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Relatório sobre a Revolta da Vacina

Por:   •  2/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.399 Palavras (6 Páginas)  •  268 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA[pic 1]

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

Acadêmico: Aline Maria Mendes Curto de Camargo

Disciplina: Metodologia

Professor: Robson Laverdi 

Relatório sobre fontes e metodologia de trabalho com fontes fotográficas

 RELATÓRIO

  1. DISCUSSÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS COM FONTES FOTOGRÁFICAS POR HISTORIADORES

        Partindo pela origem da fotografia em 1830, com Niépce e Daguerre. Já no século XIX, temos a fotografia encarada no Rio de Janeiro como uma magia, período também que ela se difundiu abalando as estruturas do meio artístico, já que ua reprodução real da imagem registrada era mais real que qualquer pintura. Durante o decorrer da história da fotografia, temos as polêmicas que envolvem suas funções e sua utilidade. No contexto de sua utilidade, temos a fotografia como uma fonte histórica, a qual vista pelo historiador necessita de uma análise crítica pelo historiador. Independentemente se a fotografia foi registrada para documentar um acontecimento ou para registrar um estilo de vida.

Como fonte fotográfica temos a análise de fotografias realizadas no contexto da representação das enchentes, no Rio de Janeiro, em 1906. Período em que a cidade passava pelo aumento da população urbana, ou seja, pela urbanização sem planejamento e pela alta no conceito de “civilidade”. Através desse contexto, a análise metodológica dessas fotografias foi realizada.

A forma de analisar e de interpretar fontes fotográfica, nos e leva a uma problemática, no sentido da metodologia para analisá-la, sua leitura e por meio dela, a captação e coleta das informações contidas nas fotografias. Algo de extrema relevância para a pesquisa do historiador, que por meio dessas informações coletadas com a fonte, recupera parte da história de um período e um local. Envolvendo assim, temáticas relacionada a costumes, cultura, saúde pública, políticas de saúde da instituição, prioridades estabelecidas pelo Estado, entre outras temáticas.

Nesta fase da análise crítica e na formulação do questionamento, o pesquisador buscará indagar ao documento, além da fotografia em si, mas aquilo que ele revelar além do registro, priorizando também as "entrelinhas" dessa fonte, além das perspectivas do contexto histórico que envolvem o documento.

Boris Kossoy buscou, em José Honório Rodrigues, uma observação bastante procedente para a questão da imagem, como fonte histórica: "A fotografia em si, o filme em si não representam, tanto quanto qualquer documento velho ou novo, uma prova de verdade. Toda a crítica externa e interna que a metodologia impõe ao manuscrito impõe, igualmente, ao filme. Todos podem, igualmente, ser 'montados', todos podem conter verdades e inverdades. Existe, naturalmente, para cada espécIe de fonte, uma possibilidade especial de falsificação, e conhecê-las é a tarefa de críticos de fontes.”

Em relação a metodologia e a análise crítica das fontes (1996.MAUAD, Ana Maria, p.10; p.11), enfatiza que:

 “O primeiro passo é entender que, numa dada sociedade, coexistem e se articulam múltiplos códigos e níveis de codificação, que fornecem significado ao universo cultural dessa mesma sociedade. Os códigos são elaborados na prática social e não podem nunca ser vistos como entidades ahistóricas. O segundo passo é conceber a fotografia como resultado de um processo de construção de sentido A fotografia, assim concebida, revela-nos, através do estudo da produção da imagem, uma pista para se chegar ao que não está aparente ao primeiro olhar, mas que concede sentido social à foto. A fotografia comunica através de mensagens não verbais, cujo signo constitutivo é a imagem. Portanto, sendo a produção da imagem um trabalho humano de comunicação, pauta-se, enquanto tal, em códigos convencionalizados socialmente, possuindo um caráter conotativo que remete às formas de ser e agir do contexto no qual estão inseridas como mensagens. O terceiro passo é perceber que a relação acima proposta não é automática, posto que entre o sujeito que olha e a imagem que elabora existe todo um processo de investimento de sentido que deve ser avaliado.”.

Além disso, para se da realidade que a fotografia nos apresenta através do senso comum,  (1996.MAUAD, Ana Maria, p.11), apresenta os pontos a serem observados:

“O primeiro deles diz respeito à relação entre signo e imagem. Normalmente caracteriza-se a imagem como algo “natural”, ou seja, algo inerente à própria natureza, e o signo como uma representação simbólica. Tal distinção é um falso problema para a análise semiótica, tendo em vista que a imagem pode ser concebida como um texto icônico que antes de depender de um código é algo que institui um código. Neste sentido, no contexto da mensagem veiculada, a imagem - ao assumir o lugar de um objeto, de um acontecimento ou ainda de um sentimento - incorpora funções sígnicas. Um segundo ponto remete à imagem fotográfica enquanto mensagem, estruturada a partir de uma dupla referência: a si mesma (como escolha efetivamente realizada) e àquele conjunto de escolhas possíveis, não efetuadas, que se acham em relação de equivalência ou oposição com as escolhas efetuadas. Dito em outras palavras, deve-se compreender a fotografia como uma escolha efetuada em um conjunto de escolhas então possíveis. Finalmente, o terceiro ponto concerne à relação entre o plano do conteúdo e o plano da expressão. Enquanto o primeiro leva em consideração a relação dos elementos da fotografia com o contexto no qual se insere, remetendo-se ao corte temático e temporal feitos, o segundo pressupõe a compreensão das opções técnicas e estéticas, as quais, por sua vez, envolvem um aprendizado historicamente determinado que, como toda a pedagogia, é pleno de sentido social.”.

É partindo desses pontos apresentados que foram organizadas as duas fichas de análise, utilizadas na análise metodológica para analisar a imagem fotográfica, e dividí-la em unidades culturais, diferenciando assim o conteúdo e sua expressão. Temos então as fichas a seguir:

2. FICHAMENTO DAS FOTOGRAFIAS

2.1 FICHAMENTO DOS ELEMENTOS DA FORMA DO CONTEÚDO​

Agência produtora

Coleção Plínio Doyle/ Casa de Rui Barbosa.

Local retratado

Centro do Rio de Janeiro.

Tema retratado

Enchentes, destruição e inundações,  resultantes das chuvas e da estrutura do Rio de Janeiro.

Pessoas retratadas

Moradores humildes do centro da cidade.

Objetos retratados/Atributos das pessoas

Casas destruídas, objetos sendo carregados, pessoas aflitas, carregando vários objetos danificados, tentando juntar o que podiam salvar, após as enchentes

Atributo da paisagem

Precariedade e destruição das estruturas das moradias

Tempo retratado (dia e noite)

Dia

Número da foto

Figura 2 – n.179

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