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RESUMO - Problema, métodos e fontes

Por:   •  29/10/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  716 Palavras (3 Páginas)  •  242 Visualizações

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O primeiro capitulo tem como título “Problema, métodos e fontes”. O autor relata com base bibliográfica, diversos conceitos que regulam a pesquisa da vida social e econômica da Mesopotâmia. A interação entre o homem e a natureza é bastante clara e bem aceita pelos historiadores, mas existe toda uma complexidade em compreender como tais relações se estabelecem historicamente.

A ideia de uma relação entre os homens e a natureza é quase inexata, dever-se-ia falar antes, de relações sociais entre as pessoas, tendo como intermediário a natureza. Essa relação pessoal possui duas vantagens: a primeira é que ela enfatiza as relações entretidas pelos homens no processo social, a apropriação de segmentos da natureza aparece como um fenômeno; e a segunda vantagem é que ela permite não ver a natureza como elemento passivo da equação.

A noção de apropriação corresponde ao conjunto de mecanismo que permitem o controle de um segmento da realidade física, portanto, a apropriação é composta de disposição que regem as relações entre os agentes sociais em função de um acesso, material e imaterial, à natureza. Dentre eles, as práticas e regras de aquisição; os meios de impor uma forma física aos vários segmentos da realidade; os mecanismos de disposição como alienação e a transmissão; e todas as operações que conferem um sentido imaginário à coisa apropriada.

O espaço é um elemento privilegiado, pois o processo que ocorre de apropriação desenrola-se a partir de uma referência espacial, ou seja, é o próprio processo social que se ancora no espaço como mobilidade ou fixação territorial, habitação, produção, limites geográficos da identidade do grupo, extensão do poder político, vínculo de origem com os ancestrais. Estes fenômenos constituem-se a partir de uma definição de sua espacialidade. Quando nos deparamos com as expressões ‘propriedade fundiária’ e ‘propriedade da terra’ temos a ideia de uma apropriação produtiva, como os campos agrícolas e os pomares, enquanto que a arqueologia enfatiza um outro tipo de espaço, a habitação. A natureza de habitação é determinada por ser um espaço de interação social e simbólica do grupo doméstico.

Família e grupo doméstico se difere, enquanto que família é definida como grupo de pessoas relacionadas pelo parentesco, isto é, pela filiação ou casamento, podendo ter uma estrutura nuclear ou alargada, sendo o primeiro composto pelo casal e seus filhos, e no segundo, constituída de membros de três ou mais gerações, sendo que os filhos casados também habitam geralmente com seus pais. O grupo doméstico é formado a partir da unidade familiar que forma seu núcleo fixo e por pessoas ligadas a este, como por exemplo, os escravos ou dependentes. Esta ordem pode ser considerada um empreendimento material mais vasto, encadeando um conjunto patrimonial, meios de produção, instrumentos, mão- de-obra e outros. O grupo doméstico se caracteriza também como uma entidade com uma lógica própria, autônoma, que nem sempre confunde com a lógica familiar.

O sistema de apropriação doméstica surgiria de um acúmulo dos modos de acesso, de origem e natureza diversas, nos quais o grupo doméstico participa a diferentes títulos. Três deles são encontrados em toda a Mesopotâmia: o pertencimento à comunidade; a apropriação prática obtida pela permissão de imóveis ou terrenos em troca da prestação de serviços para a administração palaciana; e a apropriação propriamente familiar, fundada sobre relações de parentesco. Este terceiro modo de controle delimita uma categoria de bens que a família pode dispor mais livremente, mas submetida às limitações das relações de parentesco, que servem de vetor do movimento dos bens. Destaca-se que nem todas as famílias tomavam parte dos três sistemas ao mesmo tempo ou com a mesma intensidade, pois havia diferenças em função de classe social e entre o meio urbano e rural.

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