República das Oligarquias – Coronelismo
Por: McGuarnieri • 10/3/2018 • Resenha • 593 Palavras (3 Páginas) • 165 Visualizações
República das Oligarquias – Coronelismo
Marta Camilo da Silva Guarnieri
A História política do Brasil é marcada por jogos de interesses por parte das elites dominantes. Após a queda do sistema monárquico, que imperou no Brasil até 1889, deu início a uma nova fase, a República.
O primeiro governo provisório do Brasil República foi o de Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891). Foi um governo conturbado, pois o momento de mudança de sistema de governo envolveu muitos interesses. No dia 23 de novembro de 1891, Marechal Deodoro da Fonseca renunciou, assumindo seu vice Marechal Floriano Peixoto (1891-1894), que também encontrou muitas hostilidades e revoltas pelo país. No final de seu governo, Floriano Peixoto convocou eleições, tendo como vencedor Prudente de Moraes (1894-1898). É com Prudente de Moraes que se dá o início a República Oligárquica cafeeira, com várias alianças que beneficiavam a elite oligárquica do café; razão pela qual esse período da História a República brasileira também ficou “conhecida como ‘República Oligárquica’, ‘República dos Fazendeiros’, ‘República dos Coronéis’ e ‘República do Café-com-Leite’” (p.86). Dessa forma a política foi comandada pela elite e pelos grandes proprietários de terra, que ditavam o futuro político da nação.
A prática do chamado coronelismo era comum nesta época, pela qual era imposto a vontade da classe dominante. Como exemplo, podemos citar que os oligarcas se utilizavam, nas eleições, de violência, fraudes, controle dos eleitores e de práticas de favorecimento de maneira ilegal, o chamado compadrio. Dessa forma o chamado coronelismo garantia o domínio das oligarquias.
Com Prudente de Moraes assumindo o governo, assume com ele a elite do café, que sempre colocavam a frente seus interesses sendo que, “de 1894 a 1930, a oligarquia do café-com-leite não perdeu uma única eleição. Ente esses mecanismos podemos destacar: a política dos governadores, as práticas do coronelismo e a aliança entre São Paulo e Minas Gerais” (p. 86-87). Os grandes produtores de café dos estados de São Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder. Dentro dos arranjos políticos, a elite controlava o presidente com as famosas “trocas de favores”.
A oposição, bastante enfraquecida, encontrava enormes dificuldades para atuar, não raro se sujeitando a alguns ditames dos governistas, pois, inclusive, a oposição estava sob a ameaça de cassação do diploma de seus deputados. Desse modo, eram realizados arranjos políticos que mantinham o estado de coisas. “Para garantir o funcionamento na prática, dos objetivos desse arranjo, faltava articular o nível local da luta política e, para tanto entrava em cena o “coronel”, o chefe político local, que mantinha sob seus domínios os rumos da política eleitoral do município” (p.88).
O coronel era um grande proprietário de terras que, devido ao seu prestígio e poder econômico, ditava as regras àqueles que estavam sob seu domínio. “A forma de atuação do coronel implicava uma relação de ‘dependência’ com os habitantes do local, relação essa que derivou o conceito sociológico de ‘clientelismo’” (p. 89). Com essa atuação dos coronéis era garantido o domínio das oligarquias nas urnas. Os eleitores votavam em um candidato já definido;
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