O Tropicalismo e Rock Brasileiro
Por: Gabriel Silveira • 17/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.564 Palavras (7 Páginas) • 540 Visualizações
Trabalho de Artes
Tropicalismo e Rock brasileiro
[pic 1]
b
Aluno: Gabriel da Silveira
Professor: Daniela Montanha
Série: 3º ano EM
Tropicalismo
Tropicalismo ou tropicália foi um movimento musical surgido no final da década de 1960. Este período foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art. As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.
Principais representantes:
- Caetano Veloso;
- Gilberto Gil;
- Os Mutantes;
- Torquato Neto;
- Tom Zé;
- Jorge Bem;
- Gal Gosta;
- Maria Bethânia. Capa do disco de Caetano Veloso de 1969: [pic 2]
um dos marcos do Tropicalismo
Músicas tropicalistas que fizeram sucesso:
- Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968)
- Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)
- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)
- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)
Contribuição do Tropicalismo para o Brasil:
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Nesse contexto, foi um movimento cultural revolucionário, apesar de ter sido muito criticado no período. Além do mais, influenciou as gerações musicais brasileiras das décadas seguintes.
Tropicalismo
[pic 3]
Alegria, Alegria
Caetano Veloso
Lançamento: 1967
Gênero: Tropicalismo
Duração: 2:48
Letrista: Caetano Veloso
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento,
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por que não...
Análise da obra
Contexto – Apesar do título da obra fazer menção à alegria, sua letra nada possui de alegre, e sim, reflete sobre a repressão do período militar no Brasil. Essa canção se tornou a mais emblemática da ditadura militar, uma vez que através da figura de linguagem metáfora, conseguiu burlar o sistema de inserção midiática do regime e expor a música a toda a nação brasileira, sendo então considerada uma música revolucionária daquele período. Em todo o poema/obra, o autor utiliza o pronome EU, 1ª pessoa do singular. No entanto, não tende ao egocentrismo ou narcisismo, apenas posiciona-se como um lutador contra a repressão militar.
Estrutura do texto – Caetano utiliza basicamente elementos do Modernismo Brasileiro, da contracultura, da ironia, rebeldia, anarquismo e humor. Percebe-se que o autor salientou que a cultura importada era alienante, através de termos subliminares como, Brigitte Bardot e Coca-Cola.
A canção faz crítica também à esquerda intelectualizada, a negação a qualquer forma de censura, uma denúncia da sedução dos meios de comunicação de massa e um retrato direto da realidade urbana e industrial.
Metáforas – Na obra foi retratado toda a repressão sofrida pelos cidadãos brasileiros durante o período militar, denuncia todo o percorrido através de metáforas, assim como diz em “Caminhando contra o vento/sem lenço e sem documento” que se refere à violência praticada pelo regime. Ao dizer “sem livros e sem fuzil, / sem fome, sem telefone, no coração do Brasil” revela a precariedade na educação brasileira proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas.
Rock Brasileiro
O início do Rock brasileiro se deu na década de 1950 com Nora Ney, quando gravou o primeiro Rock “Rock around the Clock” para a versão brasileira de um filme norte-americano. Logo após, Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido. Em meados de 1960, surge a Jovem Guarda com cantores como, por exemplo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa a fazer sucesso entre os jovens.
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