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Resenha Sobre A história da América Latina

Por:   •  20/7/2019  •  Resenha  •  1.993 Palavras (8 Páginas)  •  645 Visualizações

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PRADO, Maria Ligia; PELEGRINO, Gabriella. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014.

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SOBRE AS AUTORAS:

Maria Ligia Prado é Historiadora. Doutora em História Social pela USP. Professora titular de História da América Independente do Departamento de História da USP. Autora, entre outras obras, de América Latina no século XIX: telas, tramas e textos (também traduzido para o espanhol); O populismo na América Latina. Coautora de Reflexões sobre a democracia na América Latina, entre outros.

Gabriela Pellegrino é professora de História da América Independente da USP e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História Social da mesma universidade. É especialista em diversos temas de História política e cultural da América Latina dos séculos XIX e XX.

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A América Latina durante toda a sua história foi palco de lutas e conflitos por ideais defendidos por muitos setores da população, a referida obra A história da América Latina apresenta a complexa história dessa parte do mundo, que também faz parte da nossa história como brasileiros. Os principais pontos que a presente resenha[1] pretende discutir são os que tem como eixo a constituição desse território como um espaço efetivamente nacional, no sentido de englobar não apenas, como recorrentemente vemos, a história que os europeus moldaram e conquistaram, mas que a própria América Latina conseguiu delinear a partir de sua emancipação. Sendo assim, trataremos dos seguintes capitulos: A crise  dos domínios coloniais; O horizonte republicano nos estados nacionais em formação; Políticas de massa e reformas sociais; Che Guevara e os movimentos revolucionários latinos americanos e Ditadura militares e sociedade civil.

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No periodo Colonial, a maior parte da América Latina era organizada a partir de um sistema de vice-reinos pautados por intervenções diretas dos paises europeus, caracteriza-se também o fato da maioria desses vice-reinos estarem subordinados ao dominio espanhol, a titulo de exemplificação temos os vice-reinos do Peru, Rio Prata, Nova Granada, Nova Espanha que também englobam paises dentro deles, isto é, subdivisões.

Contudo, a propria obra, em um primeiro momento, denota não a constituição desses vice-reinos mas o processo de desmenbramento, isto é, quando as estruturas constituídas pelos europeus não são mais suficientes para aplacar todos os ânimos presentes nesses territórios, já que  a partir do século XVI nota-se um processo de uso constante da mão de obra indigena através de um sistema denominado Mita, com isso os nativos recorrentemente passaram a ser submetidos a um regime de trabalho forçado em minas, na lavoura ou nos obrajes a serviço da coroa, a mão de obra escrava vinda do continente Africano também era frequentemente usada mesmo que em menores propoções.

Outro problema presente no eixo dessa crise dos dominios coloniais é que em lugares como o Peru por exemplo e em muitos outros da América Latina, a população já gozava de certa autonomia, propocionando até mesmo um lider de origem indigena – curaca- aliado da coroa, porém com as constantes dividas do proprio reino espanhol ocorre um enrijecimento dos tributos cobrados junto de uma séries de medidas controladoras. Assim, várias restrições foram impostas, principalmente no que concerne ao comércio, desagradando os criollos e os curacas, pois os mesmo já não desfrutavam de privilégios como antes.

Existia também uma constante tentativa de catequização da igreja católica em relação aos indigenas, a sociedade era estática e sem oportunidades e as relações entre europeus e nativos solidificadas em bases explosivas, com muitos casos de opressões e discriminações partindo dos primeiros. Diante de tais fatos, não seria estranho o sentimento de medo de uma rebelião por grande parte desses “conquistadores”.

Em suma, tais acontecimentos foram importantes no que cerne ao surgimento de movimentos de independencias e desfacelamento das bases antigas, porém como as proprias autoras deixam explicito, depois de apresentarem os pontos anteriormente citados, a América Latina é variada em suas organizações, territórios e modos de vida, justamente por isso precisamos ser cautelosos na generalizações desses pontos e ter em mente que são menções gerais que possuem suas particularidades dependendo do espaço em que estão inseridas.

As inquietações chegaram ao ponto de explodirem e o florescimento de movimentos insurgentes ganhou um novo nivel,  segregando o mundo colonial em rebeldes e defensores da coroa europeia. Tendo inicio assim, as campanhas a favor da independencia dos vice-reinos. Nesta história se evidencia duas lideranças importantes, segundo as autoras, Simon Bolivar e San Martín, ambos foram ótimas lideranças militares dotadas de ideias liberais no tocante a emancipação. Simon Bolivar tinha o sonho de unir toda a América Latina ao seu comando e, para isso, conquistou a independencia de paises, como: Bolivia, Equador, Panamá, sua terra natal Venezuela. Já San Martin tinha como objetivo principal libertar o Peru e contribuiu para a libertação também de sua terra natal Argentina. Simon Bolivar hoje em dia, é largamente cultuado, assim como San Martín é notoriamente reconhecido, principalmente na Argentina.

Todavia, ainda perdurava uma clara divisão por parte da população a cerca das ideias disseminadas, mas não se apresentando como um elemento excludente, também encontramos boa parte da sociedade alimentada por concepções libertadoras e esperançosas sem esse apoio os lideres dificilmente emprenderiam sozinhos os processos de independencia. É importante o fato das autoras mencionarem a relevancia desses sujeitos comuns, desde os cultos ilustrados, os indigenas e os mestiços, alguns padres e a figura de corajosas mulheres. Por fim, os movimentos de independencia surgiram por necessidade de mudanças,por fatores que antigiam todos os setores da vida desses individuos. surgiram de anseios.

Com a obtenção da independencia desses territórios, irrompe a necessidade de organização e definitiva formação dos estados nacionais, era preciso reestruturar e solucionar os inumeros impasses sejam de carater economico ou social. O cenário era constituido por uma população crente de que suas necessidades seriam atendidas da melhor maneira possivel e por setores conflitantes, já que cada um possuia sua proposta e seu modo de regular a situação, centralização ou federalismo, a soberania popular ou uma autoridade forte, afinal do que a América Latina necessitava? . Lugares como Argentina e México possuiam fortes oposições politicas, a primeira com os federalistas, movimento heterogeneo e divergente em seu proprio ciclo, em oposição aos centralizadores, já no México tinhamos os liberais defendiam uma República e os conservadores uma monarquia. Resumidamente, existia pensamentos que expressavam a exclusão de uma parte da população como ativa no processo de organização politica, economica e social, afirmando que só a elite possuia preparo.

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