Resenha do filme: Germinal de Claude Berri, 1993
Por: Edilson Fioramonte • 9/5/2018 • Resenha • 900 Palavras (4 Páginas) • 2.155 Visualizações
UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA - UNIARA
Edilson Brambila Fioramonte
Resenha do filme
Germinal de Claude Berri, 1993
BACHARELADO EM DESIGN DIGITAL
Araraquara
2018
O filme Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, mesmo diretor dos filmes Jean de Florette (1986), A Vingança de Manon (1986) e O Velho e o Menino (1967). O filme tem como elenco Renaud Séchan[1], Gérard Depardieu[2] e Sylvette Herry[3], conhecida também como Miou-Miou. A obra foi baseada no romance francês homônimo publicado no ano de 1885 e escrito por Émile Édouard Charles Antoine Zola, grande idealizador do Naturalismo[4], que também escreveu as obras La Confession de Claude (1865), Thérèse Raquin (1867) e La roman experimental (1880).
O filme se passa nas minas de carvão da cidade de Montsou, na França, durante o século XIX, durante a Primeira Revolução Industrial, ascensão do capitalismo, modernização das máquinas e exploração da mão de obra. Há o enfoque da origem da organização sindical na obra e seu título está associado ao processo de amadurecimento dos movimentos grevistas dos proletariados. Tais manifestações se dão pelas condições precárias de trabalho, pela pobreza, exploração de mão de obra infantil, e baixos salários impostos pelos patrões.
O contexto histórico do longa metragem acontece durante a Primeira Revolução Industrial, que surgiu na Europa entre os séculos XVIII e XIX, onde sua principal característica foi a substituição do trabalho manual pelo trabalho remunerado com o uso de máquinas, sendo que antes disso os europeus viviam do que era produzido artesanalmente nos campos onde o produtor era responsável por todo o processo de produção. Durante esta revolução o carvão era de extrema importância para o funcionamento das indústrias da época, já que ele era a principal fonte energética para as máquinas a vapor.
Em Germinal, todos os membros das famílias devem trabalhar, desde crianças até idosos, onde cada salário garante o sustento da família toda, e quando alguém morre, ou acaba deixando a família, é preciso ser substituída o mais rápido possível. No início do filme um homem aparece procurando trabalho e logo é contratado após o falecimento de uma operária. Depois de algum tempo, esse novo operário tem uma visão contestadora e revolucionária incentivando uma greve trabalhista, que ao mais tardar se transforma em uma desordem. Os trabalhadores tentam negociar suas condições de trabalho e aumento salarial, mas com o pedido negado pelos administradores das minas, eles se rebelam e se tornam criminosos, causando mortes, invadindo e destruindo os instrumentos e locais de trabalho. O filme mostra com clareza o processo de produção no capitalismo, o trabalhador é tratado como uma coisa qualquer, e em contrapartida a burguesia se encontra em suas luxuosas residências, refeições fartas e um enorme descaso aos mais pobres.
Berri, apresenta a questão sobre a exploração da mulher, muitas vezes mostra-se o abuso da figura feminina pelos homens, sendo que uma das cenas as mulheres dos trabalhadores vão em busca de mantimentos para suas famílias famintas, e o dono do armazém quer negociar com práticas sexuais. Sendo tal abuso, sofrido até hoje pelas mulheres.
Sobre as condições de trabalho apresentada em Germinal, pode-se trazer em discussão, a obra Os Tempos Modernos (1936), dirigido e protagonizado por Charles Spencer Chaplin, ator da era do cinema mudo, responsável também pelas obras Em Busca do Ouro (1925), Luzes da Cidade (1931) e O Imigrante (1917). Os Tempos Modernos retrata as condições do capitalismo “selvagem”, apresentando a fome causada pelo desemprego, ou pela pouca remuneração dos trabalhadores. Em ambas as obras o operário é apenas um objeto do processo de produção, o trabalho transforma-se em desumano, nada é pensado para o trabalhador a não ser trabalhar sem parar.
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