Renato Russo e Cazuza Dois Ícones do Rock Brasileiro e

Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG

Unidade de Divinópolis

Curso de História

Élcio Batista Matos

Renato Russo e Cazuza dois ícones do rock brasileiro e os movimentos da contracultura brasileira durante a década perdida dos anos 80.

Divinópolis

Dezembro de 2016

Élcio Batista Matos

Renato Russo e Cazuza dois ícones do rock brasileiro e os movimento da contracultura brasileira durante a década perdida dos anos 80.

Trabalho apresentado a disciplina de metodologia de pesquisa de História I do Curso de História da Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG, do campus de Divinópolis.

Professor:.

Divinópolis

de 2016

DELIMITAÇÃO DO TEMA:

O rock é um dos mais importantes fenômenos de massa do século XX e o rock sempre traz uma imagem de revolução; rebeldia que está presente até hoje e que participou de importantes períodos da história brasileira. O rock é uma forma de manifestação de ideias que possibilitam o ser humano a pensar a interagir com seus ídolos. E nesse contexto dois grandes cantores brasileiros Cazuza e Renato Russo foram dois grandes ícones do rock brasileiro e criaram muitos fãs de carteirinha até hoje. E as letras de suas músicas de dez, vinte anos atrás que parecem letras atuais escritas ontem e mostram problemas do nosso país ao longo dos anos.

Ser jovem no Brasil dos anos 1980 não foi algo fácil, ou simples, ou puramente divertido. Sabe lá o que é atravessar uma era em que o país saiu de uma ditadura militar, grávido de esperança, sonhos e utopias, e ver os bebês serem abortados, um a um, ao longo de planos econômicos furados, escabrosos casos de corrupção e vírus tão devoradores quanto indecifráveis? Naqueles tempos em que a inocência ruía a cada esquina, novos sons, novas batidas, novas pulsações se fizeram necessários. E o rock, com suas farpas e arestas (e um coração transbordando de tudo), acabou sendo o veículo ideal para os trovadores que tinham a missão de reinventar o Brasil para o novo milênio.

O Brasil começava a década de 80 com significativas mudanças e de novos ordenamentos no quadro político da nossa sociedade. O início do processo de abertura política, após longo período de ditadura militar, possibilitou o surgimento de novas organizações da sociedade civil e da sociedade política. A população foi mobilizada a participar dos destinos do Estado e de intervir nos deferentes níveis do governo. No entanto, o país embora vivenciasse essa efervescência de mudança convivia e ainda hoje convive com grandes contrastes sociais e econômicos, frutos de um modelo de sociedade extremamente excludente, em que a maioria da população não tem acesso aos bens sociais básicos, entre estes, a educação, saúde, saneamento básico e habitação. O Brasil ocupa um dos primeiros lugares no mundo em concentração de renda, e um dos mais baixos lugares na qualidade de vida da população.

É neste contexto que nos anos 80, surgem novos atores no cenário político e sociocultural, através de organização de sindicatos, associações científicas e comunitárias, novos partidos políticos e eleições diretas para presidente do Brasil e nesta época se destacaram entre demais cantores dois músicos Renato Russo e Cazuza que foram considerados poetas de uma geração perdida como aquela dos anos 80.

Renato Manfredini Júnior (1960-1996), vulgo Renato Russo nasceu no Rio de Janeiro dia 27 de março de 1960, filho do funcionário público do Banco do Brasil, Renato Manfredini com a professora de inglês, Maria do Carmo. Renato russo cresceu em Brasília e também viveu dos sete aos dez anos nos Estados Unidos, por causa de uma transferência profissional de seu pai. E durante esse tempo ele aprendeu muito bem a língua inglesa. Aos 13 anos de volta a Brasília, Renato estudava e levava uma vida típica dos adolescentes de classe média da capital federal. Renato sempre foi um jovem culto e leitor nato, apaixonado por romances ingleses e bandas de rock principalmente britânicos como The Beatles e Sex Pistols.

Já cazuza (Agenor de Miranda Araújo Neto) (1958-1990) nasceu no Rio de Janeiro , no dia 04 de abril de 1958. Filho de João Araújo, produtor fonográfico e da cantora Lucinha Araújo, cresceu no meio artístico, convivendo com grandes cantores da Musica Popular Brasileira. Cazuza estudou no tradicional colégio, o Santo Inácio de Loyola e no colégio Anglo- Americano. Ainda jovem já escrevia poemas. Em 1976 foi aprovado no vestibular de comunicação, mas desistiu do curso três semanas depois. Começou a frequentar o Baixo Leblon, levando uma vida de boêmio. Foi levado por seu pai para trabalhar na Gravadora Som Livre, onde fez triagem de fitas de novos cantores e escreveu releases para divulgar os artistas.

No final de 1979 foi para os Estados Unidos, onde fez curso de fotografia na Universidade de Berkeley, em São Francisco. Em 1980 retornou ao Rio de Janeiro e ingressou no grupo teatral Asdrúbal trouxe o trombone, no circo Voador. Foi nessa época que cantou em público pela primeira vez, na peça “Paraquedas do Coração”. Em 1981 foi indicado pelo cantor Léo Jaime para vocalista de uma banda que estava se formando.

Dois grandes músicos dos anos 80 e até hoje vigora a discussão sobre aquele que teria sido o mais proeminente e representativo poeta da década perdida, os anos 80. Fácil, fácil a resposta: nenhum deles, ou seja, os dois juntos. Com sue estilo de vida americano marginal, esses letristas falaram de um universo comum aos jovens daquela época, abordando questões políticas, amorosas, emocionais, envolvimento com drogas, (homo) sexualidade, enfim, temáticas que se expunham numa linguagem cotidiana, revestida com a contra culturalidade do rock. Além disso, Cazuza e Renato Russo tiveram vidas (e mortes) bastante semelhantes. Podemos observar aspectos comuns na vida dos dois compositores que tem muito a ver com as atitudes expressas em suas letras,