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Resumo A Imagem da Cidade

Por:   •  24/5/2019  •  Resenha  •  2.367 Palavras (10 Páginas)  •  266 Visualizações

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LYNCH, Kevin - The image of the City. Ed 70, Massachusetts, 1960.

A Imagem da Cidade

Introdução

O livro “A imagem da Cidade” trata sobre estrutura, imagem e organização de espaços urbanos, visando uma análise social e identitária de grupos sociais que estão inseridos no meio. Lynch faz um estudo de casos em três cidades norte-americanas, são elas: Boston, Jersey City e Los Angeles.

O método aplicado é o de interação entre observador, meio e espaço visual, respeitando os princípios de design urbano. A obra é dividida em 5 (cinco) capítulos, sendo estes: A imagem do meio ambiente; Três Cidades; A imagem da Cidade e seus elementos; A forma da Cidade; Uma Nova Escala.

A intenção do autor neste livro é mostrar ao leitor (especificamente aos estudiosos de urbanismo e arquitetura), que o ambiente e a estrutura formada em uma cidade vai além dos aspectos físicos, pois engloba significados aos indivíduos que estão envolvidos neste espaço urbano. Lynch trabalha com conceitos de memória, percepção e imagem, trazendo à tona, a multiplicidade de interpretação do espaço urbano, revelando as histórias que estão por traz da estrutura arquitetônica e da paisagem.

A imagem da Cidade, é uma obra da década de 60, período em que os estudos da geografia estão em alta, e está em discussão a ampliação do campo de pesquisa da geografia cultural. Paul Claval havia dado um novo rumo a essa discussão, ao afirmar que os espaços urbanos se organizam através das relações econômicas e sociais.

A geografia Humanista surge como um movimento para enquadrar os estudos geográficos não somente nos aspectos naturais, mas dá um novo objeto de estudo que havia sido de certa forma ignorado pelos outros movimentos, que é o “homem” em seu habitat, e como ocorre a interação entre estes, e qual o significado e contribuição que os espaços urbanos e paisagens tem para a identidade e comportamento dos indivíduos que estão interagindo diretamente e indiretamente com o ambiente. Esse movimento preza a subjetividade do objeto, por isso Lynch faz uso das estruturas arquitetônicas, inovando no método perceptivo e intuitivo que é o cerne da geografia humanista.

  1. A imagem do Meio Ambiente

Lynch inicia o capítulo esclarecendo os motivos do seu método de pesquisa, e o porquê de trabalhar com estudos geográficos baseando em relações interpessoais entre indivíduo e meio ambiente. Pois de acordo com o arquiteto, o homem por estar em plena atividade com seu espaço deve ser considerado não como mero observador, mas como modificador e ator. Lynch afirma que a percepção do homem em relação ao seu espaço é fragmentado e individual, ele apresenta a importância da percepção na construção da imagem do espaço urbano.

A estrutura da cidade, se modifica de acordo com a necessidade do homem, assim não existe uma forma/modelo específico de cidade, mas por estar em constante mudança sua imagem tende a ter multiplicidade de interpretações e significados.

O autor Kevin Lynch, apresenta o quão é agradável contemplar uma cidade, suas diversidades  e mudanças espaciais que ocorrem durante o tempo, para ele cada cidade tem uma dinâmica e uma cultura própria, os cidadãos ou os ‘elementos móveis’ como ele denomina, têm ligações com algumas partes da cidade pois, essas representam significados e estão carregadas de memórias.

O autor destaca os ‘elementos moveis’ da cidade, especificamente as pessoas e as coloca em um grau de importância similar com as partes físicas e imóveis, já que essas pessoas são partes ativas da cidade e a modifica de acordo com suas particularidades. Ao observar quais seriam as particularidades das pessoas o autor mostra que essas são de diferentes classes sociais e de personalidades distintas, com isso a cidade é o resultado (embora que sempre ‘inacabado’) da construção das pessoas que nela vivem ou que já viveram.

Lynch apresenta a concepção estética da cidade, que é muito diferente de outras artes, como á arquitetura, a música ou literatura, todas fazer parte das cidades e ajudam a complementa-la.

Ao falar sobre o meio ambiente da cidade o autor destaca que é difícil se observar um lugar ‘belo e agradável’, relatando que as pessoas se acostumaram com “[...] a sujidade, o fumo, o calor, a aglomeração, o caos e, no entanto, com a monotonia também [...]” (p.12), com isso o autor destaca que as pessoas não percebem os lugares harmoniosos que podem viver, passando tempos longe das cidades apenas em período de férias, e quando assim fazem, sentem-se em sua maioria satisfeita.

Legibilidade

Lynch apresenta o objetivo do livro, que é compreender e discutir o meio ambiente visual das cidades americanas, do ponto de vista do imaginário dos cidadãos. O conceito de Legibilidade é apresentado pelo autor sendo: “Facilidade com que cada uma das partes [da cidade] pode ser reconhecida e organizada em um padrão coerente” (LYNCH, 1960, p.2)”, ou seja, diz respeito às formas com que conseguimos observar e organizar as partes das cidades, a visibilidade que observamos em relação as suas divisões como, avenidas, bairros e tudo aquilo

É importante salientar que o autor deixa nítido que a legibilidade não é a única forma de se observar uma cidade, mas é crucial se quisermos entende-la a partir da percepção das pessoas que vivem nela.

De acordo com o autor dificilmente as pessoas se perdem nas cidades modernas, visto que existem nomes de ruas, mapas, e outras formas de se orientar localizando-se, mas quando uma pessoa se sente perdida no meio ambiente em que se encontra ela entra em desespero, a sensação de não saber onde está e nem para onde ir gera diferentes emoções, por isso o autor afirma que “[...] A imagem do meio ambiente dá, a quem possui um sentido importante de segurança emocional [...]”(p.14).

 Em contrapartida ele apresenta um contra argumento que poderia desmenti-lo, que é a ideia de que o cérebro humano é totalmente adaptável as adversidades, e muitas pessoas desbravaram lugares até então desconhecidos sem um mapa ou uma orientação precisa. De acordo com os argumentos apresentados, Lynch chega à conclusão, que os exploradores que não tinham um a rota definida eram treinados e preparados para as ‘aventuras’, mas mesmo assim durante as expedições eles sentiam-se ansiosos.

Construindo a Imagem 

Lynch apresenta que as construções das imagens do meio ambiente, são resultados das possibilidades que esse oferece em conjunto com que os seres humanos observam e modificam. O autor apresenta que uma mesma imagem pode ter diferentes significados, variando os observadores e os significados que cada um aplica a ela.

Ao decorrer da narrativa o autor expõe que se propusermos a observação de um determinado objeto a vários indivíduos cada um o relatará de uma forma, mas se agruparmos esses sujeitos a partir de “[...] idade, sexo, cultura, ocupação, temperamento ou familiaridade. [...]” (p.17), cada um continuará com sua singularidade na observação, mas os grupos mostrarão uma certa concordância em relação á imagem observada.

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