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Resenha : Bruxas - Figuras de Poder

Por:   •  10/5/2015  •  Resenha  •  471 Palavras (2 Páginas)  •  485 Visualizações

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  1. resenha

Neste ensaio, a autora Paola Basso, descreve o papel da imagem da bruxa sobre dois aspectos: o primeiro refere-se a mulher maligna, que prefigurava a imagem do demônio pela Contra Reforma, o segundo é o descrito pelo o historiador Jiles Michelet, que a descreve como um mártir, uma imagem de poder e independência.

Durante muitos séculos a mulher que usava de seus modos para tratar doenças ou até mesmo resolver questões do cotidiano era condenada pela Contra Reforma, que as queimavam em praças públicas como demonstração de punição a todas aquelas que tentassem seguir o mesmo caminho das condenadas.

De acordo com a autora, a mulher não poderia exercer nenhum tipo de disputa com o poder patriarcal. A imagem da mulher sempre esteve ligada ao “pecado original” e a desobediência, sendo esta uma colaboradora do próprio Satã.

Para os autores do Malleus, os poderes das bruxas advinham dos demônios, como também a luxúria e o desejo sexual eram disseminadores do pecado original.

Segundo Malleus, a bruxa era uma mulher perversa, fatal e mortífera que é representada no Apocalipse como a grande meretriz.

As mulheres que eram consideradas bruxas, quando eram presas pela a inquisição, passaram por todos os tipos de torturas com o objetivo de encontrarem alguma evidência que as pudessem incriminar. Não pastasse tortura-las, também as queimavam para que não pudessem ressurgir da sepultura, pois assim acreditavam os inquisidores.

Para Michelet, a imagem da bruxa está ligada ao trabalho árduo, sendo um escape da fome e das adversidades. Essa mulher era solitária e exilada, pois era considerada uma ameaça a sociedade da época e por muitas vezes era expulsa das aldeias.

Para Paola, a figura da bruxa instiga muita curiosidade por parte de muitos autores, já que a bruxa foi objeto de desejo e ódio por muitos da Idade Média, visto que era um momento que a religiosidade dominava o dia a dia todos, o pensar, o fazer. Tudo isso contribuiu para as mulheres que não se encaixassem nesse modelo de vida imposto pela igreja, se revoltassem e fossem consideradas como bruxas e uma ameaça a sociedade e aos bons costumes.

Desta forma, a bruxa manifesta todos os desejos, como também o ódio de muitos homens. Seus cultos, seus rituais ainda fazem parte do imaginário de qualquer pessoa, pois foi passado uma imagem de uma mulher nefasta, maligna e cruel, e nada mais era a manifestação de uma vida diferente daquela estabelecida pela igreja.


REFERÊNCIAS

ZORDAN, Paola Basso Menna Barreto Gomes. Bruxas: figuras de poder. Estudos Feministas, Florianópolis, 13(2): 331-341, maio-agosto/2005.

DEMO, Pedro.  Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 1999.

MAINGUENEAU, Dominique. Elementos de lingüística para o texto literário. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

RAMPAZZO, Lino.  Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação.  São Paulo: Stiliano, 1998.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para apresentação de trabalhos. 2. ed. Curitiba: UFPR, 1992. v. 2.

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