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Resenha Da Introdução E Do Final De Os Reis Taumaturgos De Marc Bloch

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Por:   •  8/4/2014  •  1.005 Palavras (5 Páginas)  •  2.411 Visualizações

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Bloch, Marc. Os Reis taumaturgos- o caráter sobrenatural do poder régio França e Inglaterra

Companhia das letras

Primeiro texto (pag 41 até pag 48)

O autor começa o texto contando uma anedota na qual um frei, enviado pelo rei da Inglaterra, Eduardo III, para conseguir apoio dos venezianos na guerra contra a França, teria contado aos possíveis aliados que o bondoso inglês teria proposto ao rei francês três formas de resolver a guerra de forma menos sangrenta. Dentre esses desafios estava o de que Felipe de Valois, então rei da França, deveria jogar-se aos leões famintos, já que nenhum leão atacaria um rei, ou curar alguém de uma doença.

Marc Bloch diz que não é possível confirmar de fato se houve ou não os desafios, entretanto, não existem duvidas que a sociedade da época de fato acreditasse que os reis tinham o poder de curar as pessoas com um simples toque.

Uma forma conhecida dessa credulidade era a distribuição de anéis abençoados pelos reis, os quais a população acreditava que de fato poderiam curar suas doenças.

Mais adiante o autor mostra que não se pode pensar essa crença como algo isolado, correndo o risco de pensar tal rito como uma anomalia, sem relação com as crenças da época (43), nem podemos pensar os reis como simples curandeiros, já que representavam muito mais que isso (44).

Como podemos ver, a crença nesses poderes ajudavam a alimentar a lealdade dos súditos (45), e que a mesma poderia se adaptar a diferentes sociedades, uma vez que a mesma era algo que fugia do racional (45).

Marc Bloch também expõe algumas dificuldades quanto a se conseguir fontes para sua pesquisa. Não por serem escassas, com exceção da parte que se refere a origem dessas crenças, que como o próprio autor diz, “fogem a história” (45), mas na hora de juntar as fontes, já que eram de naturezas muito distintas (livros, cartas, registros...) e por estarem dispersos (46)(47)

Segundo texto (pag 267 até pag 278)

O autor começa essa parte do texto questionando o motivo pelo qual a crença do poder de cura dos reis taumaturgos não ter sucumbido ao tempo, e se os mesmos poderiam realmente curar os doentes, expondo que a população acreditava na cura como algo inquestionável, pergunta o motivo dessa fé cega. (267)

Bloch diz que não seria mais possível encontrar a resposta para essa pergunta somente com a fé, e seria necessário buscar uma resposta que fosse aceitável pela razão (267)

O fundador da revista dos annales nos mostra ainda que alguns autores tinham uma visão mais política do rito da cura, como Hume, em “Célebre Essay on Miracles”, onde o autor tem uma visão que pode ser considerada até um pouco cética sobre o assunto. (269) ou como Douglas, que pretendia desvencilhar os milagres evangélicos do poder régio, legitimando assim o primeiro. (269). Contudo, muitos autores negavam que o poder do rei tivesse origem sobrenatural, mas não que os reis poderiam de fator curar (270), uma vez que a opinião publica estava do lado dos monarcas, não seria algo prudente questionar tal fato (270).

Marc Bloch expõe também o fato de que alguns autores acreditavam que esse dom era algo hereditário, logo todos os membros da família receberiam tal dom, como Pietro Pomponazzi, citado no texto pelo autor. (271)

Contudo, alguns autores como Douglas e Beckett acreditavam que o efeito do rito seria algo como o efeito placebo para nós nos dias de hoje, não passando de uma psicoterapia (272). Logo após a inserção deste fato, o autor atenta para o fato da medicina na época desses monarcas ser deveras ruim, o que poderia levar ao erro de diagnostico,

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