Sentido Da Colonização
Exames: Sentido Da Colonização. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andressa2506 • 29/3/2014 • 6.758 Palavras (28 Páginas) • 357 Visualizações
Introdução
O Brasil que vemos hoje possuiu um histórico que remonta séculos anteriores. Acontecimentos que não só se assinala pela vinda da coroa portuguesa a colônia ou atos de emancipação política do país. Para nós que estudamos história bem como qualquer outro que quer compreender o Brasil, inclusive de nossos dias, o momento é decisivo. De um lado temos uma colonização que durou três séculos e nos apresenta o que nela se encontra de mais característico e fundamental. Do outro lado, constitui uma chave, chave preciosa e insubstituível, para se acompanhar e interpretar o processo histórico posterior e resultante do que temos no Brasil hoje. Em virtude desses resultados chegamos a um ponto morto e o Brasil começa a se renovar. Com o vai e vêm, avanços e recuos, o Brasil contemporâneo se define com o passado colonial que se encerra no século XVIII e as demais transformações que sucederam depois nos século vindouros. Assim, entramos numa nova fase e para isso precisamos ir mais fundo no entendimento do Brasil contemporâneo. A colonização deu fruto a um organismo social completo e distinto. É por isso, que para compreender o Brasil contemporâneo, precisamos ir tão longe.
O passado, aquele passado colonial ainda está, e bem saliente, em parte modificado, é certo, mas presente em traços que não se deixam iludir. Observando-se o Brasil de hoje, o que salta à vista é um organismo em franca e ativa transformação e que não se sedimentou ainda em linhas definidas, que não tomou forma. Sente-se a presença de uma realidade já muito antiga que até nos admira de aí achar e que não é senão aquele passado colonial.
No terreno econômico, por exemplo, pode-se dizer que o trabalho livre não se organizou ainda inteiramente em todo país. O mesmo poderia dizer do caráter fundamental da nossa economia, isto é, da produção extensiva para o mercado do exterior, e da correlata falta de um largo mercado interno solidamente alicerçado e organizado. Donde a subordinação da economia brasileira à outras estranhas a ela. Numa palavra, não completamos ainda hoje a nossa evolução da economia colonial para a nacional. Em relação ao terreno social, as relações coloniais prevaleceram.
Os problemas brasileiros de hoje, os fundamentais, pode-se dizer que já estavam definidos e postos em equação há 150 anos atrás. Faço primeiro um balanço geral da colônia em princípios do século passado, ou antes, naquele período que cavalga os dois séculos que precedem imediatamente o atual, teremos então uma síntese do Brasil que saía já formado e constituído, dos três séculos de evolução colonial, e tal será o objeto deste primeiro volume. As transformações seguintes, que nos trouxeram até o estado atual virão depois. Nessa introdução Caio Prado dá um parecer geral de como a colônia iniciou e trás para uma perspectiva atual, lembrando que o mesmo escreve no começo do século XX.
Sentido da Colonização
Todo povo tem sua evolução e essa evolução pode variar com transformações internas e profundas. Isso acontece com Portugal, que desde o final do século XIV por uma ameaça de uma invasão árabe se define pela formação de uma nova nação européia. No inicio do século XV a história de Portugal muda de rumo e volta-se para o oceano, o que o faria tornar uma potencia colonial. Com os olhos para o Atlântico, Portugal se torna essa potência e com a expansão marítima dos países da Europa, depois do século XV. Toda colonização tem seus aspectos, suas virtudes e seus problemas, e os problemas do novo sistema de colonização, envolvendo a ocupação de territórios quase desertos e primitivos, terão afeição variada, dependendo em cada caso das circunstâncias particulares com que se apresentam.
Na colonização brasileira como em outras colonizações, não se pensou em utilizar o branco para o trabalho. Diferentemente da Inglaterra, Portugal e Espanha não dispunham de braços disponíveis para isso. Portugal já mantinha uma linha em uma escala crescente de mão de obra escrava, sendo primeiro dos mouros e depois dos negros. A população de escravos negros em Portugal no século XVI já contabilizava 10%. Conforme comenta Caio Prado:
“Finalmente, os portugueses tinham sido os precursores, nisto também esta afeição particular do mundo moderno: a escravidão de negros africanos; dominavam os territórios que os forneciam. Adotaram-na por isso em sua colônia quase de inicio possivelmente de inicio mesmo – precedendo os ingleses, sempre imitadores retardatários, de quase um século.” (Prado, Caio p.27).
Caio Prado continua tratando que as colônias tropicais tomaram um rumo diferente das irmãs da zona temperada, pois essas constituíram colônias propriamente de povoamento.
A colônia se construirá dessa forma, com o branco europeu recrutando a mão de obra indígena e ou negro importado, e a colônia fornecendo açúcar, tabaco e mais tarde ouro e diamantes, algodão, café. É esse aspecto que se caracteriza o sentido da colonização.
Povoamento
O que se possui de estatísticas demográficas no período da colônia no Brasil é extremamente escassa. O que temos é devido às igrejas com os párocos e os militares com o recrutamento militar. E não temos maiores detalhes por causa do desleixo da administração pública, tanto a civil quanto eclesiástica. Os mais seguros dados sobre a população da colônia remetem ao ano de 1797-8 feito pelo conselheiro Veloso de Oliveira, que na sua memória sobre a Igreja do Brasil revela que a população orçava-a em cerca de 4,4 milhões de pessoas.
Nesse povoamento o primeiro é a extensão da costa que coube a Portugal na partilha de Tordesilhas, o que obrigou, para uma ocupação e defesa eficientes, encetar a colonização simultaneamente em vários pontos dela. Depois houve uma expansão pelo interior efetuada pelo bandeirismo caçador de índios e também pela procura de metais e pedras preciosas. Esse povoamento a concentração maior se dá na região litorânea. No interior a colonização começa só a partir do segundo século da colonização.
A essas circunstâncias favoráveis, quis a natureza acrescer um território litorâneo avantajado, com solo fértil, relevo propício, abundância de matas fornecedoras de combustível e bom material de construção.
O texto do sobre o povoamento do Caio Prado continua tecendo as informações sobre o povoamento de várias regiões do país, focalizando no litoral. Ele nos dá relato de como isso ocorreu em detalhes. Exemplos de como aconteceu no Rio de Janeiro, em Campos do Goiatazes, Rio grande Sul e toda a região
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