Segunda Onda Política no Brasil Império
Por: Carlos Vinícius • 25/6/2023 • Trabalho acadêmico • 466 Palavras (2 Páginas) • 71 Visualizações
Além do controle das publicações da oposição e imprensa, nesse contexto - com uma maior proliferação de produções políticas e com as ditas aglomerações perigosas de negros, nas palavras do Intendente de Polícia - a defesa de restrições políticas aos mestiços, escravos e estrangeiros, feita pelos deputados [...] (p.152). A instituição de Juízes de paz com seus poderes, em certa medida, ilimitados sob a vida cotidiana da população. Demonstrando riscos aos direitos individuais, implicando, nessa realidade, mais uma contribuição para a falta de espaço na opinião pública à mentalidade colonial.
A consequência direta dessa perda de espaço foram ressignificações realizadas a partir de 1826, acerca do poder do império, principalmente com os diálogos da assembleia geral no mesmo ano. Possibilitando um novo cenário político aos poderes locais, menos sujeitos ao poder central, que basicamente ficou com a sobra de poder propiciada pela indicação de juízes de direito, que não tinham mais um poder externo às questões propriamente jurídicas.
Novas discussões foram surgindo a partir desse contexto, o orçamento do império com os custos da guerra, por exemplo, ocupou uma posição central na dura disputa entre o imperador, a Câmara dos Deputados e o Senado (p.158)
A certeza de que o imperador não mais representava as aspirações de autonomia propostas em 1822, como consequência, principalmente, de questões internacionais como o Tratado de Paz, de Amizade e de Cessação do Tráfico, da Guerra, que foram criticadas veementemente por membros da casa legislativa. Alegavam se tratar de uma afronta aos interesses do Brasil em favorecimento de outras nações como a Inglaterra e Portugal e pela indignação população pela imigração de tropas estrangeiras que, insatisfeitas pelo não cumprimento de promessas do Governo, gerou instabilidades na corte, provocando um sentimento de repulsa aguçado na população.
Quando os soldados irlandeses desembarcaram para engrossar as tropas, a "populaça" formada por uma "multidão de negros" reagiu batendo palmas e insultando aqueles "escravos brancos" (p.160). Além dos problemas com o povo, velhas rixas se davam entre soldados estrangeiros e o Batalhão de Libertos.
Então uma nova revolta acontece, feita por escravos arregimentados em busca de restabelecer a ordem na cidade.
Outros exaltados realizaram, em resposta e por consequência a dura repressão promovida pelo governo e pelos recorrentes climas de indefinições políticas e vácuos de poder, revoltas diversas como as de Afogados e outras realizadas por escravos na Bahia.
A síntese desse período é uma releitura da liberdade, que foi fixada na Câmara dos Deputados desde 1826 e que sempre foi vivida nas ruas (p.164). Vivida pela "sociedade civil" e os demais populares com direitos reprimidos que amadureceram no processo político, tornando o Primeiro Reinado uma transição, um momento para se transformar o que é a liberdade e dizê-la não como um conceito abstrato nem de perto refletido pelas ações das instituições da época, mas sim como uma palavra de ordem. (p.166)
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