuposto de participação política de todos os cidadãos, e admitindo dentro do conceito de cidadão as camadas sociais com mais problemas individuais – deficientes, pessoas na extrema pobreza, etc. – o que nem sempre acontece, haja vista a problemática levantada por Marcos Francisco Martins, em seu artigo “Uma ‘catarsis’ no conceito de cidadania: do cidadão cliente à cidadania com valor ético-político”, no qual a cidadania ou é limitada por fatores econômicos – tornando a política um fenômeno censitário – ou por uma gnosiologia, que serve a uma formulação de definições jurídicas mais do que ao desenvolvimento das capacidades cognitivas do ser humano, resumindo estas capacidades ao conhecimento mecânico de possuir direitos e deveres.

 Enfim, não levamos em consideração as problemáticas da questão da cidadania e da realização do ideal de democracia, não por displicência ou desconsideração do assunto, mas porque queremos uma prática de inclusão, permitindo o sentimento de pertencimento, no caso, das pessoas que possuem alguma deficiência física ou cognitiva, o que nos leva a ampliação da condição da cidadania. De maneira mais direta, vamos admitir a cidadania como a participação de cada indivíduo, de uma comunidade, na luta pelo exercício e ampliação de direitos civis e participação política (MARTINS, 2000); a democracia será tomada como uma forma ideal, pela maneira como Denis L. Rosenfield fala sobre a concepção grega de democracia; por fim, a educação é o que torna possível que as duas conceituações entrem em confluência, afinal é ela quem permite que os indivíduos desenvolvam suas capacidades cognitivas para participarem da democracia, ou seja, a educação servindo ao desenvolvimento e às práticas sociais (DEWEY, 2004).

Este trabalho, então, carrega como motivação a necessidade de incluir na vivência educacional as pessoas com deficiências físicas e/ou cognitivas, de forma que elas possam exercer sua cidadania como os demais, permitindo uma prática democrática que vislumbra o futuro – já que a educação visa a uma formação que ainda não ocorreu, mas realizar-se-á futuramente – e de uma ação no presente – pois a inclusão desses indivíduos é uma luta pela ampliação e desenvolvimento da democracia, o que ocorre no exato momento em que as atividades são postas em prática. Ao trazer para o meio escolar questões como democracia e cidadania, levanta-se outra questão: a gestão escolar. Uma gestão democrática é, em termos breves, uma maneira de se administrar questões internas por meio de diálogos.

“Esse processo, sustentado no diálogo, na alteridade e no reconhecimento às especificidades técnicas das diversas funções presentes na escola tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.” (SOUZA, 2009, p.125).

Noutras palavras, voltando-se para os objetivos deste trabalho, uma gestão democrática é aquela que permite a interação com/dos estudantes que portam deficiências físicas ou cognitiva

Diante disso, a intenção principal foi de fazer com que os bolsistas se tornassem facilitadores, – afinal, se o alvo da educação é a democracia, deve ser esta o meio de execução daquela (uma serve a outra de maneira recíproca) – compreendendo que os professores cumprem da maneira mais satisfatória possível as muitas exigências a que estão sendo submetidos em boa parte das escolas públicas do Brasil, enfrentando problemas que vão desde o excesso de turmas e carga horária, bem como o número de alunos em demasia. Além disso, a equipe pedagógica, os alunos voluntários e a professora-supervisora responsável pela Sala de Recursos do Olivina Olívia não possuem plenas condições de explorar as especificidades que cada disciplina exige. Nesse sentido, o PIBID de História veio fornecer ajuda para que fosse aliviado o trabalho de todos os envolvidos, e que, se possível, outros subprojetos se envolvessem na empreitada de fazer acompanhamentos diários ou semanais com os alunos deficientes, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem, conhecendo as dificuldades de cada aluno, vivências e capacidades.

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