Plano Cohen: Uma Fraude Para Manter Vargas No Governo Por Vitor Amorim De Angelo
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Plano Cohen: Uma fraude para
manter Vargas no governo
Vitor Amorim de Angelo
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação 25/02/2008 10h08
No dia 30 de setembro de 1937, o chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro,
general Góes Monteiro, anunciou, no programa radiofônico Hora do Brasil, a
descoberta de um plano cujo objetivo era a derrubada do presidente Getúlio Vargas
(http://educacao.uol.com.br/biografias/getulio-dornelles-vargas.jhtm). Segundo o
general, o Plano Cohen, como passou a ser chamado, tinha sido arquitetado, em
conjunto, pelo Partido Comunista Brasileiro e por organizações comunistas
internacionais.
Na época, os conspiradores foram acusados de planejarem uma nova insurreição
armada, semelhante à Intentona de 1935
(http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/intentona-de-1935-levantescontra-
o-governo-vargas.htm), rapidamente sufocada pelo governo Vargas. A incursão
comunista previa a eliminação de chefes militares, a agitação de operários e
estudantes, a liberdade de presos políticos, o incêndio de casas e prédios, além de
saques e depredações.
O documento apresentado como prova do plano comunista fornecia ainda orientações
detalhadas sobre as ações de sequestro planejadas pelos revolucionários. Os alvos
principais seriam "os Ministros de Estado, presidente do Supremo Tribunal, e os
presidentes da Câmara e do Senado". O sequestro de dirigentes políticos e militares,
que deveriam ser executados no mesmo dia, conforme o documento, serviria para
"colocar em cheque as autoridades" em caso de "fracasso parcial" do levante
comunista.
Estado Novo
No dia seguinte ao pronunciamento do general Góes Monteiro, diante da "ameaça
vermelha", o governo Vargas solicitou ao Congresso Nacional a decretação do
Estado de Guerra, concedido naquele mesmo 1º de outubro. Com os poderes
constitucionais outorgados pelo Congresso, Getúlio deu início a uma intensa
perseguição aos comunistas e também a opositores políticos, como o governador
gaúcho Flores da Cunha, que rompera com Vargas em meados da década de 1930.
Algumas semanas depois, apoiado por várias lideranças nacionais, com as quais
havia se articulado desde a revelação do Plano Cohen, Getúlio autorizou o Exército a
cercar o Congresso Nacional, no Rio de Janeiro. À noite, em pronunciamento ao país,
o presidente anunciou a outorga da nova Constituição. Começava, assim, o período
final da Era Vargas, conhecido como Estado Novo, que terminaria apenas em 1945,
com o afastamento de Vargas da presidência.
Em linhas gerais, a Carta decretada em 1937 fortalecia o poder do presidente da
República, eliminava os partidos políticos, e instituía a pena de morte e o estado de
emergência, por meio do qual o presidente poderia suspender a imunidade de
parlamentares, autorizar a invasão de domicílios, a prisão e o exílio de opositores.
A revelação da farsa
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