Sinais De Carlo Ginzburg
Trabalho Escolar: Sinais De Carlo Ginzburg. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alan007 • 22/10/2014 • 495 Palavras (2 Páginas) • 488 Visualizações
O texto, Sinais – raízes de um paradigma indiciário, faz parte do livro Mitos, emblemas, sinais – morfologia e história, escrito por Carlo Ginzburg, historiador italiano.
O autor tenta mostrar o surgimento de um modelo epistemológico que surgiu no século XIX e explicita que a análise desse paradigma, amplamente operante de fato, ainda que não teorizado explicitamente, talvez possa ajudar a sair dos incômodos da contraposição entre “racionalismo” e “irracionalismo”. (GINZBURG, 1989, p.143).
No primeiro momento, o autor faz uma analogia entre os métodos de Morelli, Holmes e Freud e descreve as pistas que permitem captar a realidade de outra forma. Atribui pistas nos casos de Freud, indícios no caso de Sherlock Holmes e signos no caso de Morelli. A proposta nesses casos é de outra forma de interpretar a realidade. O método está centrado em detalhes pouco explorados. A relação posta entre os diversos saberes indiciários e a semiótica médica.
Ginzburg relata que Aprendeu a farejar, registrar, interpretar e classificar pistas infinitesimais como fios de barba. Aprendeu a fazer operações mentais complexas com rapidez fulminante, no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de ciladas (p.151). O autor faz um passeio pela história para nos falar que as origens desse paradigma remonta a história e que o homem se utiliza desse saber indiciário com uma sabedoria invejável.
Em outro momento, Ginzburg faz analogias entre o paradigma venatório e o paradigma implícito nos textos divinatórios mesopotâmicos. Os dois casos pressupõem a captação da realidade por meio de detalhes ínfimos.
O autor descreve e analisa os diversos paradigmas indiciários e seus sinônimos: venatório, divinatório, semiótico e vai tecendo cada um conforme os contextos, de modo a formar um tapete. Inclui-se nesse contexto o aparecimento das diversas disciplinas no modelo epistemológico.
O autor questiona: Mas, pode um paradigma indiciário ser rigoroso?(p.178) .Pondera, porém, que as regras usadas nesse tipo de saber não se prestam a ser formalizadas nem ditas. Trata-se de formas de saber tendencialmente mudas (p.179). Nesse tipo de saber, explica o autor, entram em jogo elementos imponderáveis: faro, golpe de vista, intuição. Então, no saber indiciário, o rigor é flexível e intuitivo.
O saber indiciário pode ser usado, nesse sentido, para pesquisas levando-se em contas as “pegadas”, os “sinais” para tentar decifrar a realidade. Conforme o autor se a realidade é opaca, existem zonas privilegiadas – sinais, indícios – que permitem decifrá-la.
Aos olhos da academia, com seu rigor inflexível, metódico e científico, o paradigma indiciário é inatingível e indesejável. Não é racional; é irracional.
O texto de Carlo Ginzburg nos ensina a olhar e a investigar de outra forma, muito interessante. Siga as pegadas, sinta, perceba...é a intuição. O texto realmente nos faz mergulhar, ver o foco e tentar enxergar os sinais. Qual é realmente o seu foco? Veja os sinais. Poderíamos definir o saber indiciário como um pressentimento? Podemos realmente usar esse modelo epistemológico em nossas pesquisas? Pensar que tudo começou com uma série de artigos sobre a pintura italiana...(p.143). São as raízes de um paradigma indiciário.
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