Serviço Social

SANTOS, Cláudia Monica. Na Prática a Teoria é Outra? Rio de Janeiro: Lumem Júris, 2010, p. 64-82 (ponto 2.2).

O presente texto, do livro “Na prática a teoria é outra?” de Cláudia Monica dos Santos, fala da dificuldade que os profissionais têm de não compreender a relação da teoria e prática profissional. Entretanto, tratarei aqui especificamente do capítulo 2, no ponto 2.2 onde a autora relata sobre a posição dos fins e a busca dos meios para efetivar a ação.

Para Santos (2010) a posição dos fins e a busca dos meios são mediadas pelas alternativas, ou seja, “escolhas”. As escolhas passam pelo processo de valores pessoais e valores opostos. “Escolher entre as alternativas, então, é tomar decisões concretas entre valores opostos, é fazer com que o valor se efetive, é buscar meios que materializem esse valor, o qual incide sobre um objeto concreto” (p. 64).

A autora acredita que, “a categoria da alternativa (...), expressa dentro de si um caráter teórico, ético, político e operacional” (p. 65). É preciso ter conhecimento dos objetos que servem para a finalidade da ação; ter um caráter ético-político, sabendo agir com consciência e liberdade e saber escolher e operar os instrumentos adequados para a finalidade ideal.

“Ao se escolher um fim, há de se refletir sobre os valores que estão impregnados nessa escolha, para que haja uma escolha consciente e coerente com o referencial teórico utilizado no conhecimento dos meios necessários à ação. Ao se buscarem os meios, em função de responderem à finalidade posta, é preciso ter clareza dessa finalidade, dos valores que estão presentes nela e dos valores que norteiam a direção teórica disponível para se conhecer aquilo que governa os objetos presentes no processo de transformação da finalidade ideal em finalidade real.” (SANTOS, 2010: 67).

Santos (2010) fala também sobre a conduta ética, onde agir com consciência e reponsabilidade faz parte da vida ética. A autora ressalta ainda que, “a ética encontra-se presente em todas as dimensões” (p.71), dimensão política, teórica e técnico-operativa, por exemplo.

Quanto ao ponto 2.2.1 do presente texto, a autora salienta sobre a dificuldade de prever os resultados da ação profissional, pois a ação não depende somente do profissional, mas das escolhas dos homens. “Há sempre uma incerteza, uma imprevisibilidade, uma vez que o “material” da posição do fim é o homem, o qual possui igualmente valores, sentimentos, ideias, vontades e aptidões” (p. 72-73). Nesse sentido, a autora relata também que o projeto de intervenção profissional “deve ser constantemente avaliado diante das situações que surgem e que não podem ser previstas” (p. 73).

Também é abordado pelo a autora sobre as escolhas das finalidades e os meios que efetivarão a ação, antes dessas escolhas é necessário “um conhecimento dos sujeitos que procuram por serviços sociais: conhecimento dos fenômenos apresentados por eles, das relações sociais e pessoais que os envolvem, seus valores, cultura, preconceitos, juízos” (p. 75). Conforme Santos (2010), é a teoria que deve orientar esse processo.

Outra questão abordada pela a autora é que os profissionais têm valores morais, éticos e políticos, e isso os orienta para a busca de um referencial teórico, o que também interfere