Resumo do capítulo II do livro "História e história da cultura" por Sandra J. Pesavento
Por: Maely Mesquita • 12/3/2018 • Seminário • 1.037 Palavras (5 Páginas) • 489 Visualizações
Universidade Estadual Vale do Acaraú
Centro de Ciências Humanas / Campus do Junco
História 2014.1 / Teoria e Metodologia II / Prof. Dr. Agenor Soares
Acadêmico: Anandrey Cunha
Resumo do capítulo II do livro História e História Cultural, de Sandra J. Pesavento
Nesse capítulo, a autora dialoga com as diversas personalidades que ajudaram a historiografia a culminar na História Cultural, conversando com autores de diversos movimentos historiográficos anteriores ao que também chamamos de Nova História Social, realizando o que ela chama de Arqueologia da História Cultural. Nesse sentido, Sandra afirma que essa corrente historiográfica não é apenas fruto do pensamento social pós-guerra, mas sim uma mistura de teorias anteriores também, feitas suas adaptações de acordo com suas temporalidades e contextos particulares.
Sandra Pesavento faz lembrar os acordes historiográficos de D’Assunção Barros quando aceita a ideia de uma Historia fruto de ideias já passadas, na medida que confirma o acúmulo de conhecimentos de escolas então ultrapassadas e as noções de Karl Popper, quando diz que o conhecimento científico deve compreender a convicção subjetiva como forma de se alcançar o conhecimento, longe do que ele chama de psicologismo (no que se refere ao acúmulo de conhecimentos – Popper é contra a ideia da mente-balde, e acredita que nós não somos produto do tudo, somos do que escolhemos de acordo até com nossas necessidades biológicas). Ou seja, comungando suas ideias à Escola Historiográfica em questão, a História Cultural seria, então, o acúmulo das ideias que melhor puderam adaptar-se ao contexto em que se tornou necessário aplicá-las.
Para embasar sua ideia, Sandra lembra primeiramente de Michelet, historiador positivista e nacionalista do séc. XIX. Ele, um dos expoentes do romancismo historiográfico, é considerado por muitos o pai da História Cultural em virtude de ser o primeiro a identificar em seus trabalhos o povo como sujeito histórico, além de trabalhar com novos temas para época – como mulheres e ciganos – e permitir certas posturas e insights inovadores para seu tempo. Michelet afirma também que o povo é o personagem da História e ‘dono do gérmen da Nação’. Vale salientar que nomear Michelet como pai da História Cultural é certamente anacrônico, uma vez que esta não surgiu em tal período, todavia, suas práticas dão condição à uma nova metodologia de pesquisa na História.
Continuando sua argumentação, Sandra menciona os Culturalistas alemães Hegel e Kant além de outros nomes contemporâneos de tais, como Burckhardt – com seu livro A civilização da Renascença na Itália – e até mesmo o grande nome do Positivismo enquanto sinônimo pragmático, técnico-documental e ufanista de história, Leopold von Ranke. Ranke, era membro do historismo, corrente de pensamento onde a história e os fatos ocorriam em função do tempo, levando a considerar a importância da carga sentimental/subjetiva do pesquisador para a escrita da História. Ainda sobre os positivistas, Pesavento ainda acrescenta mais dois nomes à lista dos que contribuíram para a construção da História Cultural; Droysen, quando discorda de Ranke sobre a reconstrução do passado e aceita a ficção na compreensão e reescrita do mesmo, e Dilthey, que se opunha a ficção de Droysen, mas investia no estudo da ação psicológica e sentimental nos homens em ‘atividade’.
Quando Dilthey assume a defesa pelo estudo da ação psicológica como descrita anteriormente, os estudos sobre a psicologia e a psicanálise estão começando a se desenvolver, simultaneamente com os estudos antropológicos. Nesse contexto, os historiadores passaram a citar, no que diz respeito à psicologia, os trabalhos de Freud – sobre a psicanálise e o estudo do simbólico além da importância do indivíduo – Jung – com seus Arquétipos e as permanências na memória do sujeito. Na antropologia destacam-se Durkheim e Mauss, com seus estudos etnológicos. A História, no século XX aproximou-se da antropologia cultural, com a análise dos traços matérias como fonte, em contraposição a obsessão oficial pregada pelos positivistas.
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