Resumo - Maio de 68 Francês de Raquel Varela e Roberto della Santa
Por: Rodrigo Navas • 25/4/2019 • Abstract • 523 Palavras (3 Páginas) • 190 Visualizações
O artigo “O maio de 68 na Europa – Estado e revolução” é um trabalho elaborado em colaboração entre Raquel Varela e Roberto della Santa, ambos professores universitários da UFF, sendo Verela professora-visitante internacional. Neste trabalho os autores vão discutir o momento de “protagonismo de lutas sociais que colocaram os ‘de baixo’ no epicentro do processo histórico.
Para o cumprimento de tal proposta eles utilizarão de diversos momentos históricos de conflitos vividos numa faixa de recorte temporal bem flexível, ligando seus acontecimentos à influência que o Maio de 68 francês proporcionou; e que tiveram total impacto no imaginário ocidental, seja na academia, nos movimentos sociais populares de esquerda, no movimento operário e até mesmo numa ótica mais ampla, que poderia incluir um pensamento “senso comum”.
Interessante são as contradições incutidas no texto, mas que infelizmente, não são aprofundadas. Um exemplo de tal é quando é comentado sobre as políticas repressoras de Stalin num primeiro momento. Num segundo momento, trata-se, também, da invasão da URSS, que ocorrem num período pós-denúncia dos crimes de Stalin, à Tchecoslováquia e a Hungria como atitudes autoritárias por parte do governo soviético, e, ao mesmo tempo, menciona, que tais países, que sofreram com tal repressão, tiveram uma certa autonomia de desenvolvimento, justamente num período aonde o autoritário e sanguinário Stalin estava vivo e exercendo seu cargo.
Outra questão é a influência dos revolucionários maoístas, mais à esquerda que o Partido Comunista Francês. Tiveram no desenrolar dos acontecimentos na terra de De Gaulle; e também da proposta de se criar uma cultura acadêmica, levantada pelos reconhecidíssmos intelectuais da New Left Review inglesa. Em ambos os casos aqui falados, os méritos de tais agentes são reconhecidos e exaltados, mas, quando se refere à Revolução Cultural Chinesa, proposta por Mao, lembrando-se, que tal movimento é um dos fatores relevantes a uma queda do “stalinismo” nos partidos comunistas ocidentais, esquece-se que uma das causas da ruptura sino-soviética é a não aceitação da ideia reformista da “via pacífica” de transição do capitalismo ao socialismo, proposta pelo XX Congresso do Partido Comunista da URSS; e que fora posta em prática, inclusive, na busca pela Nova Cultura. Esse momento da Revolução Chinesa que será é também objeto de contestação pelo caráter repressivo e violento das “purgas” realizadas durante o desenrolar de consolidação de tal política, mas sua influência nas propostas progressistas que ocorrem no ocidente acaba ficando relegada ao ostracismo.
Obviamente críticas devem ser feitas a ambos os lados e isso o é o que está sendo realizado aqui. Não se busca a canonização de Stalin, Mao, ou da URSS e da República Popular da China; ou então o demérito do trabalho fonte dessa discussão, mas sim, um apelo para um maior desenvolvimento das contradições existentes, pois elas são reais e concretas.
A própria natureza do marxismo, a que muitos criticam por ser uma corrente de análise determinista, segundo Lênin, é dialética, afinal, ele é baseado em 3 pilares: a economia política inglesa, o socialismo utópico francês e a filosofia dialética alemã. Quando os que dizem seguir a corrente de pensamento marxiano esquecem dessa característica dialética, que a brecha
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