Serviço Social
Casos: Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hadbey • 13/3/2014 • 1.478 Palavras (6 Páginas) • 290 Visualizações
O Serviço Social é uma das poucas profissões que trata da questão humana, no seu sentido mais intrínseco possível, sem penetrar no âmbito da Psicologia, porém, buscando suprir as necessidades humanas, sem oferecer esmolas, mas necessariamente inclinado os necessitados para a evolução humana e social. Estando a serviço do setor público ou privado, busca conciliar as duas partes (instituição e usuário) na tentativa de aproximá-los sem prejuízo para nenhum dos dois.
O texto que segue, delineia perfeitamente a trajetória que esta profissão fez, até tornar-se o ofício que se dispõe a realizar na atualidade. Merece destaque, ainda, a rica história que esta profissão contém em suas origens, de maneira que poucas possuem um “arsenal” tão grande e complexo de fatos e motivos que levaram a sua criação. Trata-se, então, de uma profissão que está historicamente situada e principalmente criada para atender a uma forte demanda da época: para aproximar os antagonismos, para diminuir as cisões e as lacunas sociais, para aproximar as classes e buscar sempre o acesso aos direitos. Mostra ainda todo o percurso feito pelo capitalismo e seu incrível modo de produção, que não mediu esforços e não poupou sequer a humanidade exclusiva do ser humano, e expandiu-se exageradamente, reconhecendo-se também ser o Serviço Social, senão uma de suas profissões, mas, no mínimo fruto de suas estratégias para encobrir a face do pauperismo e da ‘questão social’. Usando de ideologias, e tantos outros recursos, invadiu a sociedade, criou sociedades novas e dilacerou até a convivência familiar, porém, não deixou de se expandir e, juntamente com seu progresso causou miserabilidades ferrenhas e desumanas, precisando recorrer ao Estado a ações assistenciais para tentar suprir suas profundas marcas de exploração e alienação feitas na estrutura social.
I
Serviço Social: a ilusão de servir
Para se compreender o Capitalismo (sua origem e seu desenvolvimento) é preciso trilhar por pelo menos três vertentes, assegura Dobb (1983). São elas: a proposta por Werner Sombart (1863-1941), considera que o Capitalismo (numa visão idealista) é criação do “espírito capitalista” (empreendedor e racional), sendo que em épocas diferentes, onde ocorrem atitudes econômicas diferentes. A segunda concepção é assegurada pela Escola Histórica Alemã e entende que o Capitalismo surgiu como uma forma de organização da produção, que se move entre mercado e lucro. O Capitalismo tem, então, um motivo, o lucro, asseguram Karl Bücher e Gustav Von Schmoller, representantes desta vertente. A terceira advém do pensamento de Karl Marx, o capital é entendido como uma relação social e o Capitalismo um determinado modo de produção, onde há a dominação do processo de produção pelo capital. Há, portanto, o predomínio da compra e da venda da força de trabalho, tornando-se mercadoria como outra qualquer.
É bastante difícil precisar o momento certo do surgimento do Capitalismo, no entanto, o que melhor marca sua predominância é a posse e o uso da propriedade privada, assim como a dos meios de produção e a exploração de uma classe sobre a outra. E todas as transformações que vão ocorrendo, aos poucos, no âmbito social, levam consequentemente a ruptura entre as classes e gera a divisão social do trabalho.
A posse dos monopólios dava aos Burgueses o domínio econômico e social e os centros de poder são deslocados dos feudos para os burgos. Chegam a ter domínio sobre a política e o Estado, elevando ainda mais seu poder.
Fatos ocorridos entre os séculos XIV e XVI em quase toda a Europa, fazem com que o trabalhador assalariado apareça e a exploração do operário ao Capitalismo torne-se ainda mais freqüente e constante. Nesta época, o campo tornou-se subordinado a cidade, assim como os novos assalariados dependentes das novas fábricas. Ao tempo em que o Estado promulgava leis para obrigar o operário a trabalhar e para punir os que se recusassem a isso.
Sucessivamente, do século XVII ao XIX ocorreram muitas transformações que fizeram com que o Capitalismo crescesse e se expandisse ainda mais, dentre elas a Revolução Inglesa (1640-1660) que favoreceu o auge de uma nova política econômica e social. Assim como surgem importantes invenções tecnológicas, como a máquina a vapor (de James Watt) e o tear mecânico (símbolos da Revolução Industrial). Eventos que contribuíram para que o Capitalismo penetrasse a fundo no seio da estrutura social.
A Revolução Industrial (convencionalmente de 1775-1875) foi sem dúvida o grande evento que proporcionou as mais variadas transformações tecnológicas, mudando o cenário social, foi também responsável por tirar o Capitalismo da fase mercantil e lhe garantir o que conhecemos por Capitalismo Industrial.
Durante todo o século XVIII o Capitalismo dominou plenamente. Havia ainda os grandes efeitos produzidos pela Revolução Industrial e os operários ainda não eram suficientemente organizados para combater o Capitalismo de maneira forte e homogênea.
E então, no século XIX, os avanços do mercado atrelados as suas necessidades, precisou de uma forte demanda de mão-de-obra. Intensificou-se, portanto, a exploração sobre o trabalhador de maneira que “submetido ao controle e ao mando do dono do capital, o trabalhador sofria dupla violência: além de separado de sua força de trabalho, era reduzido à condição de mero acessório da máquina” (MARTINELLI, 2007, p. 40). Do mesmo modo que o capital crescia, também se expandia (demograficamente) a população operária, alargando a base da pirâmide social.
Esse crescimento não se restringia apenas ao campo econômico, mas influenciava e transformava todos os setores da sociedade, inclusive a formação de cidades e o êxodo do campo. O ser tornou-se mercadoria, sem valor e isto custou caro, inclusive deficiência nas relações familiares.
Os operários, por sua vez,
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