Resumo Fabricação Do Rei, Peter Burke
Por: pekennaUFMG • 24/10/2017 • Abstract • 1.564 Palavras (7 Páginas) • 564 Visualizações
Universidade Federal de Minas Gerais
Aluna: Adriana Cristina Souza de Jesus / História Moderna
Fichamento: Burke, Peter
A Fabricação do Rei: A Construção da Imagem Pública de Luiz XIV / Peter Burke;
tradução, Maria Luiza X. de A. Borges. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1994.
Capitulo III – O Nascer do Sol
O interesse pela imagem de Luís começou quando de seu nascimento, celebrado pela França inteira com fogueiras e fogos de artifício, repicar de sinos, salvas de canhão e o canto solene do Te Deum, e comemorado com sermões, discursos e poemas, entre os quais versos em latim do filósofo italiano Tommaso Campanella, exilado na Franca, que falavam do bebê como uma espécie de Messias em cujo tempo a idade do ouro retornaria. (página 51, parágrafo 1)
Na verdade, a concepção de um herdeiro para o trono e o primeiro movimento da criança no útero já tinhas sido motivos de celebração, mais entusiástica ainda porque na altura de 1638 já se tornara extremamente improvável que Ana de Áustria e seu marido Luíz XIII viessem jamais a gerar um filho. Foi por esta razão que se aplicou ao menino o epíteto de “doado por Deus”(pagina 51, 2° parágrafo).
Em 1643, quando o pequeno Luiz ainda não completara cinco anos, a morte de seu pai o empurrou para o centro do palco. Sua ascensão ao trono, no mesmo ano, foi marcada por uma enorme mudança em sua imagem. Até então Luiz fora mostrado como qualquer bebê. A partir de 1643, ele começou a ser representado envergando o manto real. Aos cinco ou seis anos, Luiz já era mostrado sentado no trono, empunhando um cetro ou bastão de comando. Por vezes era representado de armadura (moderna ou romana antiga) (pagina 51, parágrafo 3).
O ritual era outro meio de apresentar o jovem rei ao seu povo. Em 1643, para celebrar sua subida ao trono, ele fez uma entrada solene em Paris. No mesmo ano, presidiu seu primeiro Lit de Justice. (pagina 52)
A fronda pode ser definida, entre outras coisas, como um conflito entre duas concepções de monarquia: limitada versus “absoluta”. (página 52)
Na primeira concepção, o poder do rei de França era limitado pelas chamadas “leis fundamentais” de reino, cujo guardião era o Parlamento de Paris. Na segunda concepção, que prevalecia na corte, o rei tinha “poder absoluto”. (pagina 52)
A Fronda, que foi derrotada em 1652, teve considerável efeito no modo como o jovem rei e seu governo foram apresentados ao publico. Assim, em 1654, uma estatua de Luis pisando um guerreiro prostado (símbolo da Fronda) foi instalada no pátio do Hotel de Ville, em Paris. No mesmo ano, um balé dançando na corte, representava Apolo (isto é, o rei) destruindo um píton. Uma série de pinturas feitas nos aposentos do rei no Louvre também celebrava a derrota da Fronda. (página 53)
A Coroação
A coroação e sagração de Luis ocorreram em 1654, tendo sido adiadas pelos distúrbios da Fronda. A cerimônia incluía um juramento prestado pelo rei, prometendo conservar os privilégios de seus súditos; perguntava-se também a congregação se aceitava ou não Luis como rei. Seguiam-se a benção dos emblemas reais, entre os quais a chamada “espada de Carlos Magno”, esporas e o anel que o historiador Denys Godefroy descreveu como “a aliança com que o dito Senhor esposa o Reino”. (página 53).
O ritual foi assistido por embaixadores estrangeiros e por uma multidão de gente do povo. (pagina 53)
Em suas memórias Luis afirmou que sua sagração não o fizera rei, simplesmente o declarara rei. Acrescentou, no entanto, que o ritual tornara sua realeza “mais augusta, mais inviolável e mais santa”. Essa santidade pode ser ilustrada pelo fato de, dois dias depois, o jovem reiter desempenhado pela primeira vez o ritual do toque real. Segundo a crença tradicional, os reis da França, como os da Inglaterra, tinham o poder miraculoso de curar (...) “o rei toca, Deus te cura”. O poder curativo do toque real constituía um poderoso símbolo do caráter sagrado da realeza.
A Entrada Real
A tarde aconteceu a entrada propriamente dita, um desfile em que o rei e sua nova rainha percorreram a cidade, passando por vários portões e arcos decorados para expressar a importância da ocasião. As decorações eram variações em torno do tema do triunfo da paz, comemorando a Paz do Pirineus, tratado assinado em 1659 entre França e a Espanha e selado pelo casamento de Luis com a infanta Maria Teresa. (pagina 55)
A imagem real deveria ser considerada uma produção coletiva. Pintores, escultores e gravadores contribuíam para ela. Assim também os alfaiates do rei, seu cabeleireiro e seu professor de dança. Assim também os poetas e coreógrafos dos balés da corte, e os mestres-de-cerimonias que supervisionaram a coroação, as entradas reais e outros rituais. (pagina 58).
Capítulo IV – A Construção do Sistema
Após a morte do cardeal, em março de 1661, Luis declarou sua intenção de governar sem primeiro ministro. Queria exercer poder absoluto, em outras palavras, poder não dividido com outros. Isso não significava, é claro, que o rei governasse sem orientação ou auxílio. Entre seus auxiliares, a figura mais importante foi Colbert. ( pagina 61)
Colbert queria restabelecer a preeminência do rei como patrocinador das artes. Sua ampla preocupação com a gloria do monarca é revelada em sua correspondência oficial, em especial a trocada com Jean Chapelian. Chapelian escreveu-lhe um relatório em 1662sobre o uso das artes “para conservar o esplendor das realizações do rei.”
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