Serviço Social
Trabalho Escolar: Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ferluiza • 5/11/2014 • 2.912 Palavras (12 Páginas) • 631 Visualizações
O SURGIMENTO DAS ESCOLAS DE SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Resumo:
Uma breve apresentação a respeito das determinações sociais que originaram as escolas de serviço social no Brasil e as correntes filosóficas. O ensino veio por meio de Universidade Católico, onde suas sedes eram localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A ligação entre a igreja católica com a profissão de Serviço Social dá-se em um período de desenvolvimento industrial e ampliação referente as questão social e, em particular, á presença do movimento operário popular.
Em São Paulo no ano de 1936, surge a primeira Escola de serviço Social (PUC-SP), como consequência da expansão das praticas de assistência social ocorrida no período, ainda marcadas pelo assistencialismo e de caráter fortemente religioso, por iniciativa de assistentes sociais, com formação na Escola de Serviço Social de Bruxelas e com o apoio de Jovens da Ação Social Católica.
Em 1937 surge a segunda escola no Rio de Janeiro. O surgimento das escolas de Serviço Social no Brasil foi fruto da influência da Ação Social Católica, sendo que o estado não atendia a questão social. Desta forma trás consigo a necessidade de qualificar profissionais capacitados para atuar na área, introduzir técnicas, e atender as demandas resultantes dos conflitos existentes na sociedade atual. De 1936 à 1945, a formação dos profissionais pautava-se nos eixos: Formação científica, Formação técnica, Formação moral e doutrinária. Estes eixos tinham por finalidade a formação dos primeiros profissionais da área no Brasil, levavam em conta o contexto e as necessidades da época.
Não podemos afirmar que existe uma filosofia do Serviço Social, porém esta profissão foi fortemente influenciada por algumas correntes filosóficas que embasaram e embasam sua teoria e sua prática nos diferentes momentos históricos.
O positivismo, a fenomenologia e o marxismo são as principais correntes teóricas do pensamento contemporâneo. Basicamente, essas são as três linhas de ideias fundamentais e de extrema importância para nossos estudos. Elas servem como nosso guia, pois nos basearemos a partir dos conceitos das mesmas em nossa futura prática profissional. Estas linhas são as tendências que se concretizam em nossos trabalhos, ou pesquisas. O conhecimento é fator essencial; ter uma concepção de vida, do homem e do mundo é base indispensável de todo enfoque teórico. É preciso compreender o homem a partir da realidade do mundo em que ele vive e integrar as correntes do pensamento dentro de uma concepção geral e ampla, adaptando-as com as necessidades do meio em que vivemos.
A Escola de Serviço Social de São Paulo
A Igreja Católica e suas instituições influenciaram na institucionalização do serviço social brasileiro. O processo de profissionalização e legitimação do serviço social encontrava-se articulado ao crescimento das instituições sócioassistenciais estatais, que surgiram a partir da década de 1940. Desse modo, a Ação Católica iniciou e orientou a formação de assistentes sociais por meio de uma ação planejada e refletida para o enfrentamento da questão social, que cada vez mais se evidenciava na conjuntura política, econômica e social de São Paulo no início dos anos 1930.
A cidade de São Paulo, como polo irradiador e maior centro industrial do país, exigia melhores condições de trabalho. Já se contava com uma legislação específica voltada ao trabalho face às novas exigências técnicas decorrentes da implantação das indústrias, contudo demandas sociais emergiam em várias frentes. A família constituía-se foco de atenção da política social, tendo em vista a necessidade de prepará-la para enfrentar a absorção da mão de obra feminina no trabalho fora do lar, sem que esta perdesse sua função básica, que era a de educar os filhos e reproduzir a força de trabalho.
A Escola de Serviço Social de São Paulo, criada em 1936, teve sua origem, com o Curso Intensivo de Formação Social de Jovens realizado pelo CEAS, absorvendo boa parte das atividades desenvolvidas por esse centro. Por meio da formação social, moral, ética (formação doutrinária) e técnica para atuação nos vários campos de ação social, estabeleceu como objetivo dar às alunas.
uma sólida formação ética e nelas desenvolver as qualidades naturais que
requer a carreira social, tais como o amor ao próximo, o ideal de fazer o
bem, a capacidade de dedicação, o desinteresse pessoal, o critério e o senso
prático na ação (YAZBEK, 1977, p. 38).
Sua proposta de formação concentrava-se, como não poderia deixar de ser, nas premissas orientadoras do serviço social europeu, em especial, do instituído na França e na Bélgica (idem).
Está explícito ter sido o ideário franco-belga o primeiro estágio do desenvolvimento do serviço social em São Paulo, evidenciado na ação social e na preocupação com a situação das classes trabalhadoras. Essa preocupação com a questão operária, bastante difundida na Europa já chegara ao Brasil, tanto que na política os problemas da legislação trabalhista e do sindicalismo começaram a ser objeto de atenções.
Entre os objetivos estabelecidos pela Escola, julga-se conveniente destacar aquele que propõe que a Escola
[...] proporcionará às moças uma sólida formação tanto moral como técnica
procurando preencher dois fins: preparar algumas para exercer a carreira
profissional de assistentes sociais e outras para desempenharem na sociedade
o seu verdadeiro papel, com uma sólida formação moral e social (RELATÓRIO
ANUAL DO CEAS, 1936, apud YAZBEK, 1977, p. 40).
As condições para o ingresso na Escola eram:
• ter entre 18 anos completos e menos de 40;
• apresentar referências de três pessoas idôneas;
• comprovar ter realizado estudos secundários;
• apresentar atestado de saúde;
• submeter-se à prova eliminatória de admissão.
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